Rede de esgoto estoura em Ponta Negra e dejetos escoam para praia

Foto: Adriano Abreu

Dejetos da rede de esgoto estão escoando para a praia

O vazamento numa rede de esgotos na rua Francisco Gurgel, em Ponta Negra, nas proximidades do Hotel Esmeralda, levou sujeira e dejetos até a areia da praia. O esgoto corria a céu aberto, desde as primeiras horas da manhã, afugentando turistas e prejudicando os comerciantes do local. O transbordamento ocorre dias depois da fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb)

A tampa de uma das saídas da tubulação da Caern quebrou, provocando o vazamento de esgoto. Para evitar a poluição das águas, alguns barraqueiros escavarm uma vala na areia, represando as águas servidas que desciam pela rua acima da escadaria até o local de banho. Uma espécie de mini-lagoa de podridão se formou a poucos metros das cadeiras e guarda-sóis. Uma língua negra se formou no local.

“Chamamos a Caern, mas até chegarem a gente precisa dar um jeito, é nosso local de trabalho que está sendo agredido”, disse Luiz Antonio Correia, proprietário do ponto 45, enquanto escavava a areia para conter os dejetos.

Segundo o barraqueiro Adelson Cavalcanti, o rompimento de galerias e bocas de lobo não é freqüente nesta área da praia, ao contrário do que acontece nas proximidades do Morro do Careca. Para atrair os freqüentadores de volta à barraca, Adécio gastou cerca de dez vasilhames de desinfetante para lavar o calçadão próximo ao quiosque e a areia da praia. “O mau cheiro espanta todo mundo e a gente sobrevive disso”, justifica.

No sábado (17), uma fiscalização da Semurb identificou dois outros pontos de poluição em Ponta Negra. Um deles próximo ao Morro do Careca e que há muito tempo vem sendo denunciado pela TRIBUNA DO NORTE. Segundo o técnico fiscal da Semurb, Ivan Lopes, a tubulação por onde vazava o esgoto no sábado, 17, era da Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern), que foi autuada e multada. O valor da multa varia entre R$ 300 e R$ 1.600.

O comerciante paulista Luis Bessa, de férias em Natal, lamentou a situação da praia. “É no mínimo desconfortante se deparar com dejetos. Natal é uma cidade turística e seu principal cartão postal nada em esgoto? Onde estão os governantes que deixam isso acontecer?”, questionou.

Segundo informações da assessoria de imprensa da Caern, o acumulo de lixo obstruiu a rede de esgoto. O vazamento foi contido por volta das 11h da manhã.

Audiência Pública sobre os acessos à praia de Ponta Negra

CONVITE À POPULAÇÃO DE PONTA NEGRA

A Promotora Rossana Mary Sudário convida a todos/as para:

AUDIÊNCIA PÚBLICA

DATA: 30.JULHO.2010
HORA: 10h

LOCAL: 28ª Promotoria Pública (Meio Ambiente) - Rua Floriano Peixoto, 550 Petrópolis (esquina com a Rua Mossoró)

PAUTA: ACESSOS À PRAIA DE PONTA NEGRA.

Essa é mais uma boa causa. Vamos juntos buscar uma solução para os acessos/escadarias que foram bloqueados. Aguardamos todos/as.

Movimento Filhos de Ponta

Ponta Negra: acusado de matar bebê de sete meses é preso

Nominuto.com - 23/jul/2010, por Thyago Macedo | Fotos: Elpídio Junior

Fabiano Carneiro, o Pretinho.

"Pretinho" foi preso nesta sexta-feira (23). Ele é suspeito de ter assassinado uma criança durante tentativa de chacina em junho.

O sentimento em Ponta Negra na tarde desta sexta-feira (23) é de alívio e justiça. Depois da prisão de Fabiano Carneiro Cunha, de 25 anos, familiares e moradores da Vila de Ponta Negra foram até a delegacia do bairro protestar. "Pretinho", como é conhecido, é acusado de ter matado um bebê de sete meses no mês passado, em uma tentativa de chacina.

Ele vinha sendo procurado desde o dia 26 de junho, data do crime, e foi detido por policiais do 4º Batalhão da Polícia Militar, no fim da manhã desta sexta-feira. De acordo com o capitão Ivisson, Pretinho estava escondido em uma casa de Nova República, na Zona Norte de Natal.

"Há duas semanas nós recebemos a denúncia da própria população que ele havia se mudado para o local. Com isso, nós passamos a monitorar para tentar prendê-lo. Hoje, fomos até a casa e encontramos além do Pretinho, um irmão dele e um sobrinho, que ainda tentaram se livrar de drogas", esclarece.

O irmão de Fabiano é Fabio Carneiro da Cunha e o sobrinho dele é um adolescente de 16 anos. Os três foram detidos e encaminhados ao 15º Distrito Policial, em Ponta Negra. Depois que souberam da prisão dos suspeitos, os familiares do bebê assassinado foram até a unidade policial.

A mãe dele, Alessandra do Nascimento, de 21 anos, chegou bastante abalada e revoltada. Nervosa, ela chegou a dizer que queria matar Pretinho, mas, ao se acalmar ela declarou que está aliviada com a prisão.

"Estou mais aliviada. Sei que a prisão dele não vai trazer a vida do meu filho de volta, mas, agora espero que ele fique na cadeia. Quero ver ele mofar na prisão", disse a mulher em meio as lagrimas.

Por volta das 13h40, sob um forte esquema de segurança, a Polícia Militar fez a remoção do irmão de Pretinho e do sobrinho dele da delegacia. Ao passar por um corredor de policiais, os dois acusados ouviram gritos de "assassinos" da população.

O caso

Na noite de 26 de junho, moradores da rua Morro do Careca, mais conhecida como Treme-Terra, participavam de uma festa de criança. No fim da noite, um carro passou pelo local com pelo menos quatro homens dentro.

Eles começaram a atirar contra as pessoas que estavam no local. Um dos disparos acabou atingindo o bebê de sete meses, que morreu na hora. A tentativa de chacina também deixou outras cinco pessoas baleadas.

Acusado de matar bebê na Vila de Ponta Negra é preso pela PM


Uma operação realizada pelo 4º Batalhão da Polícia Militar conseguiu prender, no final da manhã desta sexta-feira (23), um dos acusados de matar o bebê na Vila de Ponta Negra, no dia 26 de junho. A prisão aconteceu na baixada do Parque da Floresta, na Zona Norte de Natal, por volta das 12h.

