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Tribuna do Norte - 06/04/08 :: MORADORES DE NATAL LIDERAM RANKING DE DOÊNÇAS CRÔNICAS

Foto: Alex Régis

SAÚDE - Caminhada diária é hábito para poucos moradores de Natal

Os natalenses precisam cultivar hábitos diários mais saudáveis. Apesar de morar numa cidade com mais de 300 dias de sol, das belas praias, do ar puro, de uma temperatura amena e de avenidas amplas, os moradores da “Cidade do Sol” tendem ao sedentarismo.

Resultado: são os campeões do colesterol alto no Brasil, vice-campeões do Nordeste em obesidade, vice-campeões nordestinos em hipertensão. Além disso, as mulheres de Natal têm o terceiro maior índice de osteoporose no cenário nacional, com 9,2%.

A constatação é da mais ampla pesquisa sobre a saúde do brasileiro realizada até agora pelo Ministério da Saúde. A pesquisa foi realizada entre julho e dezembro de 2007 em todas as capitais brasileiras, pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo.

A obesidade atinge 13,1% dos natalense ouvidos durante a pesquisa. A liderança está com os habitantes de Fortaleza, com 14,7%. As freqüências mais elevadas de adultos obesos foram encontradas em Macapá (16,1%) e em Campo Grande (15%), conforme o percentual ponderado, ajustando a distribuição sócio-demográfica das capitais.

Doença crônica e um dos maiores problemas de saúde pública da humanidade, a obesidade atinge mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Alguns dos problemas que esse mal provoca são doenças cardíacas, principalmente o infarto agudo do miocárdio, doenças cérebro-vasculares, hipertensão, câncer e diabetes.

O estudo não identificou uma tendência clara de maior incidência de obesidade entre homens do que em mulheres no país. No entanto, em Natal, eles estão mais gordos. Dos 782 voluntários do sexo masculino que participaram da pesquisa, 15,4% estão obesos. Entre as mulheres, esse percentual é de 10,9%.

O excesso de peso também é uma preocupação para os moradores da capital potiguar, pois 44,2% dos adultos que participaram da pesquisa, entre homens e mulheres, registram quilinhos a mais. A situação mais crítica no país está em Cuiabá, onde 49,7% da população se apresenta em condição desfavorável diante da balança.

Diferentemente da obesidade, o excesso de peso é mais comum entre os homens em todo o país. Em Natal, esse cenário não só se confirma como também revela que mais da metade deles está acima do peso: 50,4%. Entre as mulheres, esse problema está presente na vida de 38,2% das 1.230 entrevistadas pelo MS.

O diagnóstico do sobrepeso é dado quando o Índice de Massa Corporal (IMC) é igual ou superior a 30 quilogramas por metro quadrado. O IMC é obtido pela divisão do peso (em quilogramas) e o quadrado da altura (em metros), critério utilizado pelo MS para analisar as informações sobre peso e altura fornecidas pelos 54.251 entrevistados no Brasil.

Em todo o país, a maior tendência de pessoas com excesso de peso ocorre a partir dos 24 anos de idade com redução após os 64 anos. E mais. A relação entre nível de escolaridade e excesso de peso é diferente entre homens e mulheres. No sexo masculino, a freqüência de excesso de peso é maior na faixa de maior escolaridade (57,9%) enquanto, no sexo feminino, é maior na faixa de menor escolaridade (45,7%).

Estimativas da OMS apontam que mais de dois bilhões de pessoas acima de 15 anos de idade apresentam excesso de peso no planeta. O ganho de peso geralmente está ligado a fatores ambientais e estilos de vida não saudáveis, como hábitos alimentares inadequados, entre eles, consumo excessivo de gorduras e açúcares, e sedentarismo, mas há também fatores genéticos.

