Foto: Rodrigo Sena
TURISMO - Fernandes disse que o governo vai aguardar os desdobramentos
O grupo espanhol Sánchez pediu concordada preventiva na cidade de Manresa, na região da Catalunha. Com uma dívida de 97 milhões de euros ou cerca de R$ 260 milhões, o grupo Sánchez é um dos investidores no projeto turístico Grand Natal Golf, nas praias de Pitangui e Jacumã, entre os municípios de Ceará Mirim e Extremoz. A notícia sobre o pedido de concordata preventiva do grupo Sánchez saiu no jornal espanhol “La Vanguardia” e foi repercutida no sábado, dia 22, no site de “elconomistas.es”.
Segundo o site espanhol, a imobiliária do grupo Sánchez foi afetada pela crise do setor imobiliário que começou nos Estados Unidos. O grupo Sánchez tem pesados investimentos em turismo de segunda residência em Alicante, na cosa do sol espanhola “e nas praias de Natal”, segundo o “economistas.es”, onde o grupo empresarial catalão investe R$ 38 milhões de euros ou em torno de R$ 122 milhões, considerando a cotação do euro, que ontem era de R$ 2,69.
A imprensa espanhola informava que o Grupo Sánchez tem como principais credores os bancos Caja Madri e Caixa Catalunya. Segundo o noticiário espanhol, a continuidade do grupo Sánchez passa pela vendas de suas promoções em Natal, de forma que possa manter avançadas as conversações com diversos investidores.
Parceiro do grupo Sánchez no empreendimento Grand Natal Golf, o empresário Paulo Vasconcelos de Paula disse que o pedido de concordada preventiva do grupo espanhol não vai afetar a continuidade do projeto turístico. Ele explicou que o empreendimento é da empresa SPEL, que detém as terras e as licenças de construção e nem é sócia do grupo Sánchez, que é parceiro no negócio.
Segundo ele, independentemente dessa parceria, o projeto vai sair como o previsto, pois tem um prazo de pelo menos dez anos para estar todo concluído. A SPEL inclusive emitiu nota, em que informa que “pelo fato de um de seus parceiros ter solicitado concordata preventiva de uma de suas empresas na Espanha, em face da crise imobiliária vivida naquele país”, não haverá descontinuidade do projeto turístico na praia de Pitangui.
“O projeto continuará o seu ritmo normal, haja vista que faz 17 anos que a SPEL o vem desenvolvendo, sendo única proprietária de toda área e das licenças aprovadas”, diz a nota assinada pelo diretor Wagner Luiz de Mello. Na nota, a SPEL também esclarece que tem firmado um contrato de parceria com o Banco UBS Pactual desde fevereiro de 2008, “como adviser financeiro e estratégico” para o empreendimento do Grand Natal Golf.
O secretário estadual do Turismo, Fernando Fernandes, disse que tão logo soube das noticias sobre a concordada preventiva da imobiliária do grupo Sánchez, telefonou para o governador em exercício Iberê Ferreira de Souza, bem como informou que a governadora Wilma de Faria, que se encontra em São Paulo, também foi informada do assunto.
Fernando Fernandes disse que o governo estava tranqüilo, mesmo entendendo que a crise imobiliária no mundo pode acabar afetando um setor que vinha em franco crescimento em Natal. “O governo cumpriu todos os seus compromissos com relação a apoio, construção de acessos e outras infra-estruturas”, disse o secretário.
Segundo o advogado Marcos Antônio Medeiros do escritório Ribamar Aguiar Advogados e Associados o pedido de concordata preventiva é uma opção que a empresa tem para evitar a falência. “É uma forma de tentar recuperar a empresa com pagamentos de seus débitos”. O pedido de concordata preventivo no Brasil não significa que empresa esteja falida, é uma forma de tentar tirar a empresa do vermelho pagando os débitos existentes. No Brasil grandes empresas já passaram por pedidos de concordata preventiva e conseguiram se recuperar. “Na Espanha a legislação pode ter outras implicações, mas acho que não muda muita coisa”.
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