De acordo com informações do coronel Aribaldo, após denúncia anônima, a Polícia Militar conseguiu localizar a casa onde possivelmente o acusado, identificado como Fabiano Carneiro da Cunha, 25 anos, estaria morando. Ele foi encaminhado para a 15ª DP.

O coronel afirmou que no momento da prisão, o acusado não estava portando arma ou drogas, mas tentou fugir e foi capturado. A operação começou por volta das 10h desta sexta.

Fabiano Carneiro é suspeito de participar de grupo que atirou em pessoas em uma rua na Vila de Ponta Negra, Zona Sul de Natal, no final do mês de junho. Cinco pessoas foram baleadas e um bebê de seis meses foi morto.

Praias impróprias prejudicam Turismo

Foto: Adriano Abreu

A maioria das praias urbanas de Natal está imprópria para banho, de acordo com o mais recente monitoramento da balneabilidade das praias da Grande Natal, dentro do Programa Água Azul, que é executado em parceria com instituições públicas do Estado que cuidam do meio ambiente e recursos hídricos. Pela capital potiguar ser um dos cinco principais destinos turísticos do país, a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) se preocupa com a possibilidade de o problema afetar negativamente o setor, fazendo com que o fluxo de visitantes diminua, uma vez que a cidade é mostrada como um local de sol e belas praias.

Das 30 praias monitoradas pelo Programa Água Azul, oito estão com água imprópria para banhoSegundo dados do mais recente monitoramento da balneabilidade das praias da Grande Natal, das 30 praias onde é feito o controle no estado, oito estão impróprias, sendo todas na capital. Os locais nos quais as pessoas não devem tomar banho são Ponta Negra (acesso principal), Mãe Luíza, Miami, Areia Preta, Praia do Meio, Artistas, Forte e Redinha. No relatório anterior, a praia de Ponta Negra encontrava-se própria para o banho.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) no RN, Enrico Fermi, a poluição nas praias natalenses ainda não tem se refletido na captação de turistas, uma vez que as pessoas só ficam cientes da questão quando já estão em Natal. Entretanto, ele diz que as pessoas que visitam Natal reclamam bastante ao se deparar com praias impróprias para o banho e ao voltar para as cidades de origem, elas divulgam o fato, o que pode fazer com que possíveis turistas deixem de vir para o Estado.

Para Fermi, essa questão deve ser resolvida o mais rápido possível e o saneamento tem que ser encarado como prioridade, assim como a infraestrutura. Ele cita o projeto do emissário submarino, que deverá levar o esgoto da Zona Sul de Natal até alto-mar, como uma possível solução, mas lamenta que o processo de sua implantação seja demorado, por precisar cumprir diversos trâmites. “O processo da democracia é trabalhoso, mas é imprescindível que seja encontrada uma solução rapidamente”, conclui.

Caern

De acordo com a Caern é realizada uma fiscalização das áreas litorâneas de Natal e não foram constatados vazamentos de esgotos que tenham gerado poluição nas praias da capital identificadas como impróprias. Os técnicos da Caern atribuem o comprometimento da balneabilidade ao uso indevido das galerias de água pluvial pelos usuários, que fazem ligações clandestinas de esgotos, gerando poluição nas praias.

Embora conhecidas as causas do problema, a Companhia aponta dificuldades para solucioná-lo. “A Caern não tem poder de polícia nem autorização para entrar nas residências e punir quem liga esgoto clandestinamente ou lança as águas servidas nas vias públicas”, explica o gerente da Regional Natal Sul da Caern, Lamarcos Teixeira. Segundo ele, a justificativa de que as pessoas fazem ligação clandestina pela falta de saneamento não procede. Isso porque em todas as praias onde foi detectado alto índice de poluição, a Caern possui sistema de esgotamento funcionando normalmente.

Uma iniciativa para evitar o transbordamento de esgotos no trecho da orla que fica perto de Mãe Luiza é a readequação da Estação Elevatória de Esgotos do Relógio do Sol, que coleta os esgotos do bairro. Mãe Luíza já teve 100% da rede de esgotos assentada, faltando apenas o final dos testes e início das operações da Estação de Tratamento de Esgotos do Baldo para interligar essa rede. Até lá, a Companhia pede que a população denuncie os casos de ligações clandestinas de esgotos, evitando que a balneabilidade daquele trecho fique comprometida.

Em Ponta Negra, rotina é a mesma

Uma das praias consideradas impróprias para o banho é Ponta Negra, cartão postal de Natal. Na manhã de ontem, apesar da placa posicionada no calçadão, bem próximo ao principal acesso à praia, indicar a situação da água, muitas pessoas entravam no mar, aparente sem se importar com a poluição no local.

Comerciantes e prestadores de serviço que atuam no local afirmam que poucas pessoas notam a sinalização a respeito da qualidade da água e os visitantes não costumam se queixar do problema. “Tem turista que reclama da sujeira na areia, mas da qualidade da água, nunca ouvi queixa. Acredito que a maioria nem perceba a sinalização”, conta o taxista Ivan Ângelo, que trabalha há 10 anos na praia.

Foi o caso da artista plástica de São Paulo, Zenaide Herlein, que demonstrou surpresa ao ser questionada se não a preocupava a água do local estar classificada como imprópria. “Se eu tivesse percebido a placa com a indicação, certamente não teria ficado na praia. Estou com duas crianças e uma delas está apresentando alergia, que pode até ter sido causada pela água”, lamenta.

Já Maria Núbia Souza estava atenta e optou por nem ficar na areia por muito tempo. A natalense, que hoje mora em Brasília, diz ser um absurdo as autoridades deixarem Ponta Negra ficar nesse estado. “O jeito é procurar outra opção de lazer, que não ofereça risco à saúde da minha família. Vou tomar banho de ducha, agora”, brinca, ao mesmo tempo em que demonstra indignação com o fato.

Moradores de Ponta Negra denunciam quantidade de crianças nas ruas

* Fonte: InterTV Cabugi | in360 RN - 14/07/2010


Elas limpam para-brisas, vendem objetos, doces ou simplesmente pedem. Cenas como estas estão ficando comuns em Ponta Negra.

A denúncia é grave. De acordo com moradores, está cada vez maior o número de crianças nas ruas próximas a um shopping em Ponta Negra. Em menos de uma hora no local, a equipe de reportagem flagrou algumas delas.

