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Matéria Diário de Natal 7/3 :: Lagoa de estabilização preocupa o Pium

COMUNIDADE TEM MOSTRADO TEMOR COM AS MUDANÇAS NO PROJETO DE TRATAMENTO DAS ÁGUAS

Lagoa de estabilização preocupa o Pium

Foto : Ana Amaral/DN

A promotora Gilka da Mata fotografa o estuário do rio Pium para controle

Representantes do Idema, Ibama, Caern, Prefeitura de Parnamirim e Ministério Público Estadual realizaram vistoria nas obras de saneamento e construção de uma lagoa de estabilização em Pium na tarde de ontem. Os moradores do núcleo rural da região estão preocupados com o impacto da construção que vai captar os dejetos das praias de Pirangi do Norte, Cotovelo e Pium.

De acordo com as reclamações, eles não serão beneficiados com as obras de saneamento e ainda podem ser prejudicados caso o lençol freático seja contaminado pelas águas que correrão pelos canos da drenagem.

As reclamações se intensificaram após modificações feitas no projeto original da obra, de autoria da empresa paraibana George Cunha. Segundo os moradores, o projeto inicial previa o tratamento do esgoto e a reutilização das águas para irrigação, por exemplo. Agora o destino final das águas será o rio Pirangi.

A engenheira da Caern Silvana Vilar explicou que o projeto foi alterado porque não houve interesse na utilização dessas águas por parte dos moradores. ‘‘Eles tem água em abundância’’, citou.

A solução encontrada pela Caern, segundo a engenheira, foi despejar a água já tratada no rio. ‘‘A Caern comunicou a mudança no projeto ao Idema e lá foi pedido um pós-tratamento da água mais apurado e um estudo de depuração do rio Pirangi. Fizemos isso, o Idema analisou e a reformulação do projeto foi concluída na semana passada’’, disse.

Ela admite que a companhia de águas cometeu uma falha por ter deixado de comunicar essas alterações à comunidade e citou: ‘‘A água que será tratada vai ser melhor do que a rio’’. A representante do Conselho Comunitário São Paulo Apóstolo, Gelza Alves Matsunae, disse que a comunidade está revoltada com a falta de informações e com a possibilidade de perder sua fonte de renda. ‘‘A comunidade está aqui defendendo sua água, seu chão e a renda familiar. Não vamos ser beneficiados, o saneamento não vai chegar nas nossas casas porque moramos em zona rural’’, destacou.

Outro impasse gerado com o anúncio da construção da lagoa de estabilização é a necessidade de desapropriação de alguns terrenos que ficam na área escolhida e mudança de um cemitério já construído. O cemitério está erguido o terreno onde será a lagoa. Sete corpos já foram sepultados. Gelza Matsunae revela que, ao contrário do que está sendo dito, os proprietários dos terrenos em questão, não receberam nenhuma indenização.

Segundo Silvana Vilar os documentos tratando as indenizações já estão em cartório e cada proprietário será chamado. ‘‘O valor foi estipulado pela secretaria de infraestrutura’’, citou.

O engenheiro sanitarista do Idema tentava acalmar os ânimos dos moradores dizendo que o rio já é poluído. ‘‘O rio já é impróprio para banho. Hoje podemos ver dejetos humanos boiando no rio. Não há risco das águas poluirem o rio nem das águas da lagoa contaminarem o lençol freático porque ela terá o fundo ipermeabilizado’’, disse.

A coordenadora da ong Natal Voluntários, Mônica Macdowel, reside na região e acompanhou a vistoria. Para ela a luta da população é válida. ‘‘Acho maravilhoso ver a sociedade civil lutando pelos seus interesses. Se o projeto original fosse aplicado seria ótimo. Mas vamos ver como será esse novo’’, avaliou.

PROMOTORIA

A promotora do meio ambiente, Gilka da Mata, participou da vistoria e pediu a elaboração de uma lista com todas as dúvidas sobre a construção. O documento será entregue à promotora de Nízia Floresta, Uliana Lemos de Paiva. No próximo dia 15 representantes da comunidade participarão de audiência com Gilka da Mata na promotoria do meio ambiente. Os moradores esperam ter as suas questões sobre a remoção dos corpos do cemitério, indenização das áreas privadas, eficacia do tratamento, entre outras, respondidas.

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