Mini-emissário: obra não tem data definida

Publicação: 15 de Julho de 2011 às 00:00
O mini-emissário submarino para atender o desague pluvial do sistema de drenagem de Capim Macio, ainda não possui data definida para ser iniciado. O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema RN) já concedeu a licença prévia ao Município há cerca de dois meses. O documento é válido até maio de 2013. 

A empresa responsável pelas intervenções é a Queiroz Galvão. De acordo com o titular da Semopi, Dâmocles Trinta, existem aproximadamente R$ 5 milhões disponíveis para a obra dentro de um contrato que inclui  drenagem, pavimentação e urbanização da zona Sul, que soma mais de R$100 milhões.

Para a obra do mini-emissário submarino, especificamente,  a Promotoria de Defesa do Meio Ambiente entrou com uma ação na Justiça. A promotora Gilka da Mata solicitou ao Judiciário Potiguar que a avaliação da viabilidade do projeto fosse feita pelo Idema e não pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), mesmo o empreendimento sendo de responsabilidade do Município. 

Apesar da licença prévia ter sido concedida pelo Idema, existem nove condicionantes que devem ser cumpridas pelo Município para que a licença permanente não seja inviabilizada. "Nos detemos aos impactos que poderiam ser causados ao meio ambiente e à questão da balneabilidade da praia de Ponta Negra. Não haverá riscos, visto que, será água da chuva drenada para o mar", esclareceu o coordenador do Idema, Sérgio Luiz Macêdo. 

O mini-emissário servirá para conduzir ao mar a água excedente das cinco lagoas de captação situadas entre Capim Macio e o conjunto Ponta Negra. "Quando a capacidade das lagoas estiver no limite, as bombas serão acionadas para enviar a água excedente para uma unidade chamada de "stand-pipe", que ficará na rótula das Avenidas Roberto Freire com a Via Costeira. De lá, por gravidade, a água escoará para o mar", disse Sérgio.    De acordo com Dâmocles Trinta, a Construtora Queiroz Galvão poderá entregar os projetos executivos da obra na próxima semana. "Nosso objetivo é entregar tudo pronto no final do ano que vem", disse. 

Faixa de areia de Ponta Negra pode ser alargada

Em matéria publicada no site da Prefeitura de Natal no dia 14 de agosto de 2009, havia a informação de que a praia de Ponta Negra passaria por uma intervenção urbanística. Em evento para apresentar o projeto "Natal - Cidade Eventos", comentou-se a possibilidade de aterrar a praia em 86 metros mar adentro. A faixa de areia passaria a ter 100 metros e o calçadão teria 15 metros de largura.   Já em 2010, o então secretário municipal de Turismo adjunto, Sandro Pacheco, disse que o projeto do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), incluía um projeto batizado de "engorda" da praia de Ponta Negra. Era justamente a ampliação da faixa de areia e do calçadão. O atual secretário municipal de Turismo, Tertuliano Pinheiro, foi procurado pela equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE para comentar se o plano de "engordar" a praia ainda faz parte dos projetos do Prodetur. O secretário, porém, não foi localizado e nem retornou às tentativas de contato telefônico.

Mini-emissário

Principais Condicionantes 

- O empreendedor não poderá efetuar qualquer intervenção na área  antes da emissão da Licença de Instalação;

- O empreendedor fica ciente que, quando do início da operação do emissário, o Município de Natal deverá ter Lei específica no sentido de coibir as ligações clandestinas de esgotos ao Sistema de Drenagem de Águas Pluviais, bem como estabelecer penalidades para seus infratores;

- O empreendedor deverá executar, conforme cronograma, os Programas de Monitoramento da Biota Aquática para composição de um banco de dados com intuito de avaliar as alterações ambientais;

- O empreendedor deverá solicitar a Licença de Instalação, no mínimo, 45 (quarenta e cinco) dias antes do prazo de validade.

Coleta seletiva volta em Ponta Negra

Cidades
Edição de quarta-feira, 29 de junho de 2011 

A partir desta quinta-feira, os moradores de Ponta Negra poderão voltar a separar o lixo orgânico do reciclável para que os resíduos tenham a finalidade adequada. Pelo menos é o que promete a Prefeitura de Natal com o relançamento, às 9h de amanhã, na sede da Associação de Moradores de Ponta Negra, do programa de Coleta Seletiva, que estava parado há quase um ano. O trabalho será feito através de cooperativas de catadores de lixo, envolvendo 200 trabalhadores, somando-se aos 180 que atualmente recolhem 200 toneladas de resíduos. A meta agora é ampliar a coleta para 600 toneladas. A possibilidade de um novo contrato com a Prefeitura de Natal promete aos catadores um aumento significativo nos rendimentos, que poderão pular de R$ 200 para cerca de R$ 500. 