Um menino brinca na calçada enquanto o adulto dorme próximo à ele. Outro garoto atravessa a rua com uma cesta básica que recebei de algum motorista. Uma mulher que não quer se identificar, conta que situações assim são comuns.

“Existe vandalismo, prostituição, exploração dos pequenos para que os transeuntes tenham pena, dê dinheiro, dê alimento”

Ela também conta que já acionou várias vezes o Conselho Tutelar e o SOS Criança. Mas não viu providências.

“O Conselho Tutelar não passa. O SOS Criança que era pra passar pelo menos uma vez por semana, isso não existe mais. Se existe é em outros bairros. No nosso bairro não existe. Eu passo de manhã, de tarde e de noite ali, almoço e janto fora, faço tudo fora e vejo. Se o Conselho Tutelar ou o SOS Criança passasse, não existia criança.”

Os moradores também reclamam da insegurança. Dizem que falta policiamento e que casos de assaltos e arrombamentos de carros têm sido comuns pela vizinhança.

“Também tá acontecendo ultimamente arrombamentos de carros na nossa calçada. Invasão de domicílio, como na minha casa hoje às 5 horas da manhã, pularam o muro, entraram e eu acordei com o vândalo dentro do meu quarto. Isso acontece de manhã, de tarde e de noite”, denuncia a testemunha.

I Fórum sobre Polícia Comunitária da Região Metropolitana de Natal

[Imagem: Ficha de Inscrição - clique para ampliar]

Convidamos todos/as os moradores da Zona Sul a participarem do:

I Fórum sobre Polícia Comunitária da Região Metropolitana de Natal

Local: Hotel Praia Mar - Ponta Negra
Data: 20 e 21 de Julho, terça e quarta feiras próximas.

No dia 20.07, à noite, acontecerá a abertura.

No dia 21.07, a programação tem início às 8h00 da manhã, com o café da manhã e se estenderá até às 17h00. A organização informa também que o almoço e lanches estão incluídos na infra-estrutura do evento.

Informações:

Nevinha - Movimento Filhos de Ponta - 3219-4078 | 8723-4079
Fátima Leão - AMPA - 3236-3209 | 9984-6555 | 8703-2243

A situação das praças do Conjunto Ponta Negra

por Rodolfo Alves

>>> clique nas imagens para ampliar
PRAÇA VARELA BARCA
R. Praia Jardim de Alá - Ponta Negra Natal - RN, 59094-250











Lixo por Toda Parte















Lixeiras destruídas e abarrotadas de lixos
Várias lixeiras foram roubadas e/ou totalmente destruídas).


PRAÇA HENRIQUE CARLONI
R. Praia de Camboinhas - Ponta NegraNatal - RN, 59092-030











Mais um banco quebrado
Mato em toda praça, atrapalhando a caminhada dos moradores

Parque e quadra poliesportiva destruídas










PRAÇA ECOLÓGICA DE PONTA NEGRA
R. Praia do Rio Doce - Ponta Negr Natal - RN














Lixeiras abarrotadas e lixo espalhado pela a Praça Ecológica de Ponta Negra











O mato invade o calçadão da Praça Ecológica de Ponta Negra
Banco quebrado (bancos quebrados e mato enfeiam todas as praças do bairro).


PRAÇA TANCREDO NEVES

R. Praia de Itamaracá - Ponta Negra Natal - RN











Lixeiras quebradas e lixo espalhado pela praça











Vandalismo e brinquedos sem resistência nenhuma

Brinquedos mal construídos
Mais vandalismo

>>> clique nas imagens para ampliar

Matagal toma conta de obra


Em toda obra pública, comumente, existe uma placa sinalizando o seu início e fim, bem como o volume de recursos financeiros nela aplicado. Este não é o caso da construção da lagoa de drenagem de águas pluviais da rua Praia de Muriú, margeando as dunas ao lado do conjunto Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, cujas obras se arrastam há algum tempo e antes de sua conclusão, o matagal já toma conta da área urbanizada.

A lagoa de drenagem já armazena um volume considerável de águas pluviais, mas, pelo menos três operários da Construtora LR ainda trabalhavam, ontem à tarde, no desmatamento do corredor interno, que está sendo urbanizado para servir de calçadão.

Do lado externo, o mato já tomou conta do calçadão que foi construído, assim como dos bancos de madeiras. A Semurb informou que encontra-se em andamento na Semopi o projeto de uma praca (um espaço de convivência) que será construído no entorno da lagoa em obras. A propositura é do vereador Hermano Morais e está em análise, devendo ocorrer a licitação ainda esse ano.

Em relação à obra da lagoa, a Semurb informou que não está parada. Quanto ao lixo e o mato existente no entorno da obra, a Semurb informou que uma equipe será enviada ainda essa semana para providenciar a limpeza, e dessa forma, atender o pedido dos moradores que estão incomodados com a situação.

Mateus Zauli Sena: o surf coroa mais um atleta de Ponta Negra


































[clique nas imagens para ampliar]

Foto 1: Cláudio Damangar | Foto 2: Eros Sena

"Queridos amigos!

Não estou me aguentando de tanto orgulho! O meu pequeno Mateus esteve em Pernambuco competindo e saiu de lá campeão [categoria: até 10 anos]!!

Mando fotos para dividir esse momento com vcs! A felicidade dele está estampada em cada uma delas!! Esse moleque vai longe!!!!!

beijos!"

Fernanda Zauli
www.surftv.tv.br

Ofício Aspoan: Denúncia - Aterramento de Ponta Negra

Ofício nº 004/2010
Natal, 14 de março de 2010

EXMO.SR.
DR. FÁBIO NESI VENZON
DD. PROCURADOR DA REPÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

SR. PROCURADOR,

No ano passado no dia 16 de agosto, encaminhanos a V. Exma. O e-mail* que segue abaixo com a denúncia sobre o Aterramento de Ponta Negra, novamente hoje, recebemos esta denúncia onde a pessoa que nos informou das negociações adiantadas para o aterramento de uma faixa de 86 m de largura na praia de Ponta Negra.

Na época não recebemos nenhum comunicado de V.Exma. Sobre esta questão, entretanto gostaríamos de marcar neste final de mềs uma Audiência para discutirmos esta questão específica.

Ficamos no aguardo de uma resposta e nos colocamos à inteira disposição.

