NOVO JORNAL - 21/jan/2010
Republicado no Substantivo Plural
Não se sabe ao certo quando tudo começou a fazer água. Desconfia-se que foi quando as lagoas de captação de Capim Macio, cavadas cada vez mais fundo, encontraram-se com os lençóis freáticos que, tadinhos, transbordavam nitrato por todos os lados, ou quando a maré, implacável, avançou decidida sobre as praias e engordou o Potengi, que não teve outra escolha a não ser roubar o espaço que outrora foi nosso, devolvendo, no processo, os entulhos e dejetos que pacientemente depositou sob a lama malcheirosa de seus mangues. Há quem defenda, no entanto, que foi apenas a mãe natureza, de saco cheio, que achou mais jogo contar com uma bela enseada no lugar onde um dia existiu Natal.
O certo é que a água foi tomando conta de tudo, de tantinho em tantinho, timidamente, incomodando pouco ou quase nada. Por incrível que não possa parecer, nossa elite só se apercebeu do ocorrido quando a Cena Urbana deixou de circular, depois que Vicente Serejo foi tragado junto com a Redinha pelos turbilhões aquosos. O burburinho rendeu muitas notas em blogs e foi assunto no Quartier Latin do Plano Palumbo, mas com uma semana morreu na praia. Talita Moema até comentou, mas só por Direct Messages. Desiludido, o professor João da Mata escreveu um artigo apaixonado no Substantivo Plural e chorou.
O vulgo, mesmo, só se tocou da onda quando o Patrulha da Cidade foi cancelado por falta de pautas, após a submersão da Guarita, do Passo da Pátria, do Canto do Mangue, de Igapó e de Felipe Camarão.
Micarla de Sousa e seus escafandristas, imersos até o pescoço em problemas herdados da gestão de João Rodrigues Colaço, ainda lutaram para substituir a Copa 2014 pelo Mundial de Esportes Aquáticos, na tentativa de garantir pelo menos um troco do governo federal, mas foi tudo em vão. Ao menos, naquele ano, ninguém estranhou quando Papai Noel desfilou de jangada.
Mais triste destino teve a governadora Wilma de Faria, que sequer conseguiu esboçar uma reação quando a lagoa sobre a qual foi construído o Centro Administrativo reivindicou seu antigo leito. Abraçada por dois ou três auxiliares mais fiéis (o resto debandou com as primeiras marolas), ela ainda prometeu que, até o fim do ano, instalaria uma bomba d’água no local. Não deu. Garibaldi, esperto, mandou a assessoria apagar qualquer registro de que ele já foi o Governador das Águas.
Na Câmara Municipal, os vereadores aproveitaram para refazer o plano diretor umas quatro ou cinco vezes, sem juros. Não se sabe o que aconteceu com a Assembleia Legislativa, pois de lá não vaza nada. Mas, um dia, quando os mergulhadores vasculharem no leito do oceano Atlântico em busca da perdida Cidade do Natal, quem sabe esta história virá à tona.
O certo é que a água foi tomando conta de tudo, de tantinho em tantinho, timidamente, incomodando pouco ou quase nada. Por incrível que não possa parecer, nossa elite só se apercebeu do ocorrido quando a Cena Urbana deixou de circular, depois que Vicente Serejo foi tragado junto com a Redinha pelos turbilhões aquosos. O burburinho rendeu muitas notas em blogs e foi assunto no Quartier Latin do Plano Palumbo, mas com uma semana morreu na praia. Talita Moema até comentou, mas só por Direct Messages. Desiludido, o professor João da Mata escreveu um artigo apaixonado no Substantivo Plural e chorou.
O vulgo, mesmo, só se tocou da onda quando o Patrulha da Cidade foi cancelado por falta de pautas, após a submersão da Guarita, do Passo da Pátria, do Canto do Mangue, de Igapó e de Felipe Camarão.
Micarla de Sousa e seus escafandristas, imersos até o pescoço em problemas herdados da gestão de João Rodrigues Colaço, ainda lutaram para substituir a Copa 2014 pelo Mundial de Esportes Aquáticos, na tentativa de garantir pelo menos um troco do governo federal, mas foi tudo em vão. Ao menos, naquele ano, ninguém estranhou quando Papai Noel desfilou de jangada.
Mais triste destino teve a governadora Wilma de Faria, que sequer conseguiu esboçar uma reação quando a lagoa sobre a qual foi construído o Centro Administrativo reivindicou seu antigo leito. Abraçada por dois ou três auxiliares mais fiéis (o resto debandou com as primeiras marolas), ela ainda prometeu que, até o fim do ano, instalaria uma bomba d’água no local. Não deu. Garibaldi, esperto, mandou a assessoria apagar qualquer registro de que ele já foi o Governador das Águas.
Na Câmara Municipal, os vereadores aproveitaram para refazer o plano diretor umas quatro ou cinco vezes, sem juros. Não se sabe o que aconteceu com a Assembleia Legislativa, pois de lá não vaza nada. Mas, um dia, quando os mergulhadores vasculharem no leito do oceano Atlântico em busca da perdida Cidade do Natal, quem sabe esta história virá à tona.
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