Os pontos abaixo foram elaborados pelo geólogo Eduardo Bagnoli, empresário do setor turístico que atua em Ponta Negra e atual presidente da Ong Amepontanegra, sobre o cuidado de se implantar o emissário submarino após um tratamento eficaz do esgoto.
"Seguem aqui alguns argumentos que desqualificam a opção da CAERN pela eliminação da necessidade do Tratamento Terciário do Esgoto antes de despejá-lo no mar:
1 - Os pescadores de Ponta Negra não foram consultados sobre os efeitos da obra, ou se os estudos contratados pela CAERN levavam em consideração a biota marinha da região e os potenciais impactos sobre ela, decorrentes da obra. A CAERN contra-argumenta, dizendo que tinha sido considerado o pior cenário - ou seja - descarte dos efluentes em cima de uma barreira de corais.
2 - A quantidade de matéria orgânica declarada pela própria CAERN durante a reunião - 70.000 coliformes fecais por cada 100ml de efluente - quando despejada sobre os corais, entupiriam os mecanismos de filtração e alimentação destes organismos, matando-os em poucas semanas.....Qualquer biólogo marinho, minimamente preparado, pode confirmar essa nefasta consequência!
3 - Os estudos da dinâmica costeira não são consistentes, portanto esses dados não podem ser utilizados na simulação computadorizada criada pelo Dr. Rosman, e aplicado pela Dra. Ada. Mesmo sendo o Dr. Rosman um renomado pesquisador na área da dinâmica costeira, a sua fórmula não funciona quando nela se inserem dados inconsistentes: garbage-in.....garbage-out costumam dizer os sistematicos e sábios cientistas norte-americanos nesses casos, ou seja: entre com lixo (dados inconsistentes) e a fórmula - por melhor que seja - te devolve....lixo! (na forma de resultados não confiáveis).
Isso se aplica perfeitamente para desqualificar o estudo da simulação da "pluma" de efluentes, que, segundo a Dra. Ada aflorará diante dos olhos incrédulos dos frequentadores da Praia do Forte. Trata-se de um caso clássico e didático de garbage-in.....garbage-out! . A CAERN quer nos fazer crer que esse estudo é valido, mas o bom senso diz que NÃO É!
4 - Não foram realizados, nem existem disponíveis, estudos de longa duração, que levem em consideração e quantifiquem as mudanças na velocidade e direção dos ventos; velocidade, intensidade e direção das correntes marítimas, da carga transportada por elas, etc. Isso, minimamente, deveria abranger um ciclo anual, ou seja, medidas que fossem feitas mês a mês até completar 12 meses e também - o que seria imperioso diante da importância dessa obra - ciclos naturais de longo termo: decenais ou seculares, capazes de detectar eventos - cíclicos ou não - com potencial catastrófico: marés anormalmente altas, efeitos de tsunamis que ocorrem vez por outra, ocasionados por movimentos da crosta terrestre na altura da Cadeia Meso-Atlântica (grande cicatriz aberta no meio do Atlântico, onde a atividade vulcânica e sísmica é freqüente), etc.
5 - A elevação do nível do mar, alegadamente causada pelo derretimento das calotas polares (Efeito Estufa), está causando sérios danos a nossa praia. Entre 1995 e 2008 a praia perdeu incríveis 15m de sua berma original (parte alta e vegetada da praia). O efeito foi notadamente catastrófico no ano passado, quando as marés anormalmente altas destruíram mais de 10 acessos (escadarias e rampas) construídos em 2000, por ocasião da reurbanização pela qual passou Ponta Negra.
6 - A AMEPONTANEGRA não é contra a construção do Emissário, mas quer alertar a Sociedade para a necessidade de se fazerem estudos adicionais, aprofundados e de longa duração, antes de se fazer a opção por uma alternativa de engenharia que pode vir a prejudicar, de forma irreversível, o meio ambiente, e por conseqüência, toda a nossa Sociedade."
Eduardo Bagnoli
Presidente da Associação dos Moradores, Empresários e Amigos de Ponta Negra - AMEPONTANEGRA
Rua Francisco Gurgel, 9067, Loja 1
Natal - RN - 59090-050
CNPJ: 07.855.262/0001-87
Telefax: (0**84) 3204 2900
ame@pontanegra.org.br
>>> Diante de tais esclarecimentos, não há nem o que pensar ou ponderar: ou a Caern faz a coisa certa e bem feita, ou assistiremos de camarote a morte de Ponta Negra.
Yuno Silva
Morador de Ponta Negra desde 1978
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