Audiência Pública sobre os acessos à praia de Ponta Negra
Ponta Negra: acusado de matar bebê de sete meses é preso
Fabiano Carneiro, o Pretinho.
Acusado de matar bebê na Vila de Ponta Negra é preso pela PM
Praias impróprias prejudicam Turismo
Moradores de Ponta Negra denunciam quantidade de crianças nas ruas
* Fonte: InterTV Cabugi | in360 RN - 14/07/2010
Elas limpam para-brisas, vendem objetos, doces ou simplesmente pedem. Cenas como estas estão ficando comuns em Ponta Negra.
I Fórum sobre Polícia Comunitária da Região Metropolitana de Natal
[Imagem: Ficha de Inscrição - clique para ampliar]
A situação das praças do Conjunto Ponta Negra
R. Praia de Camboinhas - Ponta NegraNatal - RN, 59092-030
Parque e quadra poliesportiva destruídas
Banco quebrado (bancos quebrados e mato enfeiam todas as praças do bairro).
R. Praia de Itamaracá - Ponta Negra Natal - RN
Matagal toma conta de obra
Mateus Zauli Sena: o surf coroa mais um atleta de Ponta Negra
[clique nas imagens para ampliar]
"Queridos amigos!
Não estou me aguentando de tanto orgulho! O meu pequeno Mateus esteve em Pernambuco competindo e saiu de lá campeão [categoria: até 10 anos]!!
Mando fotos para dividir esse momento com vcs! A felicidade dele está estampada em cada uma delas!! Esse moleque vai longe!!!!!
beijos!"
Fernanda Zauli
www.surftv.tv.br
Ofício Aspoan: Denúncia - Aterramento de Ponta Negra
Natal, 14 de março de 2010
EXMO.SR.
DR. FÁBIO NESI VENZON
DD. PROCURADOR DA REPÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
SR. PROCURADOR,
No ano passado no dia 16 de agosto, encaminhanos a V. Exma. O e-mail* que segue abaixo com a denúncia sobre o Aterramento de Ponta Negra, novamente hoje, recebemos esta denúncia onde a pessoa que nos informou das negociações adiantadas para o aterramento de uma faixa de 86 m de largura na praia de Ponta Negra.
Na época não recebemos nenhum comunicado de V.Exma. Sobre esta questão, entretanto gostaríamos de marcar neste final de mềs uma Audiência para discutirmos esta questão específica.
Ficamos no aguardo de uma resposta e nos colocamos à inteira disposição.
Francisco Iglesias
Presidente Aspoan
ASPOAN - Associação Potiguar Amigos da Natureza
. Membro do GI-GERCO – Grupo de Integração Gerenciamento Costeiro/Conama/MMA
. Membro da Coordenação do GT Clima do Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais
. Membro do GT de Desertificação da ASA - Articulação do Semi-Árido
. Membro da RMA – Rede Mata Atlântica
. Membro da CAN - Climate Action Network
. Membro do Conerh - Conselho Estadual de Recursos Hidrícos
. Membro da CIEA - Comissão Interinstitucional de Edicação Ambiental do RN
Natal, 16 de agosto de 2009
DR. FÁBIO NESI VENZON
DD. PROCURADOR DA REPÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
ASSUNTO: DENÚNCIA – ATERRAMENTO DE PONTA NEGRA
SR. PROCURADOR,
A nossa vice-presidente, Dra. Regina Kotke, esteve no dia 13 de agosto, em um jantar ** convocado pela Secretaria Municipal de Turismo da Prefeitura de Natal, com todas as modalidades médicas da cidade, a fim de que capitaneassem os congressos de médicos para nossa cidade para fortalecer o turismo local.
** Médicos agora são embaixadores do turismo da cidade - 14/ago/2009
[www.natal.rn.gov.br/noticia/ntc-1094.html]
Acontece que ela ficou chocada assim como nós com a afirmação feita por um dos palestrantes de que a Prefeitura Municipal do Natal, estava contatando uma empresa portuguesa, que fez o aterro do Flamengo, para efetuar estudos para o aterramento da Praia de Ponta Negra,
É uma novidade absurda. A Prefeitura não consegue cuidar da praia de Ponta Negra com coisas simples como a limpeza da mesma, mas, já pensa em fazer uma obra absurda e polêmica, destruindo um dos mais belos patrimônios paisagísticos do nosso estado e do Brasil.
