Ponta Negra luta por seu morro
Renato Lisboa - Repórter
Foto: Affonso Nunes
Campanha “Eu não sou palhaço” mobilizou moradores de Ponta Negra
A campanha que começou com um blog (diário eletrônico) denunciando a construção de prédios de 15 andares próximos ao Morro do Careca começa a ganhar as ruas. Ontem, nas proximidades do quiosque 9 da orla de Ponta Negra, o jornalista Yuno Silva organizou uma manifestação utilizando narizes de palhaço. Trinta pessoas da organização distribuiram panfletos entre os passantes do calçadão e ganhou a simpatia dos turistas. A campanha ‘‘Eu não sou palhaço’’ começou nos ônibus das linhas de Ponta Negra na segunda-feira e, além da manifestação de ontem, Silva garante que novas investidas vão acontecer pelas ruas da cidade para ampliar o debate sobre as polêmicas licenças concedidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb).
A promotora Gilka da Mata, que já planeja entrar com ação civil pública com pedido de liminar, agora ganhou o reforço da área urbanística da Promotoria do Meio Ambiente. O promotor Márcio Diógenes disse que as licenças podem ser revistas por causa das implicâncias da obra com o aspecto visual e pela proximidade do Morro do Careca, ‘‘ainda que estejam fora da Zona Especial de Turismo (ZET1)’’, disse. Ele lembrou também que ainda há Zona de Proteção Ambiental (ZPA) não regulamentada. ‘‘Começamos a trabalhar para embargar a obra’’, concluiu.
O pedido de análise dos documentos da Semurb pela promotora Gilka da Mata é referente ao estudo de impacto ambiental que os prédios causarão no esgotamento sanitário. ‘‘Essa análise da Semurb não conjugou o aspecto urbanístico com o ambiental. Ponta Negra tem uma infra-estrtura sabidamente frágil’’, disse a promotora na ocasião em que constatou in loco os terrenos onde serão erguidos os prédios.
PROBLEMAS
O caso dos prédios com planos de serem erguidos em Ponta Negra é parecido com o da adequação da Via Costeira no que diz respeito à falta de comunicação entre os órgão públicos. A promotora criticou o fato de a Semurb ter dado a licença sem um estudo de impacto ambiental feito pelo Idema. Na Via Costeira, as obras foram iniciadas sem licença por desconhecerem se o órgão que daria a permissão para a obra era a Semurb ou o Idema.
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