Tribuna do Norte - 7 de Julho de 2012
Ricardo Araújo - repórter
A Promotoria de Defesa do Meio Ambiente pedirá à Justiça, na manhã deste sábado, o isolamento do calçadão da Praia de Ponta Negra. Os relatos de servidores da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) sobre o risco de queda de mais postes de iluminação pública, árvores frondosas, coqueiros e outros trechos do passeio público foram suficientes para que a promotora Gilka da Mata definisse a situação atual da orla da praia mais famosa da capital como "preocupante". A medida judicial será protocolada pela promotora Gilka da Mata no plantão judiciário do Tribunal de Justiça.
Adriano AbreuSemsur apresentou problemas durante reunião na sede do MP
"O que foi exposto é bem preocupante e não podemos perder tempo. Não posso deixar de protocolar o documento pedindo a interdição do calçadão. A situação geral da orla da praia oferece riscos à população e aos turistas", comentou a promotora Gilka da Mata. O pedido de intervenção do Ministério Público Estadual nos problemas ora vivenciados em Ponta Negra foi feito pela assessoria de gabinete do titular da Semsur, Luís Antônio Lopes. O secretário não compareceu à audiência realizada ontem, na sede da Promotoria, para a discussão de um projeto de revitalização da praia alegando problemas de saúde.
A secretária de Luís Antônio, Camila Machado, explicou à promotora os riscos de queda de árvores que servem como sombreiro para frequentadores da praia, bem como do risco de desmoronamento de novos trechos do calçadão, caso o tráfego de pedestres não for interrompido. Segundo Camila Machado, cerca de 90% dos coqueiros localizados nos trechos mais movimentados de Ponta Negra correm o risco de cair, assim como ocorreu com pelo menos três ao longo desta semana. A promotora Gilka da Mata afirmou, porém, que era preciso analisar a situação em detalhes para que nenhuma decisão fosse tomada de forma precipitada em relação à remoção dos coqueiros e de árvores em situação semelhante.
A promotora decidiu, baseada no relato da servidora da Semsur, solicitar judicialmente a interdição do calçadão da praia. "Em princípio, teremos que isolar os trechos que caíram e apresentam maiores riscos. A interdição total, porém, não está descartada", alegou Gilka da Mata. Somente no início da tarde de ontem, após alegar que não dispunha do material necessário para o isolamento dos trechos destruídos pela água, a Defesa Civil Municipal com o apoio de funcionários da Semsur, estendeu redes de proteção nos pontos desmoronados.
A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE passou quase duas horas na praia durante a tarde de ontem e não visualizou o trabalho de nenhum funcionário da Defesa Civil Municipal ou da Semsur, nem isolando áreas ou orientando a população sobre o risco de trânsito nos trechos destruídos. Os coqueiros que haviam caído durante a semana ainda permaneciam na praia e os banhistas reclamavam do descaso do Município. Os postes de iluminação pública, cujas estruturas de sustentação que anteriormente ficavam encobertas pelo calçadão, eram facilmente visualizadas. "Não adianta mais reclamar sobre a situação. O poste pode cair a qualquer momento em cima das nossas cabeças e a Prefeitura não retira", reclamou o locador de cadeiras que trabalha há 22 anos em Ponta Negra, Marco Antônio da Silva.
O diretor da Defesa Civil Municipal, Irimar Matos, afirmou que o serviço de isolamento das áreas afetadas foi realizado no final da manhã em parceria com servidores da Semsur. "Entre os quiosques cinco e oito, retiramos dois postes e isolamos o trecho. Vários pontos entre os quiosques cinco e 18 foram interditados", destacou Irimar Matos. Ele comentou que ao longo do final de semana, equipes da Defesa Civil irão monitorar as áreas interditadas, visto que, estão previstas marés altas para este sábado e domingo. No total, um trecho de quase 600 metros do calçadão já foram interditados.
Praia requer soluções coletivas
Os problemas na orla de Ponta Negra vão além do desmoronamento de trechos do calçadão. Enquanto o Executivo Municipal discute metodologias para conter o avanço do mar, a praia agoniza. São problemas antigos e recentes que desconfiguram um dos principais cartões postais do Rio Grande do Norte. Enquanto a água servida de ligações clandestinas de esgotos escorre pelas anilhas próximas às escadarias do Morro do Careca, a força do mar expõe raízes de árvores e coqueiros, cujo o risco de queda é iminente. A falta de infraestrutura básica complica ainda mais a prestação de serviços de ambulantes, locadores de cadeiras e guarda-sóis e de quiosqueiros.
"Todos os problemas afastaram os turistas. O número de visitantes caiu drasticamente, e os que estão aqui reclamam da sujeira, dos buracos no calçadão, da falta de chuveiro e banheiro público", relatou o quiosqueiro Agenor Dionísio Ferreira, que sustenta a família há 28 anos com o que vende à beira mar. Ele comentou, ainda, que durante quase três décadas de trabalho diário na praia, relembrava de uma Ponta Negra tão "esquecida pelo poder público".