Atenciosamente,

Francisco Iglesias
Presidente Aspoan

ASPOAN - Associação Potiguar Amigos da Natureza
. Membro do GI-GERCO – Grupo de Integração Gerenciamento Costeiro/Conama/MMA
. Membro da Coordenação do GT Clima do Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais
. Membro do GT de Desertificação da ASA - Articulação do Semi-Árido
. Membro da RMA – Rede Mata Atlântica
. Membro da CAN - Climate Action Network
. Membro do Conerh - Conselho Estadual de Recursos Hidrícos
. Membro da CIEA - Comissão Interinstitucional de Edicação Ambiental do RN

######## * e-mail/ofício * ########

Ofício nº 025/2009
Natal, 16 de agosto de 2009

EXMO.SR.
DR. FÁBIO NESI VENZON
DD. PROCURADOR DA REPÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

ASSUNTO: DENÚNCIA – ATERRAMENTO DE PONTA NEGRA

SR. PROCURADOR,

A nossa vice-presidente, Dra. Regina Kotke, esteve no dia 13 de agosto, em um jantar ** convocado pela Secretaria Municipal de Turismo da Prefeitura de Natal, com todas as modalidades médicas da cidade, a fim de que capitaneassem os congressos de médicos para nossa cidade para fortalecer o turismo local.

** Médicos agora são embaixadores do turismo da cidade - 14/ago/2009
[www.natal.rn.gov.br/noticia/ntc-1094.html]

Acontece que ela ficou chocada assim como nós com a afirmação feita por um dos palestrantes de que a Prefeitura Municipal do Natal, estava contatando uma empresa portuguesa, que fez o aterro do Flamengo, para efetuar estudos para o aterramento da Praia de Ponta Negra,

É uma novidade absurda. A Prefeitura não consegue cuidar da praia de Ponta Negra com coisas simples como a limpeza da mesma, mas, já pensa em fazer uma obra absurda e polêmica, destruindo um dos mais belos patrimônios paisagísticos do nosso estado e do Brasil.

Gostaríamos que V.Exma confirmasse a veracidade das afirmações realizadas durante este jantar e quais seriam as reais pretensões da Prefeitura nesta questão.

Sem mais nos colocamos à inteira disposição.

Carta aberta à prefeita e aos vereadores de Natal

Rodolfo Alves

por Rodolfo Alves

Publicitário, Esp. em Gestão Pública e Produtor Cultural. Seu modo de fazer - textos curtos, críticos, bem humorado e de fácil entendimento.

Carta publicada na seção Colunas da Diginet - 7/jul/2010

Moro no bairro de Ponta Negra desde que nasci e nunca vi tanto abandono, coisas erradas e enganação pública, a negligência desleixada da prefeitura parece corroborada por vereadores omissos com o nosso bairro, onde falta tudo. É hora de respeitar o cidadão que não é esquecido na hora de enviar o carnê do IPTU, reajustado a cada ano, sem oferecer contrapartida alguma pelo reajuste, nem justificativa, nem o básico do básico. Um lugar seguro para se andar, nem pensar.

Neste bairro, imensos buracos deixam as ruas intransitáveis, em dias de chuva, verdadeiras crateras assemelham o cenário a um imenso rally. Um dos exemplos mais críticos é a Rua Praia de Areia Branca, também o estado lamentável da praça em frente à lagoa de captação. Aqui temos calçadas irregulares, linhas de ônibus que evitam determinadas ruas e, cortando caminho, não obedecem horário nem itinerário, prejudicando estudantes e trabalhadores. Aqui saneamento básico é utopia, um grande índice de casos de dengue é realidade. Temos praças recauchutadas, mas sem nenhuma estrutura além de uma pintura verde, com iluminação incompleta, bancos quebrados, 1,5m de mato, lixeiras destruídas ou abarrotadas de lixos, quadras poli-esportivas quebradas e sem a mínima segurança. As autoridades não lembram das promessas feitas e esquecem as competências e responsabilidades que lhes deviam ser compridas.

Telefonar, protocolar, reclamar, pedir, implorar, de nada adianta. Isso tudo é em vão, por ora se fazem de surdos, inventam desculpas, o responsável pelos serviços está sempre em reunião ou não se encontra. Às vezes renovam-se as promessas: "logo uma equipe estará no local para iniciar os serviços". Estes senhores deveriam se envergonhar de ocupar um cargo altamente remunerado, deixando um bairro importante até para o turismo neste estado. Se fossem estes funcionários de empresa particular, se fossemos nós os verdadeiros patrões, com poderes demissionais, certamente já teriam perdido o emprego por negligência, falta de produtividade e fraco empenho.

Fica a nota de repúdio e mais um brado de revolta. Até quando vai ser assim?

Ofício Aspoan: árvores da Hermes da Fonseca

Ofício nº 003/2010
Natal, 15 de março de 2010

EXMO.SRA.
DRA. ROSSANA SUDÁRIO
DD. PROMOTORA DE MEIO AMBIENTE DE NATAL

Vimos através desse encaminhar via email os quesitos levantados por nós referente à obra de destruição pela SEMOB- SECRETARIA DE MOBILIDADE URBANA na Avenida Salgado Filho, entre as Av. Bernando Vieira e Alexandrino de Alencar.

Dessa forma, solicitamos à esta egrégia Promotoria que faça todos os esforços necessários para proteção dessa importante paisagem de Natal que é um direito de todos.

Sem mais nos colocamos à inteira disposição.

Atenciosamente,

Francisco Iglesias
Presidente Aspoan

ASPOAN - Associação Potiguar Amigos da Natureza
. Membro do GI-GERCO – Grupo de Integração Gerenciamento Costeiro/Conama/MMA
. Membro da Coordenação do GT Clima do Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais
. Membro do GT de Desertificação da ASA - Articulação do Semi-Árido
. Membro da RMA – Rede Mata Atlântica
. Membro da CAN - Climate Action Network
. Membro do Conerh - Conselho Estadual de Recursos Hidrícos
. Membro da CIEA - Comissão Interinstitucional de Edicação Ambiental do RN

#################

Relação de Questões para o Ministério Público sobre a proposta da SEMOB para o aumento de 1,50 m da largura da Avenida Salgado Filho, entre a Av.Alexandrino de Alencar e a Av. Bernando Vieira, onde segundo o projeto seriam derrubadas cerca de 50 árvores.

