Receita Federal investiga outro grupo português
Repórter: Gabriela Freire
Enquanto o cerco em torno do grupo norueguês que lavava dinheiro no RN com o subfaturamento na venda de imóveis vai se fechando, a Polícia Federal e Receita Federal dividem suas atenções para a atuação de outros grupos estrangeiros que atuam no estado praticando esquema de lavagem de dinheiro semelhante ao praticando pelos integrantes da B-Gang. Segundo a Receita Federal, as investigações em torno de um grupo português - cujo nome está sendo mantido em sigilo - estão próximas de serem concluídas.
‘‘Esse grupo já deixou de operar. Mas tinha a mesma prática adotada por esse grupo norueguês. Vendiam os imóveis no exterior e declaravam um valor muito inferior ao real. O que aconteceu nesse caso foi que a construtora teve prejuízo e o responsável por esses imóveis abandonou tudo, já que ele não tinha nenhum imóvel em seu nome’’, disse o chefe de fiscalização da Receita Federal, Henrique Jorge de Freitas.
A Receita Federal colaborou com a Polícia Federal na coleta de indícios que ajudaram a identificar o esquema de lavagem de dinheiro praticado pela quadrilha norueguesa ‘‘B-Gang’’ no RN. O trabalho da RF, assim como das polícias brasileira e norueguesa começou há um ano. Na Receita, mais de 10 pessoas trabalharam durante esse período na coleta de indícios que, juntamente com os resultados das investigações policiais, foram suficientes para fazer a juitiça expedir ordem de prisão contra os suspeitos. ‘‘Elaboramos um relatório que serviu de base, junto com a investigação da Polícia Federal, para identificar uma lista de suspeitos que participaram do esquema de lavagem de dinheiro no estado’’, disse o chefe de fiscalização da RF.
O subfaturamento dos imóveis e a falta de pagamentos de impostos condizentes aos empreendimentos é o alvo principal da RF. ‘‘Não podemos divulgar os valores que eles declararam à Receita pois ainda estão sob investigação’’, disse. Segundo especulações, o grupo norueguês chegava a declarar que um flat de luxo, localizado na orla da Praia de Ponta Negra, avaliado por alguns em aproximadamente R$ 300 mil, era vendido por valores próximos a R$ 40 mil.
‘‘A próxima etapa não tem prazo de conclusão. Os documentos apreendidos serão analisados e investigados. Vamos investigar a origem dos recursos das transações para cobrar os impostos a quem deve’’, afirmou Henrique Freitas.
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