Gostaríamos que V.Exma confirmasse a veracidade das afirmações realizadas durante este jantar e quais seriam as reais pretensões da Prefeitura nesta questão.
Sem mais nos colocamos à inteira disposição.
Carta aberta à prefeita e aos vereadores de Natal
por Rodolfo Alves
Publicitário, Esp. em Gestão Pública e Produtor Cultural. Seu modo de fazer - textos curtos, críticos, bem humorado e de fácil entendimento.
Moro no bairro de Ponta Negra desde que nasci e nunca vi tanto abandono, coisas erradas e enganação pública, a negligência desleixada da prefeitura parece corroborada por vereadores omissos com o nosso bairro, onde falta tudo. É hora de respeitar o cidadão que não é esquecido na hora de enviar o carnê do IPTU, reajustado a cada ano, sem oferecer contrapartida alguma pelo reajuste, nem justificativa, nem o básico do básico. Um lugar seguro para se andar, nem pensar.
Neste bairro, imensos buracos deixam as ruas intransitáveis, em dias de chuva, verdadeiras crateras assemelham o cenário a um imenso rally. Um dos exemplos mais críticos é a Rua Praia de Areia Branca, também o estado lamentável da praça em frente à lagoa de captação. Aqui temos calçadas irregulares, linhas de ônibus que evitam determinadas ruas e, cortando caminho, não obedecem horário nem itinerário, prejudicando estudantes e trabalhadores. Aqui saneamento básico é utopia, um grande índice de casos de dengue é realidade. Temos praças recauchutadas, mas sem nenhuma estrutura além de uma pintura verde, com iluminação incompleta, bancos quebrados, 1,5m de mato, lixeiras destruídas ou abarrotadas de lixos, quadras poli-esportivas quebradas e sem a mínima segurança. As autoridades não lembram das promessas feitas e esquecem as competências e responsabilidades que lhes deviam ser compridas.
Telefonar, protocolar, reclamar, pedir, implorar, de nada adianta. Isso tudo é em vão, por ora se fazem de surdos, inventam desculpas, o responsável pelos serviços está sempre em reunião ou não se encontra. Às vezes renovam-se as promessas: "logo uma equipe estará no local para iniciar os serviços". Estes senhores deveriam se envergonhar de ocupar um cargo altamente remunerado, deixando um bairro importante até para o turismo neste estado. Se fossem estes funcionários de empresa particular, se fossemos nós os verdadeiros patrões, com poderes demissionais, certamente já teriam perdido o emprego por negligência, falta de produtividade e fraco empenho.
Fica a nota de repúdio e mais um brado de revolta. Até quando vai ser assim?
Ofício Aspoan: árvores da Hermes da Fonseca
Natal, 15 de março de 2010
EXMO.SRA.
DRA. ROSSANA SUDÁRIO
DD. PROMOTORA DE MEIO AMBIENTE DE NATAL
Vimos através desse encaminhar via email os quesitos levantados por nós referente à obra de destruição pela SEMOB- SECRETARIA DE MOBILIDADE URBANA na Avenida Salgado Filho, entre as Av. Bernando Vieira e Alexandrino de Alencar.
Dessa forma, solicitamos à esta egrégia Promotoria que faça todos os esforços necessários para proteção dessa importante paisagem de Natal que é um direito de todos.
Sem mais nos colocamos à inteira disposição.
Atenciosamente,
Francisco Iglesias
Presidente Aspoan
ASPOAN - Associação Potiguar Amigos da Natureza
. Membro do GI-GERCO – Grupo de Integração Gerenciamento Costeiro/Conama/MMA
. Membro da Coordenação do GT Clima do Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais
. Membro do GT de Desertificação da ASA - Articulação do Semi-Árido
. Membro da RMA – Rede Mata Atlântica
. Membro da CAN - Climate Action Network
. Membro do Conerh - Conselho Estadual de Recursos Hidrícos
. Membro da CIEA - Comissão Interinstitucional de Edicação Ambiental do RN
Relação de Questões para o Ministério Público sobre a proposta da SEMOB para o aumento de 1,50 m da largura da Avenida Salgado Filho, entre a Av.Alexandrino de Alencar e a Av. Bernando Vieira, onde segundo o projeto seriam derrubadas cerca de 50 árvores.
