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Lixão volta a prejudicar moradores

Os depoimentos são semelhantes e reúnem expressões como “catinga véia”, “fedor dos diabos”, “milacria” e uma série de outras com as quais os moradores das redondezas do antigo lixão de Cidade Nova se referem ao mau cheiro que o local tem exalado nos últimos dias. Com as chuvas e o acúmulo indevido de toneladas de lixo no local, o problema tem se agravado e prejudicado o dia a dia das pessoas.


fotos: adriano abreuLixo continua acumulado na Estação de Transbordo de Cidade Nova - que voltou a ser um lixão. Urbana diz que limpeza demora mais 45 diasLixo continua acumulado na Estação de Transbordo de Cidade Nova - que voltou a ser um lixão. Urbana diz que limpeza demora mais 45 dias
“Aqui agora é esse fedor direto. Na hora do almoço, às vezes nem dá pra gente se alimentar direito. Fica todo mundo engolindo mosca e toda milacria de inseto que sai desse lixão. Tem de ligar um ventilador ou ficar abanando o prato, para conseguir comer”, reclama a dona de casa Maria Luiza do Nascimento, moradora da travessa Engenheiro João Hélio, vizinho ao lixão, pelo lado do Planalto.

Segundo ela, nos momentos em que o fedor é mais forte, a situação se torna praticamente insuportável. “Quem tiver estômago fraco não aguenta ficar aqui. E quando chove a água podre escorre. Vejo a hora as crianças pegarem uma infecção séria”, afirma, complementando: “Tão dizendo na TV que a gente aprova. Quem vai aprovar uma sujeira dessa?”

A situação não é muito diferente do outro lado da duna onde se localiza o antigo lixão, agora chamado de estação de transbordo. “Moro aqui há 20 anos e nunca resolveram isso. Tinha até diminuído, mas esse ano tá com gosto de gás, tá pior. Para o ano  (passado) ‘até até’, mas neste tem sido uma catinga direto”, descreve o aposentado José Ribeiro da Silva, morador da rua São Matias, já em Felipe Camarão.

Não é preciso, porém, permanecer em nenhuma das residências da região para perceber o problema. Mesmo quem passa de carro, ou ônibus, no entorno da estação de transbordo, sente o fedor proveniente do local, além das águas que descem da duna, carregando parte da sujeira acumulada em verdadeiras montanhas de lixo, à espera de serem levadas para o aterro sanitário de Ceará-Mirim.  

Reunião

Na próxima segunda-feira, às 9h, os promotores de Justiça do Patrimônio Público, Sílvio de Andrade Brito, e de Meio Ambiente, João Batista Machado, irão se reunir com representantes da Urbana para discutir as decisões a serem adotadas pela Prefeitura em relação ao lixão de Cidade Nova e aos demais problemas da limpeza pública de Natal. “Agora nós queremos solução. Elas devem partir do Município e da Urbana”, declarou João Batista, em uma audiência pública realizada há uma semana.

Limpeza ainda levará 45 dias

Através da Assessoria de Comunicação, o diretor de operações da Urbana, Alexandre Miranda, informou que nas últimas semanas já foram retiradas em torno de 6 a 7 mil toneladas de lixo, indevidamente acumuladas na estação de transbordo de Cidade Nova, devido a problemas de pagamento da companhia à empresa que gerencia o aterro de Ceará-Mirim.

A área deveria servir para armazenar o lixo somente o tempo necessário até embarcá-lo nas carretas. O trabalho de limpeza deve exigir ainda mais 45 dias. A retirada vem sendo feita ao mesmo tempo que se recolhem as 800 toneladas diárias de lixo produzidas na cidade e a quantidade extra levada varia conforme o dia, e até mesmo com relação ao tempo, já que a chuva torna os resíduos mais pesados. 

A reportagem da TN foi impedida de fazer fotos dentro da estação de transbordo,  mas conseguiu, através de outros acessos da duna, captar imagens da área. Uma grande quantidade de lixo ainda está acumulada, próximo à antiga usina de reciclagem. Não foram observados catadores trabalhando no local, mas a presença de animais, sobretudo cavalos, é uma permanente.

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