Novo Jornal - 7 de julho de 2012
/ PONTA NEGRA / GRUPO REGISTRA RUÍNA DO CALÇADÃO E ESPERA FATURAR DINHEIRO COM O DESASTREA QUEDA DE parte do calçadão de Ponta Negra provocada pela má qualidade do piso e pela força do mar tem dado esperança de dias melhores para um grupo de pessoas da praia. Há uma semana uma turma amanhece na orla aguardando a destruição. Munidos de câmeras fotográficas e filmadora, o grupo registra as imagens da calçada caindo, ameaçando levar junto árvores e postes de alta tensão. O material tem sido oferecido para a imprensa local, nacional e até internacional.
Enquanto percorria a orla para verificar as condições do calçadão, a equipe do NOVO JORNAL foi abordada por um homem de crachá que o identificava como funcionário de uma corretora de imóveis com sede na praia. "Tem que ser uma grana boa. Só isso aqui está dando dinheiro para a gente", disse Walter Júnior, nome grafado no crachá apesar do rapaz ter se identificado como Chico PC. "É como eu sou conhecido", contou.
Para Walter, desgraça pouca é bobagem. Por dinheiro, o rapaz diz que ele e os colegas torcem para que o calçadão desabe cada vez mais. Desenvolvimento sustentável só o do próprio bolso. "Quando cai é uma felicidade. Hoje de manhã ficamos esperando o quiosque desabar, mas infelizmente ele só bambeou. Mas amanhã (hoje) acho que ele cai", afirmou.
A situação de degradação do passeio público chegou a tal ponto que hoje, no plantão da Justiça estadual, o Ministério Público vai entrar com um pedido de interdição de parte do calçadão da praia de Ponta Negra porque a própria prefeitura já afirmou que não tem condições (leia-se dinheiro) para fazer as obras de contenção e reforma da estrutura.
Segundo Walter, no grupo tem funcionários de estabelecimentos locais, ambulantes e pescadores. "Já ligamos para o Jornal Nacional e o Estadão para vender o material. Não tem ninguém profissional, somos amadores. Mas as imagens são ótimas. Tinha um cara dormindo na hora que a garrafa de cachaça dele voou longe", contou. A torcida de Walter Júnior pela depredação do patrimônio público tem um preço alto. A negociação é complicada. Para testar, a reportagem ofereceu R$ 5 mil. "O que é isso!? O material aqui vale muito dinheiro, amigo. Se não tem dinheiro, diga", respondeu com desdém.
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