1) Qual será o impacto desta alteração no transito da cidade?
2) Existem outras maneiras de melhorar o transito sem destruir as árvores?
3) Qual é a temperatura na sombra que aquela área se apresenta ao meio dia?
4) Qual é a temperatura que aquela área terá sem as árvores?
5) Qual é a importância paisagística daquelas árvores?
6) Como a retirada das árvores vai afetar a sensação térmica daquele lugar?
7) O Midway com um extenso paredão de concreto afeta a temperatura do lugar?
8) O trecho onde as árvores serão removidas não são a continuidade paisagistíca da Av. Hermes da Fonseca?
9) Pode se medir o custo de colocar novas árvores do mesmo tamanho no mesmo lugar e na mesma quantidade? Se pode? Qual seria?
10) Justifica-se a retirar das árvores com o consequente aumento da temperatura para uma retificação de 1,50 neste trecho?
11) Qual será o impacto da retirada das árvores neste trecho?
12) Qual é o número de pedestres que transitam por aquele local diariamente?
13) Qual é a importância da beleza da arborização para diminuir a sensação da selva urbana naquele lugar?
14) Aquele trecho pode ser considerado diferenciado do restante da cidade?
15) Qual é a temperatura daquele lugar no asfalto hoje na sombra?
16) Qual será a temperatura ali no asfalto depois que for retirada as árvores?
17) Esta intervenção pontual pode melhorar o transito da cidade?
18) Como pedestres e motoristas serão afetados com a retirada das árvores?
19) Aquele espaço pode ser considerado uma ilha de temperatura amena dentro do calor da cidade?
20) Quais são as temperaturas da região em torno desta? Em torno do Midway? Em torno do IFRN?
21) Como comparar economicamente o que mais valioso para cidade: manter a arborização daquele trecho ou retira-lá para retificar a rota da Av. Salgado Filho em um trecho tão pequeno?
22) Depois da Av. Bernado Vieira no sentido do Centro Administrativo vai haver ampliação da largura da Avenida Salgado Filho?
23) Qual será o prazo em se implantando este projeto para que a arborização adquira as mesmas caractéristicas hoje existentes naquela lugar?
24) Qual é o impacto desta alteração no fluxo dos ônibus no trecho?
25) Quais são as consequências para qualidade de vida e saúde da população a falta de arborização?
26) Como as pessoas são afetadas pelo calor?
27) Qual é a importância destas árvores para a questão climática local?
28) Qual é o valor de sequestro de carbono feito por estas árvores?
Maratona Fotográfica APHOTO: Thyrone B. Domingos
Maratona Fotográfica APHOTO [novembro/2009]
Imagens de Thyrone B. Domingos
. www.flickr.com/photos/thyrone
Maratona Fotográfica APHOTO: Adriana Kellen
Maratona Fotográfica APHOTO [novembro/2009]
Imagens de Adriana Kellen
. www.adrianakellenn.blogspot.com
. www.flickr.com/photos/adrianakellen
Ofício Aspoan: Morro do Careca, monumento natural das Américas
ASPOAN - Associação Potiguar Amigos da Natureza
. Representante civil no CNRBMA – Conselho Nacional da Reserva de Biosfera Mata Atlântica 2001/2005
. Membro da Coordenação do GT Clima do Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais
. Membro do GT de Desertificação da ASA - Articulação do Semi-Árido
. Membro do Conselho Fiscal da RMA – Rede Mata Atlântica
Ofício nº 040/2004
Natal, 9 de Agosto de 2004
EXMA.SRA.
DRA. MARINA SILVA
DD. MINISTRA DO MEIO AMBIENTE
ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS BL B BRASÍLIA DF
SRA. MINISTRA,
A cidade do Natal possui uma beleza paisagística única, são o Morro do Careca juntamente com a Barreira do Inferno que forma um complexo ecológico importantíssimo, o Parque das Dunas que é uma dos últimos resquícios de floresta Atlântica no extremo Norte, o estuário do Rio Potengi, etc. E quanto mais instrumentos tivermos para garantir a preservação dessas áreas melhor para o país, melhor para todos aqueles, moradores ou turistas possam usufruir desse patrimônio.
