TRIBUNA DO NORTE - 11/mar/2009
Foto: João Maria Alves
IMÓVEIS - Ofertas de imóveis para vender é alta e construtoras adiam planos
Um dos bairros preferidos dos investidores estrangeiros, Ponta Negra registra a maior seca de negócios de sua história recente. São centenas de placas anunciando venda espalhadas por ruas como a Jorge Fernandes, homenagem ao potiguar considerado um dos precursores da poesia moderna no Brasil. Ali, em apenas um quarteirão, é possível contar cinco placas de “vende-se”.
Elas anunciam casas de padrão, escondidas por muros altos. Para o vendedor de água mineral e gás João Marcelo Pereira, há seis anos estabelecido na rua, essa quantidade de imóveis à venda só prova uma coisa: a falta de interessados é grande. “Tinha casa aqui na rua que só foi vendida no ano passado porque o proprietário reduziu o valor pela metade”, diz ele.
O diretor para o RN da construtora pernambucana Moura Dubeux, Alvamar Barbosa Jr, conta que recebeu na semana passada proposta para assumir uma obra já licenciada de um prédio de apartamentos de 55 metros em Ponta Negra e nem sentou para conversar. “Se fosse há oito meses não pensaríamos um segundo antes de aceitar, mas agora...” - completa Alvamar.
Ele esteve à frente de uma série de lançamentos simultâneos promovidos pela Moura Dubeux em Natal. Nenhum em Ponta Negra. “Quando chegamos à cidade já sabíamos que Ponta Negra estava fora do que queríamos do mercado – bairros que fossem disputados pelos habitantes locais”, diz.
Salimo Abdul, investidor português com dois projetos em curso em Ponta Negra, diz que a situação de quem colocou euros no bairro é dramática. “Está tudo parado, não se vende nada”, diz Salimo, conhecido entre os amigos pela sinceridade. A situação é tão grave, segundo explica, que outros investidores europeus estão colocando seus empreendimentos em nome de pessoas jurídicas de terceiros só para não perder o licenciamento das obras.
“Há estrangeiros desonestos fazendo propostas espúrias pelos imóveis em construção para levar vantagem”, denuncia Salimo. Para ele, o problema todo se resume a uma questão de identidade cultural. “O natalense não se vê mais morando em Ponta Negra, não tem mais identidade com o bairro”, comenta.
O espanhol Pasquale Brandalise, da incorporadora Albra, faz parte de uma geração de investidores que transferiu todas as suas operações para os bairros do Centro. E, em nenhum momento, considerou construir em Ponta Negra. “Passei dois anos aqui estudando os melhores bairros para investir”, explica ele. “E vimos que Ponta Negra não poderia estar em nossos planos se quiséssemos atingir o natalense”, reconhece.
Hoje, segundo fontes do setor imobiliário, entre 300 a 500 projetos já licenciados em Ponta Negra paralisados por falta de interesse por parte dos incorporadores. A maioria deles são flats que acomodariam uma demanda de turistas europeus em férias.
Kalazans promete reduzir prazo
O secretário municipal de Urbanismo, Kalazans Bezerra, disse ontem tudo que os empresários da construção civil queriam ouvir. A partir de março, todos as análises de grandes empreendimentos, que duravam até mais de três anos, serão concluídos em apenas 60 dias a partir de junho. E que a análise para os licenciamentos de residências serão concluídos em 24 horas a partir de uma estrutura descentralizada, com bases físicas nas Zonas Norte e Sul de Natal.
Kalazans foi mais longe. Prometeu que em 15 dias tornará pública a viabilidade dos licenciamentos já concluídos poderem ter sua tipologia alterada sem prejuízo de perda da licença. “Desde que não fira o meio ambiente e a legislação, acho possível esse tipo de alteração”, declarou o secretário. Kalazans disse que até o final deste mês pretende zerar os 600 licenciamentos pendentes da administração anterior. “Depois disso, vamos examinar os passos seguintes a serem dados”, adiantou.
Entre esses passos, segundo ele, está a possibilidade de parcelamento de tributos municipais que incidem sobre as construtoras e são pagos à vista.
Elas anunciam casas de padrão, escondidas por muros altos. Para o vendedor de água mineral e gás João Marcelo Pereira, há seis anos estabelecido na rua, essa quantidade de imóveis à venda só prova uma coisa: a falta de interessados é grande. “Tinha casa aqui na rua que só foi vendida no ano passado porque o proprietário reduziu o valor pela metade”, diz ele.
O diretor para o RN da construtora pernambucana Moura Dubeux, Alvamar Barbosa Jr, conta que recebeu na semana passada proposta para assumir uma obra já licenciada de um prédio de apartamentos de 55 metros em Ponta Negra e nem sentou para conversar. “Se fosse há oito meses não pensaríamos um segundo antes de aceitar, mas agora...” - completa Alvamar.
Ele esteve à frente de uma série de lançamentos simultâneos promovidos pela Moura Dubeux em Natal. Nenhum em Ponta Negra. “Quando chegamos à cidade já sabíamos que Ponta Negra estava fora do que queríamos do mercado – bairros que fossem disputados pelos habitantes locais”, diz.
Salimo Abdul, investidor português com dois projetos em curso em Ponta Negra, diz que a situação de quem colocou euros no bairro é dramática. “Está tudo parado, não se vende nada”, diz Salimo, conhecido entre os amigos pela sinceridade. A situação é tão grave, segundo explica, que outros investidores europeus estão colocando seus empreendimentos em nome de pessoas jurídicas de terceiros só para não perder o licenciamento das obras.
“Há estrangeiros desonestos fazendo propostas espúrias pelos imóveis em construção para levar vantagem”, denuncia Salimo. Para ele, o problema todo se resume a uma questão de identidade cultural. “O natalense não se vê mais morando em Ponta Negra, não tem mais identidade com o bairro”, comenta.
O espanhol Pasquale Brandalise, da incorporadora Albra, faz parte de uma geração de investidores que transferiu todas as suas operações para os bairros do Centro. E, em nenhum momento, considerou construir em Ponta Negra. “Passei dois anos aqui estudando os melhores bairros para investir”, explica ele. “E vimos que Ponta Negra não poderia estar em nossos planos se quiséssemos atingir o natalense”, reconhece.
Hoje, segundo fontes do setor imobiliário, entre 300 a 500 projetos já licenciados em Ponta Negra paralisados por falta de interesse por parte dos incorporadores. A maioria deles são flats que acomodariam uma demanda de turistas europeus em férias.
Kalazans promete reduzir prazo
O secretário municipal de Urbanismo, Kalazans Bezerra, disse ontem tudo que os empresários da construção civil queriam ouvir. A partir de março, todos as análises de grandes empreendimentos, que duravam até mais de três anos, serão concluídos em apenas 60 dias a partir de junho. E que a análise para os licenciamentos de residências serão concluídos em 24 horas a partir de uma estrutura descentralizada, com bases físicas nas Zonas Norte e Sul de Natal.
Kalazans foi mais longe. Prometeu que em 15 dias tornará pública a viabilidade dos licenciamentos já concluídos poderem ter sua tipologia alterada sem prejuízo de perda da licença. “Desde que não fira o meio ambiente e a legislação, acho possível esse tipo de alteração”, declarou o secretário. Kalazans disse que até o final deste mês pretende zerar os 600 licenciamentos pendentes da administração anterior. “Depois disso, vamos examinar os passos seguintes a serem dados”, adiantou.
Entre esses passos, segundo ele, está a possibilidade de parcelamento de tributos municipais que incidem sobre as construtoras e são pagos à vista.
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