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.: A Prefeita e o Careca - artigo de Carlos Eduardo Alves

www.carloseduardoalves.com.br - 05/fev/2010

A relação da prefeita Micarla de Sousa com o Morro do Careca não tem nada de preservacionismo. Na verdade, tem muito de oportunismo. Suas posições dançam ao sabor do marketing ou dos interesses de grupos do setor imobiliário que financiaram sua campanha. Isso fica muito claro se analisarmos seu comportamento no caso dos espigões. A Operação Impacto gravou uma ligação dela para o vereador Edivan Martins mandando a bancada mudar seu voto e ser favorável aos meus vetos ao Plano Diretor, se não sua candidatura seria prejudicada em 2008, simplesmente por orientação de Balila Santana, sua marqueteira. Em 2007, quando a defesa da paisagem de Ponta Negra ganhou a força de um movimento popular, ela foi uma das primeiras a se apresentar para o ato do abraço ao morro, como deputada estadual do Partido Verde.

Já prefeita, no dia 3 de março de 2009, declarou através da Secretaria Municipal de Comunicação ser contra os espigões, afirmando: “nós temos posição definida em relação aos projetos de Ponta Negra. Não pretendemos autorizar a retomada”. Agora, em janeiro deste ano, mudou completamente o tom do discurso. Alegando uma possível insegurança jurídica, disse ser a favor das construções de vez que o Complan deu parecer favorável. Aliás, o dirigente da Semurb, Kalazans Bezerra, já declarara anteriormente que os processos dos espigões estavam sendo reavaliados para liberação das licenças, seguindo orientação da prefeita, e afirmando que não havia nada irregular que atentasse contra a paisagem do nosso cartão postal.

Por que isso? Porque o decreto que assinei suspendendo as licenças e os alvarás dos espigões, por sinal única forma legal, dava às construtoras amplo direito de defesa, como é do princípio da lei. Só que esse direito apenas foi exercido depois que deixei o governo, porque as construtoras tinham certeza de obter o beneplácito da atual gestão. O que é fácil perceber pelas declarações da prefeita à Tribuna do Norte de 4 de fevereiro. Ela disse que a licença somente foi possível por conta do meu decreto e ainda acrescentou: “eu não tenho qualquer participação nessa questão”, posando de inocente e querendo desviar a culpa para mim, logo eu que me insurgi contra a construção dos espigões, por uma questão de bom senso, por respeito à nossa natureza. Quis me transformar no vilão da história, mas sua máscara caiu.

E caiu por pressão do Ministério Público Estadual, que apresentou laudo de uma arquiteta e parecer de quatro professores do Departamento de Urbanismo e Arquitetura da UFRN sobre o impacto ambiental das obras. Assim, finalmente a prefeita rendeu-se e na quinta-feira, 4, anunciou a manutenção da cassação das licenças. Natal venceu uma grande batalha, mas todo cuidado é muito pouco. Eles já falam em liberar as obras do hotel da Costeira que fere nossa legislação ambiental e também em revisar precocemente o Plano Diretor de Natal. Vamos ficar atentos, pois podem vir aí novas estrepulias da prefeita.

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