Em 1940 foi acordada entre várias nações americanas a CONVENÇÃO DE WASHINGTON PARA A PROTEÇÃO DA FLORA, DA FAUNA E DAS BELEZAS CÊNICAS NATURAIS DOS PAÍSES DA AMÉRICA, que foi promugalda pelo Brasil conforme decreto do Senado Federal de nº 058054 , de 23 de Março de 1966.
Por essa Convenção vários importantes Monumentos Naturais podem ser indicados e receber esse título que julgamos importante.
Nesse sentido vimos solicitar que o Morro do Careca juntamente com a Barreira do Inferno que formam um ecossistema único e mais o Parque das Dunas do Natal sejam declarados MONUMENTOS NATURAIS DAS AMÉRICAS conforme preconiza a CONVENÇÃO DE WASHINGTON PARA A PROTEÇÃO DA FLORA, DA FAUNA E DAS BELEZAS CÊNICAS NATURAIS DOS PAÍSES DA AMÉRICA.
Esperamos que essa proposta seja analisada por V.Senhoria e que possa dar início a esse processo de declaração a essas áreas tão importantes.
Aguardamos uma resposta e nos colocamos à inteira disposição.
Atenciosamente,
Francisco Iglesias
Presidente Aspoan
Caros Colegas,
Segue mensagem com solicitação sobre assunto de competência deste gabinete. Gentileza fazer devida análise.
Cordialmente,
João Sassi
Prezado Senhor Francisco Iglesias,
Escrevo acusando recebimento de sua mensagem. A mesma foi encaminhada à Chefia de Gabinete para devida análise.
Aproveito o contato para agradecer a confiança depositada neste ministério e na figura da ministra Marina Silva. Os problemas e as dificuldades são múltiplos; nossa missão, buscar soluções para os mesmos. O empenho e o interesse da Associação Potiguar Amigos da Natureza em fazer parte deste processo são, para nós, motivo de real contentamento, pois a consciência popular segue sendo o nosso maior capital.
Atenciosamente,
João Sassi
Assessor Especial
Ministério do Meio Ambiente
Às custas da natureza - parte 4/4
>>> Continuação:
Impactos da ausência
Às custas da natureza - parte 3/4
>>> Continuação:
Saneamento básico, uma questão à parte
Às custas da natureza - parte 2/4
>>> Continuação:
Terra fatiada: os figurões e o sofrimento nativo
Às custas da natureza - parte 1/4
ETE do Baldo e Emissário Submarino podem reduzir poluição nas praias
Foto: Emanuel Amaral
Fatores naturais contribuem para que as praias urbanas de Natal sejam consideradas “as mais limpas do Brasil”, segundo o geólogo Ronaldo Fernandes Diniz, mesmo considerando - “sem muita dificuldade” - que as praias “seriam 100% próprias para o banho” se a cidade fosse toda saneada e esse serviço funcionasse sem nenhum problema.
Como professor do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (IFRN), Ronaldo Diniz é um dos responsáveis pelo monitoramento da balneabilidade das praias da Grande Natal, dentro do Programa Água Azul, que é executado em parceria, desde 2001, com instituições públicas do Estado que cuidam do meio ambiente e recursos hídricos.
Diniz reconhece que a deficiência dos serviços de saneamento básico não ocorre só em Natal, é um problema do Brasil. Ele acha que a partir da entrada em funcionamento da estação de tratamento do Baldo e da construção do emissário submarino em Ponta Negra alguma coisa possa melhorar na questão da balneabilidade das praias da cidade.
Mesmo o governo tendo anunciado que até o fim do ano 60% da área de Natal estará saneada, ele ainda acha “muito pouco”. Apesar disso, Diniz afirma que as praias de Natal são tidas como mais limpas do que as praias de Fortaleza (CE) e Recife (PE), por exemplo, primeiro, porque as correntes costeiras de sudeste, comum no litoral do Rio Grande do Norte, contribuem “para diluir” os dejetos que são jogados nas praias urbanas da capital potiguar.
