Repórter: Viktor Vidal
Foto: Fábio Cortez/DN
Waldemir Bezerra comemorou a decisão do Conplan de liberar as licenças
O setor da construção civil recebeu com alívio a aprovação pelo Conselho Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (Conplan) da resolução que libera a Prefeitura de Natal a expedir o alvará de construção a cerca de 139 empreendimentos em Ponta Negra paralisados em função da falta de esgotamento sanitário do bairro.
A paralisação das obras, que já dura cerca de oito meses, trouxe uma série de prejuízos aos empreendedores. ‘‘Foi muito justa essa decisão do Conplan, pois as empresas planejaram, gastaram com projeto e não puderam construir por inoperância do poder público’’, avaliou o diretor do sindicato das empresas de construção civil (Sinduscon), Luiz Carlos Cavalcanti.
Na decisão do Conplan, a Prefeitura poderá expedir os alvarás a partir da conclusão de uma obra emergencial da Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Caern) que está ampliando a rede de esgotos do bairro. A previsão é que o serviço seja concluído no dia 15 de abril. De acordo com a resolução, a obra vai atender pelo menos mais 2.500 unidades habitacionais.
>>> Como se o problema em Ponta Negra fosse só o saneamento básico!! Antes de tais construções, o bairro precisa de muita mais infra-estrutura para não comprometer a qualidade de vida de seus moradores [e dos futuros moradores também!]. As investidas contra a brisa, a paisagem e a tranqüilidade continuam... Vamos ficar atentos.
Segundo Luiz Carlos Cavalcanti, o maior problema das construtoras foi não poder retornar o capital investido nas obras. ‘‘Esse prejuízo foi muito grande e difícil de quantificar’’. Ele reforçou o interesse do setor em firmar uma parceria público-privada para solucionar os problemas do sistema de esgotamento sanitário de Ponta Negra.
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Waldemir Bezerra, comemorou a decisão, mas também fez algumas ressalvas quanto aos prejuízos. ‘‘Ficar parado é correr riscos. Já perdemos investidores e podemos perder mais’’, disse. ‘‘Foi uma boa notícia, apesar de atrasada. Mas antes tarde do que nunca’’, acrescentou.
Outro prejuízo apontado por Bezerra diz respeito à geração de empregos. Levando em conta a contratação de 100 operários por obra, ele calcula que em 100 empreendimentos deixaram de ser gerados 10 mil empregos diretos. A paralisação atingiu ao todo cerca de 139 obras.
O outro lado
A reportagem tentou repercutir a aprovação da resolução com a promotora Gilka da Mata, na manhã de ontem, mas ela não atendeu aos chamados do telefone celular. A assessoria de comunicação do Ministério Público informou que também não conseguiu contato com a promotora.
SAIBA MAIS
A suspensão de alvarás ocorreu depois de uma recomendação do Ministério Público em julho de 2007. A promotora Gilka da Mata sugeriu que a companhia deveria priorizar, em regime de urgência, as obras necessárias à solução dos picos de saturação do sistema para evitar a continuidade de ‘‘extravasamentos detectados’’.
# Diário de Natal - 26/3 :: Conplam libera obras em Ponta Negra
3 comentários:
Caro YUNO
O fecho das suas matérias " precisamos ficar atentos" é muito importante. O lado interessado no adensamento em Ponta Nebra a qualquer custo joga com seu poderio econômico para conquistar apoio da opinião pública. Os cidadãos de Ponta Negra se organizaram não para impedir o progresso de Natal, das empresas do setor do mercado imobiliário, MAS PARA EXIGIR QUE ELES RESPEITEM O CIDADÃO QUE PAGA IMPOSTO E TEM DIREITO DE DIZER QUAL O BAIRRO QUE ELE QUER. Afinal vivemos numa democracia ou uma ditadura do poder econômico?
Outro alerta aos moradores, as comunidades devem procurar entender as estratégias elaboradas e jogadas na mídia pelos interessados apenas em expandir seus lucros milionários.
Devem procurar conhecer para que se destinam os órgãos existentes tais como,agências reguladoras de saneamento, conselhos ligados à temática saneamento, seus agentes e acompanhar também as notícias veiculadas na imprensa.
Para concluir, ouve-se que o cidadão natalense possui um baixo grau de participação cidadã, e eles apostam nisto para impor pela força do dinheiro o que bem quiserem quando se tratar de ocupar os espaços da cidade não apenas em Ponta Negra, mas em todos os bairros de Natal.
Bom comentário.
É isso que o natalense precisa compreender. Chegou o momento do natalense deixar essa inércia, sair dessa condição de baixo grau de participação.
Nós nordestinos somos avacalhados pelos donos do poder econômico da terra que escancaram as portas para os ricos de fora e desdenham seus conterrâneos pobres e sem conhecimento.
"Rapaziada", como dizia o sempre alto astral Edmar Viana, vamos descruzar os braços....
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