1) Qual será o impacto desta alteração no transito da cidade?
2) Existem outras maneiras de melhorar o transito sem destruir as árvores?
3) Qual é a temperatura na sombra que aquela área se apresenta ao meio dia?
4) Qual é a temperatura que aquela área terá sem as árvores?
5) Qual é a importância paisagística daquelas árvores?
6) Como a retirada das árvores vai afetar a sensação térmica daquele lugar?
7) O Midway com um extenso paredão de concreto afeta a temperatura do lugar?
8) O trecho onde as árvores serão removidas não são a continuidade paisagistíca da Av. Hermes da Fonseca?
9) Pode se medir o custo de colocar novas árvores do mesmo tamanho no mesmo lugar e na mesma quantidade? Se pode? Qual seria?
10) Justifica-se a retirar das árvores com o consequente aumento da temperatura para uma retificação de 1,50 neste trecho?
11) Qual será o impacto da retirada das árvores neste trecho?
12) Qual é o número de pedestres que transitam por aquele local diariamente?
13) Qual é a importância da beleza da arborização para diminuir a sensação da selva urbana naquele lugar?
14) Aquele trecho pode ser considerado diferenciado do restante da cidade?
15) Qual é a temperatura daquele lugar no asfalto hoje na sombra?
16) Qual será a temperatura ali no asfalto depois que for retirada as árvores?
17) Esta intervenção pontual pode melhorar o transito da cidade?
18) Como pedestres e motoristas serão afetados com a retirada das árvores?
19) Aquele espaço pode ser considerado uma ilha de temperatura amena dentro do calor da cidade?
20) Quais são as temperaturas da região em torno desta? Em torno do Midway? Em torno do IFRN?
21) Como comparar economicamente o que mais valioso para cidade: manter a arborização daquele trecho ou retira-lá para retificar a rota da Av. Salgado Filho em um trecho tão pequeno?
22) Depois da Av. Bernado Vieira no sentido do Centro Administrativo vai haver ampliação da largura da Avenida Salgado Filho?
23) Qual será o prazo em se implantando este projeto para que a arborização adquira as mesmas caractéristicas hoje existentes naquela lugar?
24) Qual é o impacto desta alteração no fluxo dos ônibus no trecho?
25) Quais são as consequências para qualidade de vida e saúde da população a falta de arborização?
26) Como as pessoas são afetadas pelo calor?
27) Qual é a importância destas árvores para a questão climática local?
28) Qual é o valor de sequestro de carbono feito por estas árvores?

Maratona Fotográfica APHOTO: Thyrone B. Domingos






























































































Maratona Fotográfica APHOTO [novembro/2009]


Imagens de Thyrone B. Domingos
. www.flickr.com/photos/thyrone

Maratona Fotográfica APHOTO: Adriana Kellen

















































































Maratona Fotográfica APHOTO [novembro/2009]


Imagens de Adriana Kellen
. www.adrianakellenn.blogspot.com
. www.flickr.com/photos/adrianakellen

Ofício Aspoan: Morro do Careca, monumento natural das Américas

SOLICITAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE MONUMENTO NATURAL DAS AMÉRICAS

ASPOAN - Associação Potiguar Amigos da Natureza

. Representante civil no CNRBMA – Conselho Nacional da Reserva de Biosfera Mata Atlântica 2001/2005
. Membro da Coordenação do GT Clima do Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais
. Membro do GT de Desertificação da ASA - Articulação do Semi-Árido
. Membro do Conselho Fiscal da RMA – Rede Mata Atlântica


Ofício nº 040/2004

Natal, 9 de Agosto de 2004


EXMA.SRA.
DRA. MARINA SILVA
DD. MINISTRA DO MEIO AMBIENTE
ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS BL B BRASÍLIA DF

SRA. MINISTRA,

A cidade do Natal possui uma beleza paisagística única, são o Morro do Careca juntamente com a Barreira do Inferno que forma um complexo ecológico importantíssimo, o Parque das Dunas que é uma dos últimos resquícios de floresta Atlântica no extremo Norte, o estuário do Rio Potengi, etc. E quanto mais instrumentos tivermos para garantir a preservação dessas áreas melhor para o país, melhor para todos aqueles, moradores ou turistas possam usufruir desse patrimônio.

Em 1940 foi acordada entre várias nações americanas a CONVENÇÃO DE WASHINGTON PARA A PROTEÇÃO DA FLORA, DA FAUNA E DAS BELEZAS CÊNICAS NATURAIS DOS PAÍSES DA AMÉRICA, que foi promugalda pelo Brasil conforme decreto do Senado Federal de nº 058054 , de 23 de Março de 1966.

Por essa Convenção vários importantes Monumentos Naturais podem ser indicados e receber esse título que julgamos importante.

Nesse sentido vimos solicitar que o Morro do Careca juntamente com a Barreira do Inferno que formam um ecossistema único e mais o Parque das Dunas do Natal sejam declarados MONUMENTOS NATURAIS DAS AMÉRICAS conforme preconiza a CONVENÇÃO DE WASHINGTON PARA A PROTEÇÃO DA FLORA, DA FAUNA E DAS BELEZAS CÊNICAS NATURAIS DOS PAÍSES DA AMÉRICA.

Esperamos que essa proposta seja analisada por V.Senhoria e que possa dar início a esse processo de declaração a essas áreas tão importantes.

Aguardamos uma resposta e nos colocamos à inteira disposição.

Atenciosamente,

Francisco Iglesias
Presidente Aspoan


############# Resposta #############

Caros Colegas,

Segue mensagem com solicitação sobre assunto de competência deste gabinete. Gentileza fazer devida análise.

Cordialmente,

João Sassi

#####

Prezado Senhor Francisco Iglesias,

Escrevo acusando recebimento de sua mensagem. A mesma foi encaminhada à Chefia de Gabinete para devida análise.

Aproveito o contato para agradecer a confiança depositada neste ministério e na figura da ministra Marina Silva. Os problemas e as dificuldades são múltiplos; nossa missão, buscar soluções para os mesmos. O empenho e o interesse da Associação Potiguar Amigos da Natureza em fazer parte deste processo são, para nós, motivo de real contentamento, pois a consciência popular segue sendo o nosso maior capital.