Segundo Diniz, existem outras variáveis que explicam o fato de uma semana uma praia estar imprópria para o banho e em outras não, como as chuvas. “Quando chove um dia, todos os dejetos são carreados para as praias”, disse ele, mas se chove mais de dois ou três dias, a cidade fica limpa e não polui mais as praias.
Outro exemplo, dado por ele, ocorreu na semana passada, quando sete praias da Grande Natal, estavam impróprias para o banho, porque apareceu uma corrente costeira, evitando a diluição dos dejetos, que terminaram “prensados” entre o mar e as praias. Outro fator que contribui para a poluição da orla, segundo ele, são as ligações clandestinas de esgotos, que ocorrem em praias, como Ponta Negra, sobretudo no Morro do Careca.
Agora, o fator que mais contribui para que haja a diluição dos dejetos, informou Diniz, porque predomina no litoral ao Sul e Norte de Natal são as correntes de sudeste. Já em Fortaleza, diz ele, ocorre justamente o contrário, as correntes que vêm do norte não deixam a sujeira sair da orla da capital cearense.
A TRIBUNA DO NORTE tentou falar com a direção da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), mas não conseguiu. A assessoria de imprensa informou que dentro de um mês, possivelmente, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Baldo deve entrar em funcionamento. Só então, as ligações da rede de domiciliar de esgoto deve ser ligada à rede central de saneamento básico, em bairros como Candelária, Mãe Luiza e Nova Descoberta.
Banhistas não se importam com avisos
Mesmo com o aviso de que a praia estava imprópria para banho, algumas pessoas não se incomodaram com isso. No fim da tarde de ontem, pelo menos 11 surfistas aproveitavam as ondas da praia de Miami, onde existe uma placa do Projeto Água Viva, informando que a praia está contaminada.
Outras pessoas tomavam banho na praia de Miami até mesmo por desatenção, como a turista Glória Nelo Silva, que estava em companhia de uma irmã e os dois filhos delas. “Não prestei atenção, se tivesse visto não estaria tomando banho”, afirmou ela, que agora disse que vai para Ponta Negra.
Já a dona de um quiosque na praia de Miami, Francisca Soares Hilário, disse que “se houvesse cuidado com o esgoto, não havia isso aqui”. Assim mesmo, ela disse que os banhistas “não estão nem aí” com os avisos de que a praia “não presta pra tomar banho”.
Antônio Marcos da Silva é acreano e há três meses está fazendo um curso de aperfeiçoamento no Corpo de Bombeiros em Natal. Hospedado num hotel da Praia do Meio, ele disse que já tinha visto o aviso de praia “imprópria” para banho, por isso, só aproveita a praia para caminhar no calçadão. “Quando está assim, não tomo banho de jeito nenhum”.
Hélio Andrade é morador de um dos grandes edifícios de Areia Preta. “Aqui quem desce mais para tomar banho e jogar bola na praia é o pessoal de Mãe Luiza”, afirmou ele, acrescentando que a classe média que reside nesse complexo de apartamentos de alto luxo “têm suas casas de praia em Muriu, Pirangi” e outras praias fora do perímetro urbano de Natal, onde passam o verão ou os fins de semana.
Vila de Ponta Negra: Medo toma conta dos moradores
Repórteres: Carla França e Ciro Marques
Foto: Júnior Santos
“Dizem que não rezo pelas almas dos meus inimigos. É mentira. Rezo para que queimem no inferno”. Essa frase, escrita na porta de uma casa da rua Cabo Honório, na Vila de Ponta Negra, representa o clima de violência e insegurança no qual vivem os moradores do local. A situação de insegurança ficou ainda pior depois da morte do bebê Rafael Alexandre, no último sábado (26).
O medo é visível no rosto dos poucos moradores que resolvem sair de casa. Cenas antes comuns, como crianças brincando pelas calçadas viraram raridade. As pessoas olham assustadas para qualquer carro ‘diferente’ que passe pelas ruas.
“Eu vivo com medo. Cheguei em casa na segunda-feira a noite e só agora abri a porta da minha casa. Não consegui dormir com medo de que alguém fizesse alguma coisa contra minha família”, disse a moradora da rua Cabo Honório, que não quis ser identificada, por medo de represálias.
