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Correio da Tarde - 22/03/08 :: ENTREVISTA SÍLVIO BEZERRA || "EXPANDIR OS NEGÓCIOS PARA A EUROPA VAI FICAR MAIS FÁCIL"

Repórter: Louise Aguiar

Os investimentos estrangeiros têm chegado aos montes no Rio Grande do Norte, em especial os europeus. Os portugueses são os estrangeiros que mais fazem investimentos como pessoa física no Estado. Para lidar com a situação da demanda cada vez maior, o Rio Grande do Norte passou a contar este ano com a Câmara Brasil Portugal do RN - Comércio, Indústria e Turismo.

Comandada pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon/RN) e diretor da construtora Ecocil, Sílvio Bezerra, a Câmara de Comércio potiguar já iniciou as atividades: está encaminhando às autoridades um grupo de portugueses interessados em montar um parque eólico no Estado.

>>> Lucro fácil e rápido, investimentos estrangeiros, compra-compra .. vende-vende .. constrói-constrói. A liberdade da livre iniciativa do mercado privado termina quando passa a ferir direitos básicos da coletividade [incluindo os próprios compradores desses imóveis e grande parcela da população que não faz parte do hall de clientes em potencial]. Claro que SOMOS a favor de investimentos, mas antes garantir o respeito e a dignidade para vislumbrar um futuro melhor para TODOS - e não apenas para uns poucos detentores do capital.

Sílvio Bezerra conversou com o CORREIO DA TARDE e falou sobre os objetivos da nova entidade e de como essa iniciativa pode gerar uma cadeia de outras Câmaras de Comércio. "Se os outros consulados estimularem e conseguirem reunir um grupo de empresários locais, a gente pode iniciar um ciclo de criação de Câmaras de Comércio e as federações abrigarem o que a gente chama de Centro Internacional de Negócios", afirmou.

Correio da Tarde: Em primeiro lugar, o que é uma Câmara de Comércio?

Sílvio Bezerra: É um espaço apropriado para que os empresários locais e os de fora, quando chegam a um determinado local, busquem informação para fazer parcerias e negócios. A idéia surgiu de uma demanda por informação por parte dos portugueses que aqui chegam através do consulado, que não tem estrutura para esse tipo de coisa. É importante salientar que uma entidade como a Câmara só funciona com o aval do consulado e foi assim que a gente fez a nossa.

Qual a importância de o Rio Grande do Norte estar entre os 11 estados do País que possuem uma Câmara de Comércio?

Significa dizer que uma Câmara só existe quando há demanda e ela vai dar oportunidade de chegarmos a Portugal como empresários respaldados pela marca da Câmara, que é reconhecida pela Embaixada e pelo Consulado e de muita credibilidade. Você passa a ter a responsabilidade de representar o que há de melhor no Estado, receber as pessoas e fazer disso uma ponte para exportação.

Como é hoje nossa relação econômica com Portugal?

Só para se ter idéia, essas informações que existem no consulado se traduzem em o RN ser o Estado que mais recebe investimentos portugueses pessoa física do Brasil.

E com a Europa?

A Câmara de Comércio é uma oportunidade de entrar na Europa pela facilidade e identidade que a gente tem com a língua. Todo mundo sabe que nossos laços com Portugal são maiores em conseqüência da colonização. Se há uma dificuldade por parte do empresário de acessar outra parte da Europa, chegando por Portugal, isso pode mudar e tornar o caminho mais fácil. Além disso, eu acho que o Brasil tem uma relação muito mais estreita com a Europa do que com os EUA, por exemplo. Porque ao longo da história do Brasil, nossa identidade é muito mais européia do que americana. Temos a maior colônia italiana fora da Itália, teve a colonização alemã no sul do País e tem os portugueses. É toda uma história voltada para a cultura européia.

Quais os negócios em potencial que podemos fechar com Portugal?

Na área de turismo imobiliário que é a área que tenho mais conhecimento, não tenho dúvida que acontecerá de maneira mais forte. Mas não vejo como o RN, sendo um grande exportador de camarão, sal, frutas, doces e balas, não ter oportunidade de viabilizar mais negócios. Tudo o que o RN produzir, poderá ser objeto não só de incremento como de iniciação. Ao mesmo tempo acontece o contrário, a demanda que vier de lá para cá será sempre bem vinda.

Então vamos realmente estreitar as relações com o velho mundo?

Eu acredito que os investidores europeus poderiam suprir nossas necessidades na área de infra-estrutura. Isso aconteceu no sul do País com as privatizações das rodovias. Aqui a gente tem grandes investidores procurando investir na área de geração de energia, querendo montar um parque eólico. O próprio aeroporto de São Gonçalo do Amarante será feito de uma Parceria Público-Privada. Então por que não os portugueses se interessarem em explorar nosso aeroporto? O governo e a iniciativa privada têm que decidir o que a gente precisa para poder crescer, mas também não é ficar só nesses grandes investimentos, mas também no que for interessante para o pequeno empresário.

Qual a composição da Câmara de Comércio do RN?

São 11 vice-presidentes setoriais e como membros honorários temos os principais agentes econômicos - o presidente da Fiern, Flávio Azevedo, o do sistema Fecomércio/RN, Marcelo Queiroz, da Federação da Agricultura e o próprio Sebrae também tem representatividade lá.

A entidade irá ajudar no crescimento econômico do Estado?

Qualquer investimento que chegar aqui, vai ajudar no seu crescimento. Agora mesmo tem um grupo português interessado em instalar um parque eólico aqui. Se a gente não tivesse a Câmara, poderíamos correr o risco de perder para a Câmara de Pernambuco ou Ceará. Até esse trânsito entre iniciativa privada e governo é importante.

Há possibilidade de câmaras de comércio de outros países serem abertas no RN?

A de Portugal foi aberta em primeiro lugar porque houve a demanda e segundo pelo Consulado Português, que estimulou muito a criação da câmara. Se os consulados tiverem iniciativa de estimular e formar grupos de empresários locais, a gente pode estar iniciando a um ciclo de criação de câmaras de comércio e as federações abrigarem o que a gente chama de Centro Internacional de Negócios.

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