DIÁRIO DE NATAL - 27/nov/2009
Repórter: Luiz Freitas
Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
Duas realidades: modernos edifícios surgem ao fundo da paisagem, em contraste com a velha jangada.
O Diário de Natal inicia hoje uma série de três reportagens, que serão publicadas até o próximo domingo, sobre o bairro de Ponta Negra. De praia de veraneio nos anos 70, o local transformou-se numa pulsante área escolhida como lar por potiguares e gente de todo o resto do mundo, e também no principal pólo turístico e de lazer da cidade. A série mostrará a atmosfera peculiar deste lugar de muitas cores e sotaques, e chamará atenção para os problemas gerados em função do desenvolvimento desordenado. A primeira matéria apresenta as questões mais urgentes no que diz respeito ao meio-ambiente, ao urbanismo e à segurança.
Menina dos olhos de Natal, a praia de Ponta Negra já teve melhores dias. Ao longo dos últimos anos passou por um boom de vertiginoso crescimento. O preço a pagar também foi caro: no esteio dos dólares e euros investidos e circulantes no local, uma ciranda de problemas - sexo turismo, drogas, insegurança, atividades criminosas, máfia italiana. O natalense perdeu seu espaço e a grande festa deu lugar à decadência, aumentada pelo descaso. Questionado sobre o que mais o incomodava atualmente em Ponta Negra, um vendedor de quadros de origem nipônica respondeu: "As pessoas chegam e veem essa imagem negativa, ficam com a impressão de que todos por aqui são iguais, mas aqui tem gente honesta".
Segundo o presidente da Associação dos Trabalhadores Informais de Ponta Negra (Atipon), Marcos Martins, "ou o poder público perdeu todo o interesse em investir no principal cartão postal da cidade, ou está de braços cruzados esperando o Projeto Orla, que é para a Copa de 2014. Mas os problemas estão aí, os buracos sociais de Ponta Negra estão refletidos nos buracos de seu calçadão". Ele é o porta-voz de um grupo de aproximadamente 1,5 mil pessoas, entre empresários, ambulantes, barraqueiros, artesões e autônomos que dependem do turismo em Ponta Negra.
O grupo que ele representa reuniu-se em assembleia para discutir o que eles chamam de completa omissão do poder público em relação à praia, elegendo os principais problemas constatados no local, que vão da falta de infraestrutura adequada à falta de suporte para os trabalhadores, insegurança ou mesmo da divulgação daquele destino turístico às vésperas do início do verão. A lista é longa. O resultado, segundo eles, é que Ponta Negra vai minguando, esquecida pelos governantes, pelos turistas e pelo natalense, expatriado de sua praia.
Divisão
Seguindo o diagnóstico feito por quem vive Ponta Negra, a reportagem do Diário de Natal mostra que a praia sofreu uma divisão perceptível. Entre problemas comuns o trecho que vai do Morro do Careca até a subida da Avenida Erivan França está decadente e agoniza ao longo dos anos. Enquanto isso, passada a fronteira, o natalense volta a descobrir seus encantos.
O Diário de Natal inicia hoje uma série de três reportagens, que serão publicadas até o próximo domingo, sobre o bairro de Ponta Negra. De praia de veraneio nos anos 70, o local transformou-se numa pulsante área escolhida como lar por potiguares e gente de todo o resto do mundo, e também no principal pólo turístico e de lazer da cidade. A série mostrará a atmosfera peculiar deste lugar de muitas cores e sotaques, e chamará atenção para os problemas gerados em função do desenvolvimento desordenado. A primeira matéria apresenta as questões mais urgentes no que diz respeito ao meio-ambiente, ao urbanismo e à segurança.
Menina dos olhos de Natal, a praia de Ponta Negra já teve melhores dias. Ao longo dos últimos anos passou por um boom de vertiginoso crescimento. O preço a pagar também foi caro: no esteio dos dólares e euros investidos e circulantes no local, uma ciranda de problemas - sexo turismo, drogas, insegurança, atividades criminosas, máfia italiana. O natalense perdeu seu espaço e a grande festa deu lugar à decadência, aumentada pelo descaso. Questionado sobre o que mais o incomodava atualmente em Ponta Negra, um vendedor de quadros de origem nipônica respondeu: "As pessoas chegam e veem essa imagem negativa, ficam com a impressão de que todos por aqui são iguais, mas aqui tem gente honesta".
Segundo o presidente da Associação dos Trabalhadores Informais de Ponta Negra (Atipon), Marcos Martins, "ou o poder público perdeu todo o interesse em investir no principal cartão postal da cidade, ou está de braços cruzados esperando o Projeto Orla, que é para a Copa de 2014. Mas os problemas estão aí, os buracos sociais de Ponta Negra estão refletidos nos buracos de seu calçadão". Ele é o porta-voz de um grupo de aproximadamente 1,5 mil pessoas, entre empresários, ambulantes, barraqueiros, artesões e autônomos que dependem do turismo em Ponta Negra.
O grupo que ele representa reuniu-se em assembleia para discutir o que eles chamam de completa omissão do poder público em relação à praia, elegendo os principais problemas constatados no local, que vão da falta de infraestrutura adequada à falta de suporte para os trabalhadores, insegurança ou mesmo da divulgação daquele destino turístico às vésperas do início do verão. A lista é longa. O resultado, segundo eles, é que Ponta Negra vai minguando, esquecida pelos governantes, pelos turistas e pelo natalense, expatriado de sua praia.
Divisão
Seguindo o diagnóstico feito por quem vive Ponta Negra, a reportagem do Diário de Natal mostra que a praia sofreu uma divisão perceptível. Entre problemas comuns o trecho que vai do Morro do Careca até a subida da Avenida Erivan França está decadente e agoniza ao longo dos anos. Enquanto isso, passada a fronteira, o natalense volta a descobrir seus encantos.
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