Os dados sobre obesidade e excesso de peso em Natal e em outras cidades brasileiras constam dos resultados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) Brasil 2007. Trata-se de um sistema de entrevistas por telefone, com o objetivo de monitorar a freqüência e a distribuição de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Hábitos alimentares preocupam

Os moradores de Natal estão consumindo menos frutas e hortaliças (verduras e legumes) e comendo mais alimentos ricos em gordura, sal e açúcar como leite integral, carne vermelha ou frango com pele e refrigerantes não dietéticos. Os dados constam de pesquisa do Ministério da Saúde (MS) sobre a alimentação dos moradores de todas as capitais brasileiras e do Distrito Federal. De acordo com o levantamento, apenas 12,5% ingerem a quantia mínima diária recomendada de frutas e hortaliças, que é de 400 gramas ou cinco porções desses alimentos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto isso, 43,30% dos entrevistados pelo MS bebem leite integral; 32% comem carne com excesso de gordura e 15,20% tomam refrigerante com açúcar.

Os natalenses seguem a média nacional, pois a maioria da população brasileira não atinge a recomendação da OMS no consumo de frutas e hortaliças ao longo das últimas três décadas. O pior índice do país nesse aspecto foi obtido em Porto Velho (10%) e o melhor em São Paulo (23%). No Nordeste, os moradores da capital potiguar estão com a terceira mais baixa colocação, ficando atrás dos habitantes de Fortaleza, cujo consumo de pelo menos cinco porções de frutas e hortaliças por dia, em cinco ou mais dias da semana, não ultrapassa os 10% dos ouvidos pelo estudo, e de Salvador, com 12%.

Na questão de gênero, a pesquisa identifica que a ingestão de frutas e hortaliças em Natal é maior entre as mulheres do que entre os homens, 14,30% e 10,50%, respectivamente. Na cidade, foram ouvidos 782 homens e 1.230 mulheres. Em todo o Brasil, foram 54.251 pessoas. No conjunto da população adulta das cidades estudadas, observa-se que o consumo recomendado de frutas e hortaliças também é mais freqüente entre mulheres (21,2%) do que entre os homens (13,7%). Em ambos os sexos, esta ingestão aumenta com a idade e o nível de escolaridade.

No consumo com regularidade de frutas, legumes e verduras, sem a soma diária de 400 gramas, mas em cinco dias ou mais da semana, o estudo revela que há uma melhora na capital potiguar. Quase 34% dos entrevistados fazem essa ingestão. A freqüência mais modesta do país está em Rio Branco (16,8%) e a maior em Porto Alegre (40%). O hábito de comer frutas regularmente atinge 55,20% dos voluntários da pesquisa em Natal. O consumo regular de hortaliças é feito por 51,50% da população.

A ingestão insuficiente de frutas e hortaliças provoca, anualmente, 2,7 milhões de mortes em todo o planeta, segundo a OMS. O baixo consumo desses alimentos é responsável por 31% das doenças isquêmicas do coração, como infarto do miocárdio ou angina, 11% das doenças cérebro-vasculares (derrames) e 19% dos cânceres gastrointestinais ocorridos em todo o mundo.

Maioria come carne vermelha

A pesquisa do MS também procurou saber, em cada capital, como está o consumo de leite integral, de refrigerantes não dietéticos e de carnes vermelhas gordurosas (a exemplo da famosa picanha de churrasco) ou de frango com pele, sem a remoção da gordura visível. Esses itens, ricos não só em gordura, mas também em açúcar e sal, estão cada vez mais presentes à mesa dos brasileiros, uma vez que a dieta de alimentos básicos está diminuindo entre a população.

Em Natal, o aumento do consumo desses alimentos não é diferente do restante do país, embora cada cidade possua seus padrões alimentares dentro de um contexto regional, clima, condições de produção de alimentos, características culturais e características socioeconômicas.

Pelo menos 43% da população toma leite integral, com freqüência maior entre as mulheres (43,90%) do que entre os homens (42,60%). Na média nacional, a pesquisa constatou, porém, que os homens bebem mais leite do que as mulheres: 55,6% contra 51,3%, respectivamente. No conjunto total da população, a ingestão desse produto tende a diminuir com o aumento da idade das pessoas com menos de 65 anos. No entanto, o consumo de leite integral entre os cidadãos com maior escolaridade é muito alto: 49,3% entre homens e 40,5% entre mulheres.