Além dos coqueiros que haviam caído em decorrência da força das ondas do mar, muitas castanholas e outras árvores frondosas podem cair. Suas raízes estão expostas e a área de fixação com o solo, cada vez menor. Em algumas delas, os quiosqueiros improvisaram sacos com areia para preencher o espaço perdido pela raiz. Tudo com o intuito de impedir a queda e um possível acidente. Além disso, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), não realizou a limpeza de inúmeros coqueiros com a retirada dos frutos que podem cair e ferir banhistas e trabalhadores da praia.
Um outro problema é a acessibilidade: difícil para pessoas em perfeito estado de locomoção e quase inexistente para portadores de necessidades motoras que pretendem chegar até a areia. As rampas de acesso foram destruídas pelo avanço do mar, assim como as escadas. A impressão que se tem, quando se percorre o calçadão da praia de Ponta Negra, é de que tudo funciona na base do improviso.
E é improvisando uma escada, com sacos de areia e pedras, que o locador de cadeiras Marco Antônio da Silva consegue manter seu negócio. "Todo dia é a mesma rotina. Eu chego e vejo como irei montar uma escada para poder subir e descer para deixar as cadeiras pros clientes. A situação aqui está muito complicada. Nosso faturamento caiu por causa desse abandono da praia", relatou.
Mesmo com tantos problemas, Ponta Negra ainda é uma praia que desperta paixões. Sentada nas proximidades de um dos trechos do calçadão que desmoronou, a turista paulista Nancy Maldonado, admirava o vai e vem do mar. "Eu acho a praia linda, maravilhosa. Mas é preciso que o poder público se empenhe mais para resolver este problema. Natal é uma cidade linda com um povo muito acolhedor. É muito bom vir aqui, mas é preciso que os gestores cuidem mais", alertou a turista.
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1 comentários:
Senhora juisa Gilka da Mata,gostaria muito que a senhora lesse essa minha mensagem com muita atenção,quando aqui cheguei pela terceira vez ainda encontrei Ponta Negra com aquelas barracas sujas e horríves que envadiam as areia da praia.Quando a Prefeitura resolveu tira-las para que fizesse uma reurbanização fiquei muito feliz pois Ponta Negra merecia essa melhora para ficar mais bonita.Quando os quiosque foi dado aos antigos barraqueiros ele sabiam que teriam uma faixa limite para por suas mesas e cadeiras,os que receberam seus quiosque apois a rua Erivam França,ficaram com o limite menor .Não sei se a senhora se lembra que antes do calçadão ser feito a areia da praia beirava os portões das residências,com a construção do calçadão eles deicharam uma faixa de areia da praia coberta por plantas rasteira que servirião de proteção ao próprio,isso a senhora pode verificar perguntando aos moradores que ali permanesse e aos donos de hoteis e pousadas.Desde que aqui cheguei andavas todos os dias na praia,por motivo de saúde fiquei sem andar uns 4 anos.Quando as televisões comessaram amostrar que a maré estava destruindo o calçadão eu disse impossível de isso acontecer pois eles deixaram uma grande faixa de ladeirinha de areia para protege-la.Mes passado voltei a andar e pra minha surpreza aquela ladeirinha ou faixa de areia havia sumido e não foi a maré tenho certeza,esse calçadão ja tem alguns anos e maré tem desde que o mundo é mundo,como isso aconteceu?Os donos dos quiosque daquele lado ficaram com menor espaço para colocarem suas cadeiras com isso ganhariam menos que os do lado oposto,o que foi que eles fizeram aos poucos foram retirando areia derrubando a proteção do calçadão ate chegarem rente ao paredão conm isso eles começaram a colocar mais mesas só que para traz,rente ao paredão ,esse ano no periódo das marés elas emcontram caminho livre para entrae paredão a dentro retirando toda a areia que seguravam o próprio,até mesmo seus quiosques (que eu acho muito bem feito por teremagredido a natureza ficando sem poder trabalhar)quem tudo que nada tem.Se por acaso a senhora tenha dúvida do que eu estou lhe narrando,va até o hotel Manary e veja que dali em diante até o SESC o calçadão está perfeito,lá a areia que serve de proteção esta no seu devido lugar,pergunte aos donos de pousadas de hoteis como o Visual que teve que construi 2 escadas de madeira para que seus hóspedes possam aproveitar a praia que por sinal temuma boca de esgoto bem estourada ao lado do seu hotel.Eu ensinei aos meus filhos que respeitasse a natureza e não a distruisse,hoje eu digo aos meues netos que respeite e não deixe ninguemdestruir a natureza e eu vejo marmanjos ganansiosos destruindo o que a praia de Ponta Negra tem de mais bonito,fuei triste quando eu vi um turista dizer que Natal é propaganda enganosa e que não vai indicar aos amigos .Por favor doutora alguem tem que ser reponsabilizado por esse desatre,alguem tem que pagar bem caro por essa agressão a natureza que por sua vez se vingou destruindo essa linda praia,muito obrigado por ter lido oa minha revolta,meu nome é Vera Lúcia da Silva Marques tenho 68 anos e sou moradora da Rua Praia do Bessa 2122 Ponta Negra.
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