Só quando viu a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE, a senhora teve coragem de sair de casa. Ela é mãe de um dos homens que estariam envolvidos com o tiroteio do sábado na rua Morro do Careca, também na Vila de Ponta Negra. Mas segundo a empregada doméstica, o delegado Luiz Lucena descartou a participação do rapaz no tiroteio.
Uma outra moradora também falou sobre a falta de segurança no local. Segundo ela, a última vez que a polícia passou pela rua Cabo Honório foi no dia do crime. De lá para cá, nenhuma viatura teria circulado pelo local. “É um absurdo o abandono do pessoal da Vila. Nem depois de um acontecimento desse a polícia vem nos dar segurança. Estamos todos com medo porque a qualquer momento eles podem voltar aqui para querer vingar a morte da criança. E mais uma vez, um inocente poderá morrer”, disse a moradora assustada.
E todo esse medo não é à toa. As marcas da violência estão recentes. Na parede de uma casa, a bandeira do Brasil, pintada em homenagem à Copa do Mundo, foi alvejada na madrugada de sexta-feira (25), durante um tiroteio. “Ninguém mais vive tranquilo por aqui. Antes os bandidos se matavam, agora eles não querem mais nem saber, saem atirando em todo mundo. Até em quem não tem nada a ver com o crime”, disse um senhor que também não quis ser identificado.
Na rua Morro do Careca, conhecida como rua Treme-Terra, também imperam o medo e a lei do silêncio. Poucas pessoas nas calçadas, a lembrança daquele sábado, ainda estão bem vivas na memória dos moradores. “Está todo mundo amedrontado. Meus filhos não saem mais de casa. Foi uma cena horrível, os homens passaram atirando em quem estivesse na rua. Quem garante que não vai acontecer de novo? E cadê a polícia?”, questionou a dona de casa, que mora na rua Treme-Terra.
Vila de Ponta Negra não tem policiamento
A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE passou cerca de duas horas circulando pela Vila de Ponta Negra e nesse tempo não encontrou uma viatura da Polícia Militar fazendo ronda pelas ruas. Só por volta das 17h, quando a equipe estava na 15º Delegacia de Polícia – que não estava funcionando em virtude do feriado de São Pedro – é que uma viatura da Polícia de Turismo passou em frente à 15ª DP.
“Infelizmente a Vila de Ponta Negra não tem segurança para os seus moradores. Uma vez ou outra é que passa uma viatura da polícia, mas nós precisamos de um policiamento contínuo. Para se ter uma ideia, há anos lutamos para que seja colocado um posto policial aqui, mas até agora nada foi feito. Agora na parte rica de Ponta Negra tem posto policial e ronda constante”, reclamou o presidente do Conselho Comunitário de Ponta Negra, Emanoel Damasceno.
No posto policial do bairro, que fica nas proximidades da rua Praia de Tibau, a situação era diferente da encontrada na delegacia. Policiais e até uma viatura estavam no posto a espera de qualquer ocorrência. Em menos de cinco minutos dois carros da polícia passaram pela avenida Erivan França, ponto comercial da praia de Ponta Negra. De acordo com um policial, que não quis se identificar, duas viaturas fazem a ronda diariamente em todo o bairro. Uma circula pelas ruas da Vila e outra pela praia.
Informado de que a reportagem da TN não encontrou com nenhuma viatura pelas ruas da Vila de Ponta Negra, o policial disse que o carro deveria estar em diligência. Ainda segundo o policial, uma viatura do 5º Batalhão está a disposição para dar apoio e fiscalizar o cumprimento da ronda.
Delegado prossegue com a investigação em Ponta Negra
O delegado titular da 15ª Delegacia de Polícia em Ponta Negra, Luiz Lucena, não vai pedir proteção especial para o homem que seria o “alvo” dos bandidos que mataram o bebê Rafael Alexandro, de sete meses, e balearam outras cinco pessoas na rua Morro do Careca na noite de sábado. Já identificado e tendo prestado depoimento ao delegado, o homem também seria responsável por crimes na região e, inclusive, teria entrado em uma troca de tiros três dias antes da “tentativa de chacina”.
“Não faremos nenhum trabalho especial de proteção, até mesmo porque ele não fez nenhuma requisição especial para isso na Delegacia”, afirmou Lucena. Sem revelar o nome do homem, que moradores identificaram como Gilberto, o delegado afirmou ainda que o ouviu em depoimento ainda na segunda-feira. “Ouvimos o rapaz e outras 11 pessoas. Cinco delas foram vítimas do bando”, contou o delegado.