Equipes da Urbana estiveram ontem visitando os bairros onde serão reiniciados os trabalhos, entregando cartilhas e conscientizando os moradores a colaborarem com a coleta seletiva. O primeiro passo é o morador aderir à coleta autorizando colar na residência umadesivo que o identificará como um colaborador ambiental. Segundo, explica o gerente de Meio Ambiente da Urbana, Heverton Rocha, é imprescindível a participação do morador que é quem vai fazer a primeira separação do resíduo seco e do molhado. "O seco ele entrega ao catador, como vidro, plástico, papel, metais e até caixinhas de leite e creme de leite, por exemplo. Já o molhado será recolhido pela coleta domiciliar normal", orienta Heverton, explicando que o adesivo vai facilitar o trabalho do catador, que muitas vezes perde tempo visitando residências que não doam o material, preferindo que o carro coletor leve para o aterro. 

Os dias da coleta seletiva em Ponta Negra serão terça e sábado, a partir das 8h. Posteriormente, o trabalho vai se estender aos bairros de Alagamar e Capim Macio. Na próxima semana, será a vez de Cidade Satélite, Pitimbu e Planalto. "A intenção é retomarmos as atividades e conseguirmos novamente chegar a toda Natal", disse Heverton. Os moradores interessados na coleta seletiva deverãoligar para a gerência de Meio Ambiente, através do telefone 3232.8763. Esse número também serve para reclamação.

Segundo representantes de cooperativas, a coleta vai possibilitar um aumento considerável na renda dos catadores de R$ 200 para, pelo menos, um salário mínimo ao mês. De acordo com o presidente da Cooperativa de Materiais Recicláveis (Coopcicla), Francisco das Chagas Rocha, apesar de muitos catadores terem se afastado agora estão retornando. "A nossa expectativa é de que com a assinatura do contrato com a Prefeitura de Natal, o rendimento de um catador ultrapasse os R$ 500 ao mês e possa contribuir inclusive com a previdência social", disse ele. 

Tempo fechado para o turismo potiguar

Economia
Edição de domingo, 24 de julho de 2011 

Após registrar crescimento de 11% em 2010, setor vê procura pelo RN cair no primeiro semestre
Alex Costa // Especial para O Poti //alexcosta.rn@dabr.com.br 

Após fechar o ano de 2010 com a marca de 1,65 milhão de turistas nacionais e estrangeiros e apresentar um crescimento de 11,81% em relação a 2009, Natal parece ter entrado em uma escala decrescente em relação ao número de visitantes. As estatísticas do primeiro semestre de 2011 ainda não são conhecidas, mas quem lida diariamente com a atividade tem sentido no bolso a diminuição significativa dos visitantes.

Um dos principais cartões-postais da cidade, a praia de Ponta Negra já viveu dias mais memoráveis. "Faltam eventos, falta infraestrutura, falta tudo". As palavras do comerciante e barraqueiro Francisco Canindé, 57, mais conhecido por Seu Chico, tendem a refletir a imagem da orla com pouco movimento. Há seis anos trabalhando no local, Seu Chico afirma que ano após ano vem observando uma queda no número de turistas, principalmente estrangeiros.


Mesmo sem números oficiais, comerciantes sentem a diminuição do número de turistas, reflexo da competição com outros destinos Foto:Fábio Cortez/DN/D.A Press
De fato, o incremento do número de visitantes em 2010 se deu pela procura 13,77% maior de turistas brasileiros - que somaram 1,52 milhão de visitantes, respondendo por 92,69% dos turistas que vieram à capital potiguar. Esse número já havia crescido 10,37% em 2009. Enquanto isso, o número de estrangeiros vem caindo rapidamente. Em 2009, efeito da crise econômica que assolou a Europa, Natal recebeu minguados 131.303 estrangeiros, uma queda de 24,12% em relação ao ano de 2008. No ano passado, esse número caiu para 120.591 visitantes (redução de 8,16%) chegando a uma participação de apenas 7,31% do total de turistas.

Segundo os comerciantes e vendedores, a ausência dos sotaques regionais e línguas gringas são notáveis este ano. "Compramos em menor volume, pois estamos vendendo em menor quantidade", afirmou o lojista da orla de Ponta Negra, Luiz Augusto, 37.

