"Um projeto de grandes obras exige estudos de alternativas e aqui não houve isso. Foi publicada uma única proposta como projeto definitivo e com uma única solução", explicou Dulce Bentes, arquiteta integrante do comitê.
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O grupo luta para não se curvar aos interesses imobiliários, faz movimentos populares e tenta pressionar o governo, mas os resultados práticos são poucos, enquanto os absurdos continuam.
Obras de mobilidade em Natal atingem reservas naturais e gera desperdícios; veja reportagem!
A Central de Comercialização de Agricultura Familiar, por exemplo, custou R$ 3 milhões e vai ser desativada antes mesmo de ser inaugurada. O advogado Marcos Dionísio, também integrante do comitê, explica: "Esse pequeno milagre que foi a conquista da Central está indo por água abaixo porque, sem nenhum planejamento, o gestor das obras da Copa dá um corte de 16 metros a partir do meio fio da rua, e esse desvio passa pelo meio da Central".Uma das áreas de mangue de Natal corre riscos, pois está bem no ponto de alargamento de uma das avenidas que passarão por reformas. Segundo Dionísio, outra grande avenida, que ligará o aeroporto ao estádio Arena das Dunas, está sendo reformada, mas só afetará os pequenos comerciantes e moradores.
O Parque das Dunas, santuário da Mata Atlântica, poderá ser invadido em nome de uma avenida mais larga. "Quem vai sofrer é a natureza, porque a avenida pode entrar até 30 metros dentro do parque", continuou.
Outras construções, não necessariamente ligadas à mobilidade urbana, também prejudicam cidadãos. A indústria Coteminas S.A será fechada para se transformar em um empreendimento imobiliário, e mais de 2 mil trabalhadores perderão seus empregos.
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