Além de vítimas e do possível “alvo”, o delegado ouviu ainda pessoas suspeitas de integrar a quadrilha responsável por causar a morte do bebê, mas que não participaram dos tiros disparados na noite de sábado. Essas pessoas foram detidas e encaminhadas para a Delegacia de Ponta Negra com a ajuda de uma equipe extra de policiais civis fornecida pela Delegacia Geral (Degepol), após uma reunião de Lucena com o delegado-geral Elias Nobre, e com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Cristóvam Praxedes. “Nos reunimos na segunda-feira pela manhã e a Sesed perguntou se tinha condição de realizar a investigação desse crime e se precisava de algum apoio, como por exemplo essa equipe extra”, afirmou o delegado de Ponta Negra, que começou ainda na noite de sábado as investigações.
O delegado deve continuar hoje as investigações sobre o homicídio, ouvindo mais testemunhas e trabalhando na identificação dos acusados – até o fechamento dessa edição, a informação era de que quatro pessoas participaram do crime. “Deveremos dar o destino correto para o caso o mais breve possível”, prometeu o delegado.
Segundo o Lucena, o bando, quando preso, deve ser autuado por homicídio triplamente qualificado, formação de quadrilha e lesão corporal grave contra as pessoas que foram baleadas, mas escaparam da morte em Ponta Negra.
Denarc faz levantamento dos pontos de venda
A existência de pontos para venda de drogas e o tráfico de crack é um dos maiores problemas apontados pela polícia em relação à segurança e violência no bairro de Ponta Negra. Levantamento feito pela Delegacia de Narcóticos (Denarc) sobre a venda de drogas, na capital, mostra o bairro com a segunda maior concentração de “bocas de fumo”.
Os registros da Denarc mostram que em apenas quatro bairros de Natal existem 758 pontos de venda de entorpecentes. A contabilização foi possível graças às denúncias feitas pela própria comunidade. No bairro das Quintas, na zona Oeste, foram catalogadas 233 bocas de fumo. Em Ponta Negra, na zona Sul, são 209 pontos. As Rocas tem 164 pontos de venda. Na zona Norte, o conjunto Vale Dourado, é o campeão com 152 pontos de venda de drogas.
A título de comparação, o número de pontos de vendas de drogas nesses quatro bairros é 457,35% maior que o número de escolas da rede municipal de ensino em toda a capital, que é de 136. Se for comparado com o número de unidades básicas de saúde na cidade, que é de 76, o número de bocas de fumo é 501,47% maior.
A grande oferta de drogas significa um grande número de usuários, o que, por tabela, quer dizer mais trabalho para a polícia que tem dificuldade em dar prosseguimento a investigação de outros delitos. Além disso, os policiais afirmam que o tráfico de drogas traz com ele uma série de outros crimes como homicídios, assaltos e furtos, que os dependentes cometem em busca de dinheiro para comprar principalmente crack e maconha.
“Alvo” já havia trocado tiros com bandidos
Apontado como “alvo” dos bandidos que atiraram e mataram o bebê Rafael Alexandro, Gilberto, conforme identificação feita pelos moradores da rua Morro do Careca, já é conhecido da 15ª Delegacia de Polícia, em Ponta Negra. Ele, que é acusado de três atos infracionais referentes a homicídio quando ainda tinha menos de 18 anos, está livre, mesmo já tendo completado a maioridade penal. “É importante que se registre que as nossas leis são muito permissivas. Prendemos o rapaz e pouco tempo depois ele está solto”, afirmou o delegado Lucena.
Gilberto teria também se envolvido em uma troca de tiros três dias antes do atentado na rua Morro do Careca. Na véspera de São João, durante a festa junina na Vila de Ponta Negra, ele teria atirado contra um dos bandidos que no sábado o procuraram e, como não o encontraram, decidiram atirar a esmo na rua em que estava. “São bandidos chinfrins, que lutam para se destacarem no mundo do crime. Foram para matar esse rapaz, não o encontraram e atiraram nos inocentes que estavam na rua. Um absurdo”, afirmou o delegado Lucena.