Já a carne com excesso de gordura é ingerida por 32% dos entrevistados de Natal. Esse percentual sobe para 43% quando se isola o grupo dos homens e cai para 23%, entre as mulheres. Em todas as capitais do país, é também o sexo masculino que lidera o consumo de carne com gordura. A freqüência chega a 42,7% no sexo masculino e a 24,3% no sexo feminino. Porém, em ambos os sexos, o consumo de carne desse tipo tende a diminuir fortemente com a idade e o nível de escolaridade.

Embora registrem o menor consumo do Nordeste, os moradores de Natal também têm o refrigerante no seu hábito alimentar, pois 15,20% deles bebem produto. Em Macapá, a freqüência atinge 38,4%, a mais alta entre as capitais. Essa bebida é mais consumida por homens (31,7%) do que por mulheres (22,4%) em 11 das 27 cidades estudadas. Na capital potiguar não é diferente: 18,70% dos entrevistados do sexo masculino consomem o produto, ante 12,40% das entrevistadas. Em ambos os sexos, o hábito de beber refrigerante diminui com a idade.

Índice de fumantes está em queda

Os homens de Natal não se rendem ao cigarro, produto que já chegou a ser vendido como item de apoio na conquista de mulheres. A capital potiguar registra o segundo menor número de fumantes do sexo masculino entre as capitais de todo o Brasil. Pesquisa do Ministério da Saúde (MS) aponta que 15,1% de 782 homens com mais de 18 anos, entrevistados na cidade, têm o hábito de fumar. Em Florianópolis, lugar com maior incidência de homens fumantes, 26,4% dos 807 entrevistados admitiram o vício.

Natal é a quarta capital no país com menor número de fumantes em ambos os sexos: 13,2% do total de 2.012 homens e mulheres entrevistados pelo MS. A estatística perde para três cidades nordestinas: Salvador (11,5%), Maceió (12,1%) e Aracaju (12,3%). Em Porto Alegre, onde foi registrado o maior número de fumantes, 21,7% dos 2.002 entrevistados são tabagistas. No conjunto das capitais brasileiras, a freqüência alcança 16,4%.

Em São Paulo, o percentual de fumantes alcança 20% do total de 2.006 entrevistados. No Rio de Janeiro, a soma de fumantes chega a 15,8% das também 2.006 pessoas escutadas pelo Ministério da Saúde. No Distrito Federal, 16,4% dos 2.007 entrevistados admitiram ter o hábito de fumar. No Nordeste, a situação mais crítica de fumantes está no Recife, onde 15,9% dos 2.010 entrevistados revelaram ser tabagistas.

O tabagismo é considerado um grande problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois aumenta o risco de doenças coronarianas, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral (AVC) - o derrame -, enfisema pulmonar e câncer.

Apontado como um dos principais fatores de risco para mortes por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), o fumo é responsável por cerca de cinco milhões de óbitos por ano em todo o mundo, sendo quatro milhões de homens e um milhão de mulheres. Os natalenses não fogem à estatística da OMS na divisão por sexos no hábito de fumar. Enquanto pouco mais de 15% dos 782 homens entrevistados pelo MS admitiram fumar, entre as mulheres, 11,6% das 1.230 entrevistadas são tabagistas.

Embora o hábito de tragar um cigarro seja menos presente no sexo feminino que no masculino, as natalenses são as que mais fumam no Nordeste. Na média das capitais, o ato de fumar também tem maior incidência no sexo masculino (20,9%) do que no sexo feminino (12,6%).

Enquanto a prevalência de homens fumantes é relativamente estável até os 54 anos, nas mulheres o aumento ocorre a partir dos 35 anos. Em ambos os sexos, o hábito de fumar entre os brasileiros tende a diminuir após os 54 anos de idade. A redução também é percebida com o aumento da escolaridade, particularmente entre os homens. Do total de fumantes do sexo masculino, 25% têm até oito anos de escolaridade e 14,8% registram 12 anos ou mais de estudo.

Quanto aos ex-fumantes, o levantamento aponta que, na capital potiguar, eles somam 20%. Entre os homens, esse percentual é o segundo mais baixo entre as capitais do Nordeste: 21,5%. Só perde para Maceió, com 21,2%. Entre as mulheres, fica em 18,8%. No país, o maior número de ex-fumantes foi encontrado em Rio Branco (26,9%) e o menor em Aracaju (17,4%).