Atenciosamente,

João Sassi
Assessor Especial
Ministério do Meio Ambiente

Às custas da natureza - parte 4/4

Por Moriti Neto

>>> Continuação:

Impactos da ausência

Expansão urbana incompatível com infraestrutura sanitária, escassez de oferta de serviços públicos eficientes, degradação dos recursos naturais e concessões pouco criteriosas fornecidas pelo Poder Executivo, colocaram o Ministério Público como ator chave do processo de revisão do Plano Diretor de Natal. Uma ação foi acatada pela Justiça para impedir regras que ensejariam um super adensamento do solo sem infraestrutura. A medida também contemplou pedidos de proteção da paisagem e da ventilação da cidade, com a proibição de construções verticalizadas na área de contorno da “Unidade de Conservação Parque Estadual Dunas do Natal Jornalista Luiz Maria Alves”, considerado o segundo maior parque urbano no Brasil. “Os maiores desafios dos gestores englobam o respeito às normas de ordenamento urbano, o investimento em estudos ou diagnósticos ambientais e em saneamento básico”, ressalta Gilka da Mata.

Para o arquiteto Francisco Iglesias, as autoridades do Executivo pecam por falta de planejamento e conhecimento “Não há planejamento por parte de quem concede as licenças. Não são estudados o volume de consumo de água, a capacidade de abastecimento, a questão dos resíduos sólidos, tudo relacionado ao aumento da população. Natal é a única prefeitura de capital, no Brasil, administrada pelo Partido Verde (PV). Só que os verdes, em alguns casos, estão mais para marrons, pois corroboram a destruição ambiental. Sobre o governo estadual, eles não sabem nada. Tem projeto de construtora espanhola para 230 mil pessoas no litoral norte sem estudo apropriado. Imagine o impacto disso. Os governantes consideram a questão ambiental restritiva, só levam em conta o custo de uma política ambiental séria e não os benefícios futuros”, analisa

Na questão ambiental, a ausência das autoridades é notada na preparação das políticas públicas. O Brasil carece de legislação própria para projetos de saneamento. O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Cícero Onofre defende a criação de um sistema público de esgoto sanitário. “Um sistema público de esgoto sanitário significa qualidade de vida. Não podemos continuar infiltrando esgoto no solo, como no caso de Natal, e beber a água na ponta”, observa. Sobre a construção indiscriminada dos empreendimentos imobiliários, ele avalia: “Precisamos de sistemas mais amplos de pesquisa, mais até do que os estudos de impacto. Necessitamos de avaliações estratégicas no caso de pressão populacional e imobiliária. Isso, se desejarmos evitar crimes maiores dos que já aconteceram e acontecem”.

Às custas da natureza - parte 3/4

Por Moriti Neto

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Saneamento básico, uma questão à parte

As construções que proliferam no Rio Grande do Norte trazem outro sério dilema. O saneamento básico é questão que aflige ambientalistas e pesquisadores. Para resolver a contaminação do lençol freático por nitrato, um sistema de coleta de esgoto com estações de tratamento precisaria de grandes espaços e alto investimento. E necessitaria, ainda, de mão-de-obra especializada em escala considerável.

Com a urgência sanitária e a falta de um destino útil para o esgoto tratado, como a reutilização da água para fins industriais e irrigação, optou-se pela construção de um emissário submarino, em Natal. O sistema resolveria o problema da falta de saneamento para cerca de 40% da cidade, mas sua implantação ainda esbarra na falta de estudos de impacto ambiental, pois não foi considerada a atividade pesqueira em Ponta Negra. Pouco se conhece sobre a fauna marinha da área, as amostras de dados são insuficientes para fazer uma modelagem computadorizada sobre a dinâmica costeira – medindo ventos e correntes marinhas –, fatores fundamentais para assegurar o funcionamento. “A pressa para resolver o problema é justamente para permitir um maior adensamento e a verticalização na zona sul da cidade, onde ficam Ponta Negra e outros bairros nobres. Afinal, querem resolver o problema da falta de saneamento ou intensificar a especulação imobiliária?”, indaga o arquiteto potiguar Francisco Iglesias.

Após quatro anos de debates, foi constatada a necessidade de um tratamento prévio antes que o esgoto chegue ao mar. Inicialmente, o emissário submarino teria apenas um tratamento primário, mas a movimentação dos ambientalistas garantiu ao projeto o tratamento secundário, em março de 2010, quando o Ministério Público apresentou laudo realizado por técnicos da Universidade de São Paulo (USP). “A intenção da empresa concessionária do serviço de esgotamento sanitário em Natal, teve início em março de 2008. Mas a proposta inicial de implantar um emissário foi fundada em um estudo de impacto ambiental muito superficial e incompleto. Os estudos oceanográficos foram considerados insuficientes e não havia a contemplação de um dos estudos mais importantes no que diz respeito a emissários, que é o de modelagem computacional, que tem a função de realizar simulações para avaliar as condições de balneabilidade da praia, se a praia ficará própria ou imprópria para o banho”, enfatiza a promotora do meio ambiente de Natal, Gilka da Mata.

Dessa maneira, foram recomendados estudos de alternativas de destino final dos esgotos coletados, tendo em vista que o emissário constava praticamente como única opção. No último dia 19 de março, em audiência pública, a comissão da USP apresentou uma parcial das conclusões que revelaram a necessidade de estudos complementares. Em decorrência das contribuições e das informações fornecidas, o Ministério Público adicionou questões complementares aos peritos, que estão elaborando parecer final. “Ao encaminhar os quesitos finais, o Ministério Público (estadual e federal) pediu aos peritos que respondessem questões relativas à necessidade de instalação de um emissário, já que Natal é um município costeiro cuja principal fonte de renda vem do turismo, calcado na balneabilidade e beleza de praias e do mar, e que a qualidade da água, segundo campanhas de balneabilidade, é própria para banho. Também questionou se em cidades costeiras de países desenvolvidos, cuja economia é fundada também no turismo de balneários, o reuso não seria uma tendência em detrimento de emissários submarinos”, esclarece a promotora.

Às custas da natureza - parte 2/4

Por Moriti Neto

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Terra fatiada: os figurões e o sofrimento nativo

A ambição dos construtores não atinge somente a capital. O litoral do Rio Grande do Norte também é vítima da voracidade. Projetos de hotéis resort, campos de golfe e condomínios dividem as mesmas dunas e lagoas três ou quatro vezes. Estudos deveriam equacionar esse problema, pois a conta é simples. Tem-se uma duna e uma lagoa e o ideal seria saber quantos resorts e campos de golfe elas comportam. No entanto, a ausência de critérios técnicos rígidos faz com que o bolo tenha de ser repartido por todos.

