Repórter: Viktor Vidal
A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) promoveu ontem um encontro na UFRN e voltou a defender o projeto do emissário marinho como opção mais viável para o esgotamento sanitário da zona sul de Natal e Parnamirim. As outras duas alternativas em discussão foram apresentadas como inviáveis através de estudos por consultores contratados pela companhia.
‘‘Devido à polêmica criada em torno da questão e do desconhecimento sobre os projetos, trouxemos pessoas que se envolveram na elaboração do projeto do emissário para explicar sua viabilidade’’, disse o diretor técnico da Caern, Clóvis Veloso. Segundo ele, os especialistas contratados são as maiores referências do país em projetos de emissário e esgotamento sanitário.
Foram convidados para explicar a viabilidade do emissário o diretor do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará, Luís Parente Maia, e o especialista em engenharia sanitária e ambiental do Rio de Janeiro, Fernando Botafogo. Ambos defenderam a proposta mostrando detalhes relacionados a estudos ambientais e com base no histórico do projeto em outras cidades.
Luís Parente explicou que o primeiro ponto de parada dos efluentes será uma peneira com aberturas de um milímetro numa estação de pré-acondicionamento onde hoje funciona uma estação da Caern na Rota do Sol. Depois disso, continuou, os resíduos cairão numa caixa de areia para separar gordura e a parte sólida. De lá, a água com coliformes fecais será levada ao emissário.
O emissário levará o efluente pré-tratado 5 km mar adentro na região da Barreira do Inferno. No final da tubulação terá uma caixa de 200 metros com pequenos furos para diluir os resíduos no fundo do mar. ‘‘O efluente sai do emissário como se fosse um spray’’, comparou. Segundo Parente, a maior parte do emissário será subterrânea, evitando colisões e danos ambientais.
‘‘Todas as análises mostram que o emissário é o mais viável. Fizemos estudos oceanográficos de corrente, barimetria (medição da gravidade) e ventos que indicaram o emissário como melhor opção’’, afirmou Parente. Para ele, lançar os efluentes nos rios Jundiaí e Potengi é inviável porque os estuários estão saturados. ‘‘Se fosse lançar alguma coisa seria água limpa’’, afirmou.
OPÇÕES
O lançamento dos efluentes no estuário Jundiaí-Potengi é uma das três alternativas em disussão no Conselho Municipal de Saneamento Básico (Comsab) para o esgotamento da zona sul e Parnamirim. Uma terceira opção seria infiltrar os efluentes nas dunas localizadas na região entre Ponta Negra e Rota do Sol, que também foi rejeitada pelos especialistas durante o encontro.
‘‘Os estudos feitos na área mostram que as dunas não têm capacidade para absorver todo o efluente, que poderia escorrer pela pista’’, disse Luís Parente Maia. Para defender essa idéia, a Caern contratou um estudo da UFRN. A pesquisa também foi apresentada ontem, pelo geólogo Leandson Lucena.
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