Hipertensão atinge 24% dos natalenses

As doenças do coração matam, anualmente, 16,6 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, 31,5% dos óbitos são provocados por problemas cardiovasculares, configurando-se como a primeira causa de mortalidade da população no país. Um fator responsável por essas complicações é a hipertensão arterial, que atinge de 40% a 50% das pessoas com mais de 40 anos de idade. O Ministério da Saúde (MS) buscou identificar a freqüência de hipertensos nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. O levantamento ouviu 54.251 cidadãos em todo o país. Em Natal, 24,40% dos 2.012 entrevistados se autodeclaram hipertensos.

Na capital potiguar, as mulheres são as que mais referem o diagnóstico médico prévio de hipertensão arterial: 27,50% das 1.230 entrevistadas, ante 20,80% dos 782 homens voluntários do estudo. Na média do país, as mulheres são as que mais se autodeclaram hipertensas, com 25,1%, do que os homens, com 20,3%.

A pesquisa também averiguou como estão as alterações de gordura no sangue (dislipidemias) da população, que podem ocorrer às custas de aumento do nível de colesterol, dos triglicerídeos ou pela redução do HDL (colesterol bom). Em Natal, 22,80% dos entrevistados revelaram estar com as taxas alteradas, registrando o maior índice do país. Desse total, 27,20% das mulheres - a maior do país - e 17,40% dos homens - a segunda maior do país, ficando atrás de Vitória (17,5%). Esses dados repetem, mais uma vez, a tendência nacional de as mulheres referirem mais o diagnóstico prévio do problema do que os homens: 18,2% contra 13,3%. O colesterol e os triglicerídeos alterados são fatores de risco para doenças cardiovasculares.

Diabetes

O diabetes mellitus configura-se, hoje, como uma epidemia mundial. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 177 milhões de pessoas portavam a doença em 2000, com a expectativa de alcançar 350 milhões de pessoas em 2025. No Brasil, a estimativa é de seis milhões de portadores de diabetes. Aproveitando o levantamento dos dados da saúde da população, o questionário do Ministério da Saúde também obteve informação de quem era portador da doença em todas as capitais. Em Natal, 7,50% das pessoas declararam-se portadoras da enfermidade. Trata-se da freqüência mais elevada do país.

Dos portadores de diabetes autodeclarados na capital potiguar, 9,40% eram mulheres, o maior percentual do Brasil, e 5,30%, homens. Os índices seguem tendência nacional, na qual 5,70% das mulheres e 4,8% dos homens referem o diagnóstico prévio de diabetes.

Osteoporose

Outra pergunta que foi feita aos voluntários do estudo em relação a sua saúde foi sobre osteoporose, doença que compromete a resistência óssea, predispondo o indivíduo ao aumento do risco de fraturas. Entre os natalenses entrevistados, 5,60% disseram sofrer da doença. O problema afeta, sobretudo, as mulheres: 9,20%, contra 1,30% dos homens. O dado do sexo feminino é o terceiro maior entre as capitais brasileiras. Em primeiro lugar está o Recife, com 9,5% e o segundo, Teresina, com 9,3%.

Sete milhões de pessoas morrem por ano, no mundo, devido a algum tipo de câncer. No Brasil, a doença representa a segunda causa de óbito da população adulta, ficando atrás apenas dos problemas cardiovasculares. Os tipos de câncer que mais matam no país são de pele, mama, próstata e colo do útero.

Para saber como os natalenses têm se prevenido contra a doença, o Ministério da Saúde (MS) realizou uma pesquisa com moradores com mais de 18 anos de todas as capitais do país, e constatou que, em Natal, 52,6% se protegem contra o sol, principal causador do câncer de pele, quase 70% das mulheres de 50 a 69 anos se submeteram a exame de mamografia nos últimos dois anos e cerca de 80% das mulheres de 25 a 59 anos fizeram o exame de prevenção de câncer de colo do útero nos últimos três anos.

Na capital potiguar, o estudo verificou que a proteção contra o câncer de pele (de maior incidência no país) é mais comum entre as mulheres do que entre os homens. Pouco mais de 62% das entrevistadas atenderam aos requisitos de proteção indicados no levantamento, que leva em conta não costumar se expor ao sol por mais de 30 minutos por dia ou usar filtro solar, chapéu, sombrinha e roupas adequadas.

