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Imóveis fechados entravam combate à dengue em Natal

Prefeitura divulga que 20 mil residências estão nessa situação na capital
Repórter: Francisco Francerle
Diário de Natal - 6 de abril de 2011

Uma bela casa fechada com muitos cômodos, jardim e uma confortável piscina pode até ser bonita aos olhos de um comprador ansioso pelo investimento imobiliário, mas, para quem mora vizinho, significa que o perigo pode estar ao lado. A piscina e demais áreas de um imóvel fechado, bem como os terrenos murados, são excelentes criadouros do mosquito Aedes aegypti. Essa tem sido uma das principais preocupações das autoridades de saúde de Natal, que reconheceram nesta semana que a cidade está sob uma epidemia de dengue e informaram que existem cerca de 20 mil residências nessa situação, o que representa um percentual de 18% dos imóveis da capital.

De janeiro até o final de março deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) recebeu 232 denúncias de imóveis fechados através do 0800. Foram atendidas 102 delas e faltam 130 que já foram encaminhadas para os agentes de endemias na semana passada. "Queremos verificar todas as pendências de imóveis fechados que estão nas mais variadas regiões da cidade, mas os bairros da zona Leste e Sul, devido à especulação imobiliária, têm a situação mais difícil, apresentando alto grau de vulnerabilidade à criação de focos do mosquito", explicou a diretora do Departamento de Vigilância e Saúde da SMS, Cristiana Souto.

Segundo os registros do disque-dengue (0800 281 4031) da SMS, os bairros de Ponta Negra, Capim Macio e Candelária, no trecho entre San Vale, Pitimbu e Cidade Satélite têm sido frequentemente alvo de denúncias de imóveis fechados. Já na zona Leste, são bairros centrais como Tirol, Petrópolis, Cidade Alta, Ribeira, os dois últimos devido a antigos casarões abandonados, servindo na parte externa de depósito para lixo e, no interior, de ponto de acúmulo de água.

"Normalmente, os próprios membros da comunidade é que fazem a denúncia do imóvel fechado, mas há também aqueles casos que o proprietário, às vezes por medo da violência urbana, recusa-se a abrir a porta para o agente fazer o tratamento da residência", esclareceCristiana Souto.

Prejuízos
Além de facilitar a proliferação do mosquito, as residências fechadas têm causado mais prejuízos aos cofres públicos. O coordenador do Programa Municipal de Controle de Dengue, Alessandre de Medeiros, explica que a SMS tem que seguir todo um processo burocrático para o agente poder entrar no imóvel e combater os focos do aedes. Após a denúncia no disque-dengue, é enviado um agente para fazer a visita no imóvel na tentativa de localizar o proprietário para fazer a inspeção,

Caso não localize o dono do imóvel, o agente repassa o endereço para a Coordenadoria de Vigilância Sanitária do município para localizá-lo através da Secretaria Municipal de Tributação (Semut). Se mesmo assim não conseguir identificá-lo, será publicada uma citação no Diário Oficial para que compareça à Covisa para agendar a visita do agente. E, finalmente, se não der certo, a secretaria aciona a Justiça, que concede ordem judicial para abrir o imóvel e realizar a inspeção. "Mas todo esse procedimento implica emperda de tempo para os agentes e gastos para o poder público, que tem que arcar com os custos da publicação e da contratação de um chaveiro para abrir e depois fechar a casa após a realização da inspeção", informa.

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