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Matéria DN 22/12 :: Prefeitura e empresários em queda-de-braço

Abraço ao morro vira queda-de-braço

O movimento SOS Ponta Negra decidiu responder ao protesto do setor da construção civil com um abraço simbólico ao Morro do Careca. O que seus integrantes não contavam era com a presença dos próprios empresários. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscom), Silvio Bezerra anunciou a participação da entidade e afirmou não haver a menor contradição em seu gesto. Já Yuno Silva, um dos líderes do movimento SOS Ponta Negra e organizador do abraço, vê o comportamento das construtoras como uma tentativa de confundir a opinião pública. O abraço simbólico está marcado para amanhã. A concentração será nas proximidades do morro, às 10h (veja entrevistas - post anterior*).

Os dois lados do conflito já entregaram abaixo-assinados a instituições como a Câmara Municipal e Prefeitura. Do lado favorável à construção estão vários moradores da Vila de Ponta Negra que lutam pela manutenção dos empregos. Assim como os próprios empresários, que argumentam estarem numa briga pela preservação da legalidade. ‘‘Não chegamos lá derrubando tudo. Nos submetemos ao critério da lei. A cassação das licenças significa o arrepio da lei’’, defende Waldemir Bezerra, presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci).

O protesto das construtoras reuniu aproximadamente duas mil pessoas entre empresários, engenheiros, arquitetos e operários. Munidos de apitos, fizeram muito barulho na frente da prefeitura com carro de som e faixas. Representantes do sindicato dos trabalhadores da construção civil reforçaram a idéia de geração de empregos representada pelos prédios. Depois da Prefeitura, a passeata seguiu até a Câmara Municipal. O protesto terminou por volta das 15h. Um enorme congestionamento foi formado na avenida Rio Branco.

Vários trabalhadores já foram demitidos depois da paralisação das obras em Ponta Negra. O Sintracomp calcula em torno de 200 vagas perdidas. Assis Pacheco, presidente da entidade, afirma que, com as demissões, ‘‘deixam de valorizar o material humano e desrespeitam as normas do Plano Diretor’’.

A suspensão das obras foi sugerida à Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) pela promotora Gilka da Mata no dia 22 de setembro. Na ocasião ela constatou um estande de vendas do edifício Solaris. No local havia uma placa com alvará de construção, registro de incorporação e licença ambiental.

Os prédios ficam fora da Zona Especial de Interesse Turístico (ZET 1), portanto não têm limitação de altura para serem construidos. Mesmo assim a promotora queria informações sobre o impacto no esgotamento sanitário.

Depois de receber os estudos que justificaram as licenças, a promotora Gilka da Mata se disse impressionada com a sua superficialidade e generalidade. Ela solicitou à Procuradoria do Município que suspendesse as licenças, sendo atendida em seu pedido. No dia 03 de outubro, o prefeito Carlos Eduardo Alves disse em entrevista coletiva que ‘‘garantia que na localidade em questão nenhum prédio seria erguido’’.

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