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Matéria Correio da Tarde 17/10 - Semurb têm deficiências operacionais

Semurb não acompanha crescimento

Mariele Araújo - Repórter
Foto: Augusto Ratis

Todos os dias novas casas são erguidas em regiões sem condições de habitação.

A zona Norte é a maior região administrativa de Natal em população e área. E isso tudo em conseqüência de um crescimento acelerado e desordenado. È zona em que a cidade mais cresce. A cada dia surgem novos bairros, novos conjuntos. As ações da Prefeitura, com isso, não conseguem acompanhar esse ritmo. Ligações de água e luz clandestinas, falta de saneamento, asfalto, transportes coletivos e coleta de lixo, são alguns dos problemas dos locais das novas habitações.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) admite que o crescimento da zona Norte é tão intenso, que é difícil acompanhá-lo através de pesquisas. Essa falta de "mapeamento" se reflete nas falhas das políticas públicas para o local. De acordo com o chefe do Departamento de Informação Pesquisa e Estatística do órgão, Carlos Eduardo Pereira da Hora, a área possui uma elevação geográfica maior que Natal e por isso não é possível que o município desenvolva suas ações na mesma proporção.

Os dados oficiais apontam que são sete bairros que, por sua vez, se subdividem em 35 conjuntos habitacionais, 56 loteamentos e 18 áreas subnormais. O Censo de 2000 mostrou que Natal apresentou um crescimento geográfico de 1.8 enquanto que na Zona Norte este número foi de 5.8. Em 2005, a Semurb observou que o município cresceu 1.78 e essa, que é a maior região administrativa, 3.54.

Os vazios urbanos são os responsáveis por esse inchaço da área através de loteamentos irregulares, assentamentos e favelas. Uma característica desses vazios geográficos é a ocupação horizontal. Na Zona Norte, 99,13% da população vive em casas. Apenas 0,71% reside em apartamentos.

São mais de 290 mil habitantes "Para se ter uma idéia apenas seis municípios do RN possuem mais de 50 mil habitantes. Na Zona Norte, em três bairros a população é superior a isso", explicou Carlos da Hora. Uma questão é notória na região: o grande número de ocupações irregulares. Muitas das famílias da Zona Norte não possuem escritura de seus imóveis, sobretudo nas comunidades mais pobres.

Carlos da Hora informou que a Semurb já estuda a implantação de um Plano de Regularização Fundiária no local. Douglas Varela, primeiro secretário do conselho comunitário do Panatis, enumerou os principais problemas na visão da população. "Em primeiro lugar, a segurança é o quesito mais preocupante. Estou falando com a reportagem em frente a uma flagrante de assalto. A situação fugiu do controle apesar de sabermos que isso acontece em todo o país", denunciou.

Douglas também se queixou da falta de saneamento básico da Zona Norte e das falhas no sistema de saúde. "No Hospital Maria Alice Fernandes, por exemplo, que atende quase toda demanda da região são apenas três pediatras e em muitos postos de saúde faltam médicos e a burocracia é grande".

O trânsito também é dor de cabeça para quem mora na área. Os engarrafamentos intermináveis são diários e quem trabalha se deslocando para a Zona Sul costuma sair de casa bem mais cedo ou sempre chega atrasado. "Existe um estudo que comprova isso. Os funcionários da Zona Norte são os que mais perdem a hora", reforçou Douglas Varela.

O surgimento dos conjuntos habitacionais na Zona Norte trouxe o "alargamento" da região. Após o Potengi (1976), nas décadas de 70 e 80, a área viu surgir diversos conjuntos. São casos como Soledade I (1978), Panorama I e II (1978), Panatis I e III (1979), Panatis II (1981), Santa Catarina (1982) e Soledade II (1982) e Santarém (1983).

Carlos da Hora acredita que cada bairro tem sua característica específica. Igapó, por exemplo, originado da Aldeia Velha, sede da Taba dos índios Potiguares, é um bairro histórico, cujas casas - em geral estreitas - refletem um adensamento natural da área. Nos bairros constituídos por conjuntos, o ordenamento é diferente, há mais espaço.

Aumento da Zona Norte traz mais investimentos

Ao passo que a maior área administrativa de Natal cresce, aumentam também os investimentos públicos e privados no local. Nos últimos anos se instalaram em número considerável shoppings, supermercados e universidades. A construção da Ponte Newton Navarro deverá atrair mais empreendimentos para a área, sobretudo a Redinha. "Lá, deverão ter muitas mudanças", espera Carlos.

Segundo o representante do conselho do Panatis, a região Norte tem um consumo mensal, de circulação do comércio, de R$ 50 milhões mensais. "Sei disso, porque usamos esses dados no conselho. Os supermercados são os que mais estão de olho nisso", explicou Douglas Varela.

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