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Jornal de Hoje :: SUPERVALORIZAÇÃO AMEAÇA SETOR IMOBILIÁRIO NO RN

Preços no mercado está acima do real

Repórter: Riccelli Araújo
Foto: Wellington Rocha

Especialistas alertam: pode existir “bolha imobiliária” em Natal

É cada vez mais comum encontrar pessoas distribuindo, nos sinais de trânsito, panfletos anunciando lançamentos de prédios e condomínios residenciais, o que demonstra o constante crescimento no setor da construção civil. No entanto, uma questão desperta interesse quando se coloca em pauta o crescimento no valor dos imóveis comercializados no mercado local.

De acordo com a professora do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Márcia Bezerra, que realiza estudos e pesquisas no setor, "esse fenômeno de valorização não aconteceu somente em Natal, mas em lugares com economia em desenvolvimento". No entanto, em função do crescimento do turismo, Natal passou a ser vista como um mercado promissor, tendo atraído a atenção de estrangeiros em investir no imóvel de segunda residência, fator esse que colabora para a valorização do setor imobiliário na capital do RN.

A professora Márcia Bezerra ressalta que o interesse das construtoras em oferecer aos clientes imóveis com alto padrão de qualidade e valores acrescidos, é em virtude do seu próprio interesse em alcançar resultados positivos e uma maior margem de lucro, respondendo então pela grande quantidade de oferta de imóveis de luxo. Esses, na sua maioria, são localizados em bairros de interesse das classes média e média alta, com condições de adquirir tais produtos.

Um dado interessante citado pela professora Márcia Bezerra, e que também contribui para a supervalorização do imóvel, é o fato de que embora seja grande a quantidade de oferta no mercado, o setor da construção civil ainda não consegue suprir a demanda.

Importante também destacar que a valorização ocorre em virtude de um ponto chave para a construção: o terreno. A área territorial da capital não tem grandes dimensões e os espaços disponíveis já não são tantos, gerando uma especulação financeira inicial no terreno. Márcia Bezerra ressalta a necessidade da vigilância do poder público em monitorar espaços considerados de proteção ambiental para que, futuramente, a população não venha a sofrer danos em decorrência de um "boom imobiliário".

De acordo com a professora, a UFRN vem desenvolvendo um trabalho de pesquisa para identificar a possível existência de uma "bolha imobiliária" na capital, como ocorreu nos Estados Unidos, o que historicamente não é sustentável em nenhuma economia. Segundo ela, professores e pesquisadores de vários departamentos estão levantando informações e analisando dados estatísticos que possam comprovar esse fenômeno na capital do RN.

É importante destacar que o fenômeno "bolha imobiliária" representa a constatação de que os preços no mercado imobiliário estão bem acima de seu real valor. Entretanto, os compradores continuam dispostos a pagar ainda mais, o que contribui para a geração de um ciclo especulativo difícil de estabelecer um fim. Esse ciclo tem como ameaça uma queda rápida e geral, fazendo dessa forma uma analogia ao estouro de uma bolha de sabão.

1 comentários:

Anônimo disse...

muito oportuna a matéria, o aumento de preços dos imóveis nesta velocidade é puramente "olho grande" das construtoras, isso acontece em todo o Brasil, para o público nacional isso é muito ruim porque muita gente vai comprar em ocnstrução e quando chegar a hora do financiamento não vão ter condições de assumir altas prestações, esta preocupação já é demonstrada pelos agentes financeiros que já praticam taxas de 0,75% ao mês para impulsionar a busca pelo financiamento. como disse antes, esse aumento "bolha" é pura ganância das construtoras e incorporadoras somado a ganãncia de empresas imobiliárias e profissionais de venda completamente despreparados tratando os clientes como "investidores"...logo isso terminará e terminará mal. as construtoras já têm uma grande margem de lucro mas não ficam satisfeitas, não respeitam o fluxo normal de vendas pelo contrário quando o mercado responde bem eles vão lá e aumentam o preço justificando o INCC mas isso não é verdade. é por isso que o Brasil corre um grande risco e as construtoras não estão enxergando lá na frente que os clientes de hoje podem não conseguir o financiamento amanhã.

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