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CHUVAS: Uma questão de responsabilidade

Edição de domingo, 8 de maio de 2011 

Temporada das chuvas traz problemas e mostra importância de áreas verdes nas construções para prevenir enchentes
Paulo Nascimento //paulonascimento.rn@dabr.com.br 
Especial para O Poti


As chuvas que caem com grande força e em enorme quantidade nos últimos dias em Natal, além de trazerem os velhos problemas como alagamentos nas principais vias da cidade e desabamentos em locais de risco, podem revelar os problemas de casas e apartamentos, prontos ou em construção, de qualquer cidadão. Mofo nas paredes, águas invadindo a casa, goteira pingando o dia todo. Preocupações que tiram o sono da mais calma pessoa de qualquer lugar do mundo.


Plano Diretor de Natal estabelece que 20% do terreno deve ficar livre de construção, mas desrespeito à norma contribui para alagamentos Foto: Neidson Moreira/OIMP/D.A Press
Os inúmeros canteiros de obras espalhados por toda cidade passam a ter cuidados redobrados com a chegada da época de chuvas, em especial com o acúmulo de água que podem transformar-se em criadouros de mosquitos da dengue. "Este alerta para os canteiros de obras deve ser feito, até porque não se tem prestado atenção neste detalhe nas campanhas de combate à dengue", ressalta o engenheiro civil e presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea/RN), Francisco Adalberto Pessoa. Natal já está perto das três mil notificações de casos de dengue em 2011, segundo números da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap).

Para quem está construindo sua casa, o engenheiro ainda dá várias outras dicas para prevenir a construção do efeito das chuvas. "Primeiro de tudo: procurar a assistência profissional. Seja um arquiteto, um engenheiro civil, mas que seja um bom profissional. Uma casa, por exemplo, deve ser feita para durar no mínimo 30 ou 40 anos", explica o presidente do Crea/RN. Com as manutenções devidas e possíveis reformas, este prazo, segundo Adalberto Pessoa, pode ser facilmente dobrado.

Plano Diretor

O Plano Diretor de Natal recomenda que toda construção física ocupe até 80% de cada lote, deixando o restante do terreno livre para que a água não fique represada no local, por exemplo. Porém o que se vê em Natal é totalmente diferente. Construções sem nenhum jardim ou área de terreno livre são facilmente encontradas, prejudicando-se sem ter conhecimento."A população, e os construtores também, têm que passar a entender a necessidade de um jardim em uma casa, para impedir o acúmulo de água e alagamentos que prejudicam tanto o próprio morador como o vizinho, além de resfriar o ambiente. Mas, o que se vê é o seguinte: destroem os jardins e passam calçadas nos locais, às vezes apenas por medo de formigas ou outros bichos", afirma o engenheiro.

A administração do solo urbano, que determina que a água de cada lote deve ser infiltrada nele mesmo, ou a falta dela, acabam por atingir toda a população a cada chuva que cai sobre Natal. Falhas de várias décadas nos planos de drenagem em locais críticos da cidade, como Lagoa Nova, Lagoa Seca, Capim Macio e Nossa Senhora da Apresentação, que antes de serem habitadas eram locais de lagoas, e ocupações irregulares levam a casos de alagamentos que preocupam quase todos os moradores de Natal. "Parte do erro também é da população, quando não informa que está construindo. A Prefeitura do Natal também nunca teve estrutura suficiente para fiscalizar toda a cidade. Falta também a consciência do morador de buscar o poder público, mostrando onde há um empoçamento, um bueiro aberto", afirma Francisco Adalberto. 

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