Tribuna do Norte - 30/jun/2010
Foto: Emanuel Amaral
Foto: Emanuel Amaral
Falta de saneamento básico é um dos principais fatores para a poluição frequente na praia de Ponta Negra, próximo ao Morro do Careca
Fatores naturais contribuem para que as praias urbanas de Natal sejam consideradas “as mais limpas do Brasil”, segundo o geólogo Ronaldo Fernandes Diniz, mesmo considerando - “sem muita dificuldade” - que as praias “seriam 100% próprias para o banho” se a cidade fosse toda saneada e esse serviço funcionasse sem nenhum problema.
Como professor do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (IFRN), Ronaldo Diniz é um dos responsáveis pelo monitoramento da balneabilidade das praias da Grande Natal, dentro do Programa Água Azul, que é executado em parceria, desde 2001, com instituições públicas do Estado que cuidam do meio ambiente e recursos hídricos.
Diniz reconhece que a deficiência dos serviços de saneamento básico não ocorre só em Natal, é um problema do Brasil. Ele acha que a partir da entrada em funcionamento da estação de tratamento do Baldo e da construção do emissário submarino em Ponta Negra alguma coisa possa melhorar na questão da balneabilidade das praias da cidade.
Mesmo o governo tendo anunciado que até o fim do ano 60% da área de Natal estará saneada, ele ainda acha “muito pouco”. Apesar disso, Diniz afirma que as praias de Natal são tidas como mais limpas do que as praias de Fortaleza (CE) e Recife (PE), por exemplo, primeiro, porque as correntes costeiras de sudeste, comum no litoral do Rio Grande do Norte, contribuem “para diluir” os dejetos que são jogados nas praias urbanas da capital potiguar.
Segundo Diniz, existem outras variáveis que explicam o fato de uma semana uma praia estar imprópria para o banho e em outras não, como as chuvas. “Quando chove um dia, todos os dejetos são carreados para as praias”, disse ele, mas se chove mais de dois ou três dias, a cidade fica limpa e não polui mais as praias.
Outro exemplo, dado por ele, ocorreu na semana passada, quando sete praias da Grande Natal, estavam impróprias para o banho, porque apareceu uma corrente costeira, evitando a diluição dos dejetos, que terminaram “prensados” entre o mar e as praias. Outro fator que contribui para a poluição da orla, segundo ele, são as ligações clandestinas de esgotos, que ocorrem em praias, como Ponta Negra, sobretudo no Morro do Careca.
Agora, o fator que mais contribui para que haja a diluição dos dejetos, informou Diniz, porque predomina no litoral ao Sul e Norte de Natal são as correntes de sudeste. Já em Fortaleza, diz ele, ocorre justamente o contrário, as correntes que vêm do norte não deixam a sujeira sair da orla da capital cearense.
A TRIBUNA DO NORTE tentou falar com a direção da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), mas não conseguiu. A assessoria de imprensa informou que dentro de um mês, possivelmente, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Baldo deve entrar em funcionamento. Só então, as ligações da rede de domiciliar de esgoto deve ser ligada à rede central de saneamento básico, em bairros como Candelária, Mãe Luiza e Nova Descoberta.
Banhistas não se importam com avisos
Mesmo com o aviso de que a praia estava imprópria para banho, algumas pessoas não se incomodaram com isso. No fim da tarde de ontem, pelo menos 11 surfistas aproveitavam as ondas da praia de Miami, onde existe uma placa do Projeto Água Viva, informando que a praia está contaminada.
Outras pessoas tomavam banho na praia de Miami até mesmo por desatenção, como a turista Glória Nelo Silva, que estava em companhia de uma irmã e os dois filhos delas. “Não prestei atenção, se tivesse visto não estaria tomando banho”, afirmou ela, que agora disse que vai para Ponta Negra.
Já a dona de um quiosque na praia de Miami, Francisca Soares Hilário, disse que “se houvesse cuidado com o esgoto, não havia isso aqui”. Assim mesmo, ela disse que os banhistas “não estão nem aí” com os avisos de que a praia “não presta pra tomar banho”.
Antônio Marcos da Silva é acreano e há três meses está fazendo um curso de aperfeiçoamento no Corpo de Bombeiros em Natal. Hospedado num hotel da Praia do Meio, ele disse que já tinha visto o aviso de praia “imprópria” para banho, por isso, só aproveita a praia para caminhar no calçadão. “Quando está assim, não tomo banho de jeito nenhum”.
Hélio Andrade é morador de um dos grandes edifícios de Areia Preta. “Aqui quem desce mais para tomar banho e jogar bola na praia é o pessoal de Mãe Luiza”, afirmou ele, acrescentando que a classe média que reside nesse complexo de apartamentos de alto luxo “têm suas casas de praia em Muriu, Pirangi” e outras praias fora do perímetro urbano de Natal, onde passam o verão ou os fins de semana.