E as dezenas de investidores não se contentam com “fatias”. Existe uma guerra para levar o bolo todo. Há construtores potiguares associados com grupos da Espanha, Portugal, Noruega, Itália e Inglaterra, muitos contando com garotos-propaganda de peso, como o jogador Ronaldo "Fenômeno" e o ator Antonio Banderas, no Grand Golf Hotel, e o astro do futebol inglês David Beckham, em um resort em Cabo de São Roque. Eles emprestam nomes e rostos para megaprojetos que seriam construídos no litoral do estado.

Beckham, representando os interesses da duquesa de York, fez o marketing em Cabo de São Roque, tentando convencer a comunidade que a construção seria um ótimo negócio, com a possibilidade de criar uma escolinha de futebol para compensar as perdas sociais de pescadores e rendeiras. Porém, o local abriga reserva natural protegida por lei federal, fato que provocou intervenção da União e paralisou o projeto. Já o Grand Golf Hotel, propagandeado por Ronaldo e Banderas, agora rebatizado Pólo Turístico Ecológico e Aventura de Pitangui e Jacumã, passará por alguns ajustes. Um Termo de Compromisso Ambiental foi firmado entre o Ministério Público e a construtora responsável pela obra, para estabelecer critérios nos municípios de Extremoz e Ceará-Mirim.

“Sabemos por aqui que, além dos cachês, esses figurões ganharam participação imobiliária nos empreendimentos. Muitos destes projetos ainda nem saíram do papel, outros nem obtiveram licenças ambientais, alguns tentaram construir em cima de áreas de preservação ambiental e muitos investidores sumiram após a crise global que se instalou na economia mundial a partir do segundo semestre de 2009. Mas os projetos existem e tem outdoors com os rostos deles estampados”, diz Yuno Silva.

A maioria dos projetos se concentra no litoral norte, numa distância de até 120 km de Natal. Um deles, quando concluído, terá uma área que poderia transformá-lo na quarta cidade do estado em extensão, erguendo mais de 40 mil unidades habitacionais. Comprar terras nessas áreas é extremamente lucrativo. Quilômetros de faixas litorâneas são adquiridos, o que, além de inflacionar o mercado, cria uma expectativa equivocada de progresso, que tropeça na especulação imobiliária. Anteriormente comercializados em moeda nacional, os trechos hoje têm unidades avaliadas em milhões de euros, reflexo da supervalorização gerada pelo excesso de capital especulativo.

Os estrangeiros se aproveitam do apelo publicitário e das condições precárias dos nativos que, por sua vez, esquecem as próprias raízes familiares, vendendo terrenos a baixas quantias. Na realidade, a cultura nativa é massacrada aos poucos. Os habitantes são expulsos da beira mar. Investidores fazem ofertas por distritos inteiros, propondo manter a comunidade no local com um cruel sistema de comodato e período estabelecido. Muitas pessoas ficaram sem terra e não viram o tão falado desenvolvimento. É fato comprovado pelos próprios construtores que a mão-de-obra para erguer os empreendimentos não utiliza potiguares por falta de qualificação e 80% dos postos de trabalho são ocupados por trabalhadores de outros estados.

A falsa promessa de progresso gera frustração em quem já vendeu a propriedade e não tem perspectivas de qualificação profissional para enfrentar a nova realidade, pois não há um programa de inclusão social. A partir disso, surge a explosão de subempregos temporários e informais, além da marginalização das novas gerações, privadas do consumo, sendo o turismo sexual uma das consequências mais graves. Entre 2003 e 2007, o Rio Grande do Norte recebia, semanalmente, voos fretados com 300 homens solteiros, de 25 a 45 anos, oriundos da Europa. Existem registros de aeronaves que chegaram a ser desviadas graças à atuação de entidades civis que pressionam o poder público e buscam enfraquecer a cadeia sexista, que envolve desde o agente de viagem na origem, passa pelo taxista, até chegar a donos de hotéis e pousadas.

Às custas da natureza - parte 1/4

Por Moriti Neto

Segunda menor capital do Brasil, atrás apenas de Vitória (ES) e entre as maiores densidades demográficas do país, a cidade de Natal (RN) enfrenta desafios como a própria fragilidade ambiental e urbanística – ocupação do solo, transporte público, saneamento básico – que vem desde o massacre dos índios potiguaras pelos portugueses, passando pela invasão estadunidense durante a Segunda Guerra Mundial.

A cidade foi construída sobre dunas e se abastece com água dos lençóis freáticos. O sistema de saneamento básico é fundamentado na utilização de fossas que contaminam com nitrato as reservas de água potável. Dona de uma beleza natural ímpar, a cidade sofre, também, com o desordenamento da construção civil e veículos envelhecidos circulando em sua área. No processo de urbanização, o povo natalense foi envolvido pelo deslumbramento econômico conquistado à custa das belezas naturais. A migração de pessoas de outros estados brasileiros e países estrangeiros, visando à exploração, transformou Natal numa babel com conflitos de identidade. Apenas recentemente, com a finalidade de equilibrar progresso e qualidade de vida, surgiram movimentos organizados e a mentalidade local começou a mudar.

Em agosto de 2006, com o objetivo de chamar atenção da população para o caso dos "espigões de Ponta Negra" (como ficaram conhecidos os prédios que seriam construídos ao lado do Morro do Careca, monumento natural de Natal), surge o SOS Ponta Negra, que logo amplia seu raio de atuação e abraça outras questões, como Plano Diretor, saneamento básico, trânsito e os segmentos social, cultural e comunitário.

O jornalista Yuno Silva, paulistano de nascença, mas morando em Natal há 28 anos, é um dos líderes do movimento. Em agosto de 2006, iniciou uma cruzada pela preservação do Morro do Careca e da praia de Ponta Negra – principal cartão postal natalense – quando viu anúncios de apartamentos ao lado do monumento natural. “Comecei a pesquisar. Primeiro, para saber se alguém fazia ideia do absurdo que a especulação imobiliária estava prestes a cometer com o aval da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente. Segundo, para verificar a legalidade das obras. E, por último, como poderia reverter a situação, apelando para o bom senso”, lembra.

