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Manifestantes se mobilizam contra implantação do emissário submarino


O SOS Ponta Negra promove evento que pretende alertar a população sobre os riscos do despejo de dejetos no mar.

Com o intuito de discutir a implantação do emissário submarino, moradores, surfistas, pescadores e empresários do bairro de Ponta Negra realizam o “Que emissário é esse?” neste sábado (14), a partir das 9h, no Morro do Careca. O objetivo é debater o projeto que planeja o depósito de dejetos orgânicos em alto mar.

A manifestação é desenvolvida pela SOS Ponta Negra, que levanta questões como falhas estruturais na implantação do projeto, ausência de estudos sobre o impacto ambiental e o tratamento terciário dos efluentes (dejetos), além da possibilidade de reuso da água resultante do processo.

De acordo com Eduardo Bagnoli, da Associação dos moradores, empresários e amigos de Ponta Negra (AmePontanegra), os estudos atuais são insuficientes para garantir a implantação do emissário com segurança. O presidente falou que o movimento peculiar da maré, com a corrente marítima, trará prejuízos para o meio ambiente com o refluxo dos efluentes.

Bagnoli falou ainda da mudança do projeto original. No primeiro momento, o cano responsável pelo despejo no mar seria de 5 km, contra 2,7 do pretendido atualmente. Outra preocupação foi a alteração proposta pela nova diretoria da Caern que pretende adotar o tratamento secundário do esgoto, com menos de 60% de pureza.

“Nós pretendemos que eles voltem atrás do projeto da antiga diretoria da Companhia de Águas e Esgotos, que queria fazer o tratamento terciário. Essa modalidade possibilita o reuso da água para outras atividades, descartando a possibilidade de construção do emissário”, disse Bagnoli.

O presidente revelou ainda que o projeto do emissário é ultrapassado e citou países da Europa como referência na reutilização de água para outros fins, como a descarga, por exemplo. “Essa obra é no mínimo condenável. É muito ultrapassada e esse tipo de construção só se permite aqui no Brasil. Em nenhum outro país do mundo é feito isso”, destacou.

Bagnoli disse que o movimento que acontece neste sábado tem o objetivo de alertar a população para o risco da implantação do emissário submarino. Ele explicou que a manifestação tem o intuito de trazer às claras o que se pretende fazer no próximos meses em Ponta Negra.

Aproveitamento

O tratamento terciário dos efluentes é uma alternativa à construção do emissário. Para Eduardo Bagnoli, a qualidade da água industrial pode ser utilizada para regar plantas, resfriamento de maquinário pesado de indústrias em geral. “Podemos aproveitar essa água na área não edificante de Ponta Negra, onde serão construídos alguns jardins. Outra possibilidade seria na construção do aeroporto de São Gonçalo, que utilizará grandes quantidades de água para finalizar o projeto”,destacou.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) já utiliza o reaproveitamento da água resultante do tratamento terciário em áreas da capital. O custo em alguns casos é reduzido de R$ 2,50 o metro cúbico para R$ 0,50.

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