"A coisa está tão feia que nós só abrimos os guarda-sóis nos finais de semana ou em dias muito ensolarados. Os meses de junho e julho também não foram muito amigáveis para o turismo numa cidade conhecida pelo sol. Tem chovido muito e não tem muito mais o que fazer aqui, senão desfrutar da praia", argumentou Rosário Silva, 36, vendedora em um quiosque há 10 anos.

Os comerciantes reclamam em termos gerais da falta de banheiros e espaços bancários, além dos esgotos, que são os principais motivos de reclamação dos turistas. "Se chegam na barraca, perguntam onde tem tal coisa e eu digo que não tem, como as pessoas vão encarar essa carência?", questiona Rosário.

"É certo que se eles vêm aqui uma vez e vêem todo esse desmantelo, não vão querer voltar nunca mais", afirmou Seu Chico, citando os trechos da praia que sofrem com o esgoto a céu aberto, cujo mau cheiro espanta os clientes e repugnam os turistas. De acordo com o comerciante, a queda foi drástica em comparação com o mesmo período de 2009, e no ano passado os reflexos da falta de propaganda e de infraestrutura já começaram a demonstrar o início da queda e da baixa procura do destino.

Os bugueiros também notaram a queda na procura pelos passeios pelo litoral e pelas dunas. De acordo com Marcos Farias, nunca se ouviu falar de um ano tão ruim para o negócio. "Ainda conseguimos nos destacar porque sabemos vender o nosso peixe, e damos garantia do serviço que oferecemos", frisou. "Acontece que a malha viária da nossa cidade é muito pobre: buracos, lama em estradas que servem para guiar os turistas. Como mostrar a cidade e as suas belezas se ela não está bem cuidada?", completa.

Marcos disse ter ouvido comentários negativos dos turistas brasileiros que já levou em seu veículo e não titubeou em dizer: "A vergonha que a gente fica é muito grande, porque contradiz em muito os reclames feitos sobre a cidade. Falta melhorar muita coisa", afirmou o bugueiro. 

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Para o aposentado Horácio Friedman, 64, de Brasília, "o clima interfere na baixa procura e no vazio das praias. As pessoas procuram ir mais aos centros de artesanato e shoppings", disse. Segundo ele, a sua esposa e os amigos sentiram falta de eventos culturais, e passam a maior parte do tempo usufruindo dos restaurantes. "Não há muita opção de lazer, mas temos que saber aproveitar tudo, mesmo que seja comendo muito", completou.

Para Silvio Lacerda, 37, turista vindo de Belém (PA), a expectativa sobre a cidade era positiva. Silvio disse que se gostar da cidade pretende comprar um imóvel na cidade, sob a garantia de vir passar férias com mais frequência. "O pacote turístico que me foi vendido falava muito bem da cidade, dos eventos e do lazer da região. Vamos conferir e ver se isso é realmente possível de se fazer em Natal. Estou confiante", colocou.

Além da falta de eventos e atrações, bem como o não favorecimento do clima, a ausência do investimento direto ao consumidor na divulgação de Natal como local turístico interfere na baixa procura pelo destino. Em contato com o empresário português Samuel Moreira, que reside na cidade de Setúbal, em Portugal, nos últimos anos não tem sido mais tão visível placas sinalizando a capital potiguar como destino turístico. Samuel afirmou que sempre preferiu o Brasil como destino para suas férias, mas que encontrou melhores lugares que Natal em suas andanças.

"Estive em Natal com minha família em 2009. Todos nós gostamos, porém encontramos lugares mais baratos no Nordeste brasileiro e com mais opções de lazer. O Ceará foi o lugar que mais gostamos de ir, até por conta do preço mais em conta", relatou o turista português. Todos os anos, Samuel viaja com a esposa e a filha e confirma a inexistência do destaque de pacotes de viagem para Natal, sendo a referência de Nordeste Brasileiro a cidade de Fortaleza.

Outro ponto que afasta os turistas, também de outros estados brasileiros, é a vantagem e maior facilidade em se viajar para o exterior. Além de representar o maior índice de procura em época de baixa estação no hemisfério sul, as terras dos mares do Caribe vêm oferecendo melhores condições fiscais, sem contar com o trabalho forte na mídia internacional no que se refere à propaganda de estímulo para conhecer estas regiões tidas como paradisíacas, o que as torna altamente convidativas.