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[11 de julho] Erosão da costa potiguar era um problema previsível

 Tribuna do Norte - 11 de Julho de 2012

Ponta Negra
As formas de se evitar a destruição da orla de Ponta Negra por conta das marés altas têm sido discutidas ao longo dos anos, embora, até o momento, não se tenha notícia de um estudo mais aprofundado acerca do tema. A erosão da costa potiguar vem sendo estudada por vários pesquisadores, de áreas como Geologia e Oceanografia. Uma coisa é consenso: os problemas eram "previsíveis", tendo em vista que outros pontos da costa já sofreram com questões semelhantes.

Eugênio Cunha, professor do Departamento de Oceanografia da UFRN, por exemplo, conta que, ao se projetar os espigões de Areia Preta, sugeriu a extensão da medida para outras praias de Natal e do Rio Grande do Norte. "Esse tipo de problema pode ocorrer tanto por questões naturais como por influência das ações do homem. Em Natal, a urbanização foi feita nas proximidades do mar, o que causou problemas em Areia Preta e agora em Ponta Negra. A urbanização de Ponta Negra é mais recente, tendo em vista que a avenida Erivan França foi construída na década de 80", aponta.
Eugênio Cunha

Com as interferências humanas na paisagem da costa, é "previsível", segundo os especialistas, que haja "conflitos" com o regime das marés. Para Eugênio Cunha, a influência desse "conflito" seria minimizada com o aterramento na praia e a consequente extensão da faixa de areia. "Esse era o projeto que havia pensado para Areia Preta, e que não foi concluído integralmente por questões financeiras", disse Eugênio.

Já o professor Manoel Lucas, também da UFRN, acredita que a utilização do aterro não resolveria o problema de Ponta Negra. "É preciso um estudo amplo de pelo menos um ano para se determinar a solução mais viável", disse. Uma das possibilidades seria a instalação de espigões, a exemplo de Areia Preta, ou de um quebra-mar, que é uma estrutura semelhante ao espigão, mas instalado de forma transversal. "São algumas das possibilidades. Mas qualquer que seja a opção vai interferir na dinâmica da maré", aponta.

Manoel Lucas
Para Manoel Lucas, tentar conter a força e o alcance da água  em Ponta Negra "desviaria" os estragos advindos com a maré alta para outro ponto da costa. "Não tem como fugir disso. Se interferirmos aqui, esses problemas serão transferidos para outra área. O mar nunca se comporta de acordo com modelos pré-estabelecidos", avalia.

Um estudo oficial será produzido para a Justiça. O perito indicado foi o professor de geologia da UFRN Venerando Amaro.

Sugestões para recuperar a praia

As primeiras sugestões de leitores/internautas da TRIBUNA DO NORTE interessados em contribuir com a reestruturação da praia de Ponta Negra começam a chegar. A campanha "Salve Ponta Negra", firmada com a Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, segue até o próximo dia 22 de julho e todas as opiniões recebidas serão repassadas ao Ministério Público que irá realizar uma audiência pública no próximo dia 16 de agosto, às 9h, na sede da Procuradoria-Geral de Justiça em Candelária.

Para participar com críticas e/ou sugestões, basta acessar o portal da TN no endereço eletrônico tribunadonorte.com.br. As contribuições podem ser enviadas através do VC Notícia ou de comentários em matéria específica da campanha destacada na página principal do portal. As colaborações serão entregues à promotora Gilka da Mata.  

O material será analisado e tabulado pelos técnicos da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, e apresentados durante a audiência pública. "A ideia é democratizar a participação e saber como a população de Natal quer ver a praia. Analisaremos todas as sugestões, críticas e ideias que forem apontadas, pois o intuito é desenvolver um projeto que contemple o desejo de revitalização da praia, que é comum à maioria dos natalenses", comentou Gilka da Mata. 

Segundo o diretor de jornalismo da TRIBUNA DO NORTE, Carlos Peixoto, a parceria com o MPE é de suma importância para a discussão dos problemas que atingem turistas e moradores de Natal: "Ao abrir o site do jornal para que os leitores/internautas apresentem sugestões, a TN está cumprindo um dos papéis relevantes de um veículo de comunicação em uma sociedade aberta e democrática, entre eles a interlocução da população com gestores públicos".

Articulação em Brasília pode apontar soluções

Brasília (DF) - O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), conversou com o Ministro do Turismo, Gastão Vieira, na noite desta terça-feira (10), sobre o caos na praia de Ponta Negra, em Natal, onde o calçadão está sendo destruído pelas marés altas.

"Nosso cartão postal não pode parar", alertou o líder ao ministro. O diretor de infraestrutura do ministério, Deusvaldo Ferreira, participou da audiência. Ele relatou ao ministro o que viu na orla de Ponta Negra durante a visita que fez ao Estado na segunda-feira (9). O diretor expôs a preocupação dos empresários do turismo, técnicos do setor e a prefeita Micarla de Sousa.

O ministro entendeu que a situação é de calamidade e se dispôs a ajudar na recuperação emergencial do calçadão de Ponta Negra e na elaboração de um projeto estruturante para a praia. Gastão Vieira acredita que uma parceria da Prefeitura de Natal com a UFRN é o caminho mais rápido para elaboração  do projeto emergencial e também do projeto definitivo.

O ministro disse ao líder Henrique Alves que vai conversar com a Ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sobre a decretação do estado de emergência pela prefeitura de Natal para permitir a execução das obras. A calamidade também precisa do reconhecimento do Governo do Estado e da Defesa Civil nacional. "É a única forma de enfrentarmos o problema emergencialmente sem os entraves da lei eleitoral", disse o ministro, assegurando recursos para os projetos.

INTEGRAÇÃO

Nesta quarta-feira (11) o deputado Henrique Alves tem audiência agendada com o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, para relatar a situação de Ponta Negra e a necessidade imediata do ministério reconhecer a situação de emergência recomendada ao município de Natal pelos técnicos e o ministro do turismo.

Henrique Alves acredita que, com o apoio dos três ministros, a prefeita Micarla de Sousa encontrará o apoio suficiente para uma solução emergencial e imediata. A prefeita estará em Brasília na próxima sexta-feira (14) para tratar do assunto. "Estamos facilitando a parte da prefeitura de Natal para que o nosso cartão postal seja recuperado", assegurou o líder, reforçando a necessidade de participação dos três níveis de governo para recuperar o calção ainda para a Copa do Mundo de 2014.

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