Fatores naturais contribuem para que as praias urbanas de Natal sejam consideradas “as mais limpas do Brasil”, segundo o geólogo Ronaldo Fernandes Diniz, mesmo considerando - “sem muita dificuldade” - que as praias “seriam 100% próprias para o banho” se a cidade fosse toda saneada e esse serviço funcionasse sem nenhum problema.
Como professor do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (IFRN), Ronaldo Diniz é um dos responsáveis pelo monitoramento da balneabilidade das praias da Grande Natal, dentro do Programa Água Azul, que é executado em parceria, desde 2001, com instituições públicas do Estado que cuidam do meio ambiente e recursos hídricos.
Diniz reconhece que a deficiência dos serviços de saneamento básico não ocorre só em Natal, é um problema do Brasil. Ele acha que a partir da entrada em funcionamento da estação de tratamento do Baldo e da construção do emissário submarino em Ponta Negra alguma coisa possa melhorar na questão da balneabilidade das praias da cidade.
Mesmo o governo tendo anunciado que até o fim do ano 60% da área de Natal estará saneada, ele ainda acha “muito pouco”. Apesar disso, Diniz afirma que as praias de Natal são tidas como mais limpas do que as praias de Fortaleza (CE) e Recife (PE), por exemplo, primeiro, porque as correntes costeiras de sudeste, comum no litoral do Rio Grande do Norte, contribuem “para diluir” os dejetos que são jogados nas praias urbanas da capital potiguar.
Segundo Diniz, existem outras variáveis que explicam o fato de uma semana uma praia estar imprópria para o banho e em outras não, como as chuvas. “Quando chove um dia, todos os dejetos são carreados para as praias”, disse ele, mas se chove mais de dois ou três dias, a cidade fica limpa e não polui mais as praias.
Outro exemplo, dado por ele, ocorreu na semana passada, quando sete praias da Grande Natal, estavam impróprias para o banho, porque apareceu uma corrente costeira, evitando a diluição dos dejetos, que terminaram “prensados” entre o mar e as praias. Outro fator que contribui para a poluição da orla, segundo ele, são as ligações clandestinas de esgotos, que ocorrem em praias, como Ponta Negra, sobretudo no Morro do Careca.
Agora, o fator que mais contribui para que haja a diluição dos dejetos, informou Diniz, porque predomina no litoral ao Sul e Norte de Natal são as correntes de sudeste. Já em Fortaleza, diz ele, ocorre justamente o contrário, as correntes que vêm do norte não deixam a sujeira sair da orla da capital cearense.
A TRIBUNA DO NORTE tentou falar com a direção da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), mas não conseguiu. A assessoria de imprensa informou que dentro de um mês, possivelmente, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Baldo deve entrar em funcionamento. Só então, as ligações da rede de domiciliar de esgoto deve ser ligada à rede central de saneamento básico, em bairros como Candelária, Mãe Luiza e Nova Descoberta.
Banhistas não se importam com avisos
Mesmo com o aviso de que a praia estava imprópria para banho, algumas pessoas não se incomodaram com isso. No fim da tarde de ontem, pelo menos 11 surfistas aproveitavam as ondas da praia de Miami, onde existe uma placa do Projeto Água Viva, informando que a praia está contaminada.
Outras pessoas tomavam banho na praia de Miami até mesmo por desatenção, como a turista Glória Nelo Silva, que estava em companhia de uma irmã e os dois filhos delas. “Não prestei atenção, se tivesse visto não estaria tomando banho”, afirmou ela, que agora disse que vai para Ponta Negra.
Já a dona de um quiosque na praia de Miami, Francisca Soares Hilário, disse que “se houvesse cuidado com o esgoto, não havia isso aqui”. Assim mesmo, ela disse que os banhistas “não estão nem aí” com os avisos de que a praia “não presta pra tomar banho”.
Antônio Marcos da Silva é acreano e há três meses está fazendo um curso de aperfeiçoamento no Corpo de Bombeiros em Natal. Hospedado num hotel da Praia do Meio, ele disse que já tinha visto o aviso de praia “imprópria” para banho, por isso, só aproveita a praia para caminhar no calçadão. “Quando está assim, não tomo banho de jeito nenhum”.
Hélio Andrade é morador de um dos grandes edifícios de Areia Preta. “Aqui quem desce mais para tomar banho e jogar bola na praia é o pessoal de Mãe Luiza”, afirmou ele, acrescentando que a classe média que reside nesse complexo de apartamentos de alto luxo “têm suas casas de praia em Muriu, Pirangi” e outras praias fora do perímetro urbano de Natal, onde passam o verão ou os fins de semana.
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