Uma mesma causa, objetivos diferentes
Repórter: Mariele Araújo
Foto: Alberto Leandro
Liberação ou proibição de construções: Natalenses e turistas manifestaram opinião no sobre o assunto
Natal - Desta vez a prefeitura levou vantagem. Com o incentivo de "Abraço ao Morro do Careca" o município ganhou mais adeptos contrários aos espigões. Na movimentação em Ponta Negra, feita na manhã deste sábado(23), a maioria da população se mostrou favorável ao cancelamento das licenças das construções no entorno do morro, porém pediu mais empenho da Prefeitura para evitar a liberação de obras que prejudiquem o meio ambiente. Já a participação dos empresários foi discreta. O jornalista Yuno Silva, pivô do início das discussões do entorno do morro, propôs a criação de um selo para identificar a qualidade dos empreendimentos.
Até mesmo os turistas fizeram questão de opinar sobre o impasse. O empresário italiano, Silvano Pittini, criticou a organização urbanística da cidade e pediu mais zelo do município para evitar a degradação ambiental. "Não entendo como o prefeito deixar prédios horríveis serem construídos em qualquer lugar, mas concordo com o protesto para alertar as pessoas de que tem que preservar", disse o estrangeiro que mora em Natal há seis anos.
De acordo com o Procurador do Município, Waldenir Xavier, apenas Raímundo Cantídio, proprietário da construtora Metro Quadrado, procurou o município para saber detalhes de como tentar uma nova licenças para os empreendimentos. "Ele foi o único que pediu informações", disse o procurador. Após cancelar as licenças, o Prefeito Carlos Eduardo ofereceu a oportunidade dos empresários tentarem outro documento de liberação reavaliando os impactos ambientais.
Enquanto isso, em frente ao morro desde às 9 horas da manhã deste sábado, a comissão de moradores da Vila de Ponta Negra protestava contra as ações do municípios no caso até agora e pedia mais compreensão para o progresso do bairro. "Se tem construção, tem mais energia elétrica, mais saneamento, mais asfalto e principalmente mais emprego", disse Maria do Carmo, que encabeçou um abaixo-assinado com mais de 1.200 adesões para a continuação das obras dos espigões.
Para a presidente da ong Natal Voluntários, Mônica Mcdowell, discorda que o cancelamento das construções tragam tantos prejuízos ao setor empresarial, turístico e social. "Os empregos perdidos com as obras podem ser remanejados e três prédios não erguidos não causarão o colapso da construção civil", argumentou a presidente. Ela completou chamando de "absurdo" e "leviandade" a campanha dos empresários do setor contra o município. "Estão falando mal de Natal no Brasil e no exterior com essa justificativa de que os empreendedores não podem confiar na legislação local", disse Mônica Mcdowell.
Um ambulante que trabalha na praia há sete anos disse que nunca viu polêmica parecida a respeito do Morro do Careca.
"Todos os dias tem gente aqui comentando sobre o assunto. Uns contra, outros a favor das construções, mas sempre muito decididos sobre seus pontos de vista", contou. O ambulante emitiu sua opinião sobre o impasse dos espigões. "Esses investidores vem de fora achando que podem tudo e os empresários locais pensam que podem comprar Ministério Público, Prefeitura, tudo", reclamou.
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A manifestação a favor do Morro ganhou um ar ufanista sob o prisma de preservar o principal "Cartão Postal" da cidade. O evento contou, por exemplo, com a participação da Top Model Internacional Fernanda Tavares. "Eu estava na cidade e minha mãe fez estas camisetas. Como cidadão não concordo com os empresários e acho que eles querem destruir nossa cidade", afirmou enfática.
Até às 11 horas, nenhum empresários do Sinduscom ou outro sindicato ligado à construção civil apareceu no evento como prometeram.
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