Bordado é destaque em Sampa
F. Gomes - correspondente
Prêmios como o Top 100 fazem com que os trabalhos ganhem dimensão nacional e a produção tenha novo ciclo
Duas unidades produtivas de artesanato do Rio Grande do Norte foram premiadas na primeira edição do Prêmio TOP 100 de Artesanato, realizado pelo Sebrae. A Associação das Bordadeiras do Seridó, com sede em Caicó, foi classificada com os bordados feitos à mão e em máquinas, e a Associação de Artesãos de Lajes Pintadas, concorreu com o artesanato em fibra de sisal. A cerimônia de premiação aconteceu na noite de quarta-feira, no Centro de Negócios e Eventos do Estado de São Paulo, no bairro do Bexiga, tradicional reduto italiano da cidade.
Dirigentes do Sebrae em 10 