Enquanto isso, só 40,6% dos homens admitiram tomar uma dessas medidas preventivas, o menor índice do Nordeste. A pesquisa ouviu 2.012 pessoas na capital potiguar, das quais 1.230 mulheres e 782 homens. No país, foram 54.251 pessoas.

Considerando-se o conjunto da população adulta das cidades estudadas, observa-se que mais mulheres (62,3%) do que homens (42,9%) usam alguma proteção contra a radiação ultravioleta. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que ocorrerão, neste ano, 115 mil novos casos de câncer de pele no país. O Ministério da Saúde tem realizado campanhas educativas para que a população se proteja contra o sol para evitar esse tipo de câncer.

Quanto à prevenção do câncer de mama, a pesquisa observou que, em Natal, a realização de mamografia, nos últimos dois anos, está abaixo da média nacional: 68,7% contra 70,8%. O Ministério da Saúde recomenda que todas as mulheres entre 50 e 69 anos de idade devem se submeter a esse exame pelo menos uma vez a cada dois anos, além de indicar o exame anual para mulheres acima de 35 anos que pertençam a grupos de alto risco. Segundo o Inca, 49 mil novos tumores de mama feminina devem ser detectados este ano.

O estudo também procurou saber como as mulheres entre 25 e 59 anos estão se prevenindo contra o câncer de colo de útero, que, neste ano, deve atingir 19 mil mulheres, conforme o Inca. O Ministério da Saúde perguntou se elas tinham realizado o exame preventivo (Papanicolau) há pelo menos três anos, período preconizado pelo próprio MS, e, em Natal, 79,4% delas disseram que tinham se submetido ao procedimento.

O percentual fica um pouco abaixo do que é encontrado em Porto Alegre, onde há a maior freqüência do país, com 90,3%, e também ficou abaixo da média nacional, de 82%. No entanto, o índice é o maior da região Nordeste.

Futuro é ainda mais preocupante, diz médico

Se a situação atual da saúde do natalense preocupa, a perspectiva para o futuro não é animadora. O médico cardiologista Paulo Davin comenta que a previsão é de que o quadro se agrave, pois, segundo ele, essa ainda “não se trata da geração Coca-Cola, ketchup, maionese, em que os pais não se preocupam com a alimentação dos filhos e eles têm uma dieta à base de frituras e refrigerantes” fala.

“Eu vejo a obesidade como uma questão de educação em buscarmos dietas mais saudáveis, em comer para viver e não viver para comer e ainda em fazermos atividades físicas regulares, pois com a tecnologia atual, não há necessidade de fazer esforço físico para mudar o canal da TV, os carros nos deixam cada vez mais próximos de onde vamos e não nos permite mais usar a manivela para abrimos o vidro e ainda não precisa mais trocar a marcha...” lembra Davin.

O sedentarismo entre os habitantes de capital potiguar, chega a 29,2% segundo a mesma pesquisa e 20% da população não praticam exercício físico, como: ginástica, corrida, musculação. Esse percentual deixa Natal como o segundo maior do Nordeste. Já em relação as mulheres os índices chegam ao maior da Região, 17,2%.

Sobre os hábitos alimentadores a nutricionista Fátima Nunes argumenta que é uma questão cultural, pois com essa “vida moderna” a população não está tendo tempo para fazer suas refeições e termina indo para os “fast food”, deixando de comer comidas saudáveis. Além disso, “as industrias estão contribuindo para aumentar o processo inflamatório nas artérias (obstrução), através da adição de alimentos que contém açúcar branco, sal, glutamato monossódico, gordura trans e gás” disse a nutricionista.

Fátima nos dá algumas dicas de uma alimentação saudável e nos recomenda comer além de frutas e verduras, alimentos integrais (arroz integral, pão integral e aveia), oleaginosos (castanha de caju, castanha do Pará, linhaça, gergelim), alimentos protéicos (ovos, frango, peixe, carne magra, camarão) e adicionais como chá verde, soja, babosa, mas todos em pequenas quantidades. A educação alimentar deve começar quando criança, pois “quem faz o paladar da criança somos nós” explica o médico.

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