Senhor Editor,
A sociedade natalense está diante de uma expectativa e preocupada também diante da investida feroz que os atores do mercado imobiliário fazem para expandir de qualquer forma seus milionários negócios sem se importarem com a qualidade de vida do cidadão.
De maneira preconceituosa afirmam que queremos preservar "um modelo urbanístico dos anos 70 e 80 que tem como padrão os precários conjuntos de habitação populares da antiga COHAB" (Jornal de Hoje, coluna Hoje na Economia 28/03/07, do senhor Marcos Aurélio de Sá, defensor defensor ferrenho dos empresários da construção civil).
Esse mesmo preconceito com certeza querem impor também a nós, moradores dos conjuntos Ponta Negra e Alagamar, cujas casas foram construídas nessa mesma política de habitação pelo antigo INOCOOP.
Esse cidadão preconceituoso deveria tomar conhecimento de uma pesquisa científica de opinião pública, recentemente realizada, onde os moradores obtiveram graças à generosidade do Sr. Paulo de Tarso da CONSULT PESQUISA. A pesquisa de campo foi efetuada por alunos do curso de Arquitetura da UnP, orientados pelo Professor Heitor Andrade, Arquiteto e docente da UFRN e UnP.
Essa pesquisa, que consultou um universo de 500 moradores obtendo resposta de 472, encontra-se à disposição na Comissão de Planejamento, Transporte e Meio Ambiente, cujo presidente é o senhor vereador Júlio Protásio. Nela, quem quiser poderá comprovar que os moradores não querem a substituição de suas casas horizontais por espigões.
Portando, o Sr. Marcos Aurélio não tem o direito de insultar - como vem fazendo - os defensores dessa forma de residência, rotulando pejorativamente a todos os moradores dos conjuntos de Ponta Negra e Alagamar de "ecologistas de araque interessados, isto sim, em criar dificuldades à livre iniciativa para, desta forma, traficar facilidades pela via da chantagem" (Jornal de Hoje, coluna Hoje na Economia, 28/03/07).
Sinto-me atingido de forma grosseira, pois sou apenas como muitos outros, um morador que com muito sacrifício adquiriu sua casa própria e que desde 1978 escolheu o bairro de Ponta Negra, não apenas para morar, mas viver e como cidadão contribuir para a qualidade de vida em nossos parques residenciais.
Nosso conjunto foi concebido para se tornar um parque residencial horizontal, agradável, ecologicamente sadio, e não esses monstrengos de concreto que estão agora querendo pela força do dinheiro anular nosso sagrado direito constitucional de escolha.
Agride ainda a liberdade de consciência dos parlamentares que vão votar o Plano Diretor de Natal, eleitos por nós, classificando-os com a possibilidade de se tornarem obtusos ("... Fazemos votos de que os vereadores de Natal, mesmo os que compõem a base de apoio ao prefeito, não sejam obtusos..." (Jornal de Hoje de 28/03/2007).
Os vereadores não devem aceitar essas imprecações desrespeitosas. Por muito menos fosse um cidadão comum que assim se pronunciasse, não estaria sendo ameaçado de processo.
O apelo, entretanto, democrático, elegante e bem elaborado que os moradores dos conjuntos de Ponta Negra e Alagamar fizeram e fazem aos nossos Vereadores é o de que votem com suas consciências e sejam sensíveis aos cidadãos que os respeitam como nossos legítimos representantes em defesa dos interesses da coletividade.
Atenciosamente,
Dimirson Holanda Cavalcante
Morador e membro da Associação de Moradores de Ponta Negra e Alagamar
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