Yuno passou 20 dias recolhendo informações e decidindo se estaria disposto a dar uma guinada na vida pessoal e carreira profissional. Ciente de que enfrentaria interesses políticos e econômicos, sabia que muitas portas iriam se fechar na sua área de atuação. “Mas, felizmente, muitas outras portas se abriram e mergulhei de cabeça na militância ambiental, comunitária e sociocultural voluntária”, conta.

Com a criação de um blog (sospontanegra.blogspot.com) para denunciar a situação, ele conseguiu que o assunto ganhasse dimensão. E, em menos de 20 dias, a prefeitura suspendeu as licenças de construção na área para realizar novos estudos de impacto ambiental. “Vale esclarecer que não sou contra a construção de empreendimentos imobiliários, mas, sim, a favor da paisagem, do crescimento equilibrado das cidades, do desenvolvimento responsável. Infelizmente, esse papo de sustentabilidade ainda é pouco praticado pelas pessoas”, explica Yuno.

O grande problema das construções em Natal, como em tantas partes do Nordeste, é a falta de pesquisas para erguê-las. Investidores estrangeiros chegam com euros e compram grandes faixas da região, degradam o meio ambiente, tendo a conivência de políticos e empresários locais.

Além disso, a cultura nativa é massacrada e não há oferta de qualificação profissional. A inclusão social e o desenvolvimento real do turismo, que são algumas das propagandas alardeadas pelos “investidores”, não acontecem. “Tais fatores só aumentam o abismo social que, historicamente, é acentuado. Consequentemente, a violência cresce. Precisamos de parceiros e não de patrões. Queremos respeito e benefícios duradouros”, reivindica o jornalista.

ETE do Baldo e Emissário Submarino podem reduzir poluição nas praias

Tribuna do Norte - 30/jun/2010
Foto: Emanuel Amaral

Falta de saneamento básico é um dos principais fatores para a poluição frequente na praia de Ponta Negra, próximo ao Morro do Careca

Fatores naturais contribuem para que as praias urbanas de Natal sejam consideradas “as mais limpas do Brasil”, segundo o geólogo Ronaldo Fernandes Diniz, mesmo considerando - “sem muita dificuldade” - que as praias “seriam 100% próprias para o banho” se a cidade fosse toda saneada e esse serviço funcionasse sem nenhum problema.

Como professor do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (IFRN), Ronaldo Diniz é um dos responsáveis pelo monitoramento da balneabilidade das praias da Grande Natal, dentro do Programa Água Azul, que é executado em parceria, desde 2001, com instituições públicas do Estado que cuidam do meio ambiente e recursos hídricos.

Diniz reconhece que a deficiência dos serviços de saneamento básico não ocorre só em Natal, é um problema do Brasil. Ele acha que a partir da entrada em funcionamento da estação de tratamento do Baldo e da construção do emissário submarino em Ponta Negra alguma coisa possa melhorar na questão da balneabilidade das praias da cidade.

Mesmo o governo tendo anunciado que até o fim do ano 60% da área de Natal estará saneada, ele ainda acha “muito pouco”. Apesar disso, Diniz afirma que as praias de Natal são tidas como mais limpas do que as praias de Fortaleza (CE) e Recife (PE), por exemplo, primeiro, porque as correntes costeiras de sudeste, comum no litoral do Rio Grande do Norte, contribuem “para diluir” os dejetos que são jogados nas praias urbanas da capital potiguar.

Segundo Diniz, existem outras variáveis que explicam o fato de uma semana uma praia estar imprópria para o banho e em outras não, como as chuvas. “Quando chove um dia, todos os dejetos são carreados para as praias”, disse ele, mas se chove mais de dois ou três dias, a cidade fica limpa e não polui mais as praias.

Outro exemplo, dado por ele, ocorreu na semana passada, quando sete praias da Grande Natal, estavam impróprias para o banho, porque apareceu uma corrente costeira, evitando a diluição dos dejetos, que terminaram “prensados” entre o mar e as praias. Outro fator que contribui para a poluição da orla, segundo ele, são as ligações clandestinas de esgotos, que ocorrem em praias, como Ponta Negra, sobretudo no Morro do Careca.

Agora, o fator que mais contribui para que haja a diluição dos dejetos, informou Diniz, porque predomina no litoral ao Sul e Norte de Natal são as correntes de sudeste. Já em Fortaleza, diz ele, ocorre justamente o contrário, as correntes que vêm do norte não deixam a sujeira sair da orla da capital cearense.

A TRIBUNA DO NORTE tentou falar com a direção da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), mas não conseguiu. A assessoria de imprensa informou que dentro de um mês, possivelmente, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Baldo deve entrar em funcionamento. Só então, as ligações da rede de domiciliar de esgoto deve ser ligada à rede central de saneamento básico, em bairros como Candelária, Mãe Luiza e Nova Descoberta.

Banhistas não se importam com avisos

Mesmo com o aviso de que a praia estava imprópria para banho, algumas pessoas não se incomodaram com isso. No fim da tarde de ontem, pelo menos 11 surfistas aproveitavam as ondas da praia de Miami, onde existe uma placa do Projeto Água Viva, informando que a praia está contaminada.

Outras pessoas tomavam banho na praia de Miami até mesmo por desatenção, como a turista Glória Nelo Silva, que estava em companhia de uma irmã e os dois filhos delas. “Não prestei atenção, se tivesse visto não estaria tomando banho”, afirmou ela, que agora disse que vai para Ponta Negra.

Já a dona de um quiosque na praia de Miami, Francisca Soares Hilário, disse que “se houvesse cuidado com o esgoto, não havia isso aqui”. Assim mesmo, ela disse que os banhistas “não estão nem aí” com os avisos de que a praia “não presta pra tomar banho”.

Antônio Marcos da Silva é acreano e há três meses está fazendo um curso de aperfeiçoamento no Corpo de Bombeiros em Natal. Hospedado num hotel da Praia do Meio, ele disse que já tinha visto o aviso de praia “imprópria” para banho, por isso, só aproveita a praia para caminhar no calçadão. “Quando está assim, não tomo banho de jeito nenhum”.

Hélio Andrade é morador de um dos grandes edifícios de Areia Preta. “Aqui quem desce mais para tomar banho e jogar bola na praia é o pessoal de Mãe Luiza”, afirmou ele, acrescentando que a classe média que reside nesse complexo de apartamentos de alto luxo “têm suas casas de praia em Muriu, Pirangi” e outras praias fora do perímetro urbano de Natal, onde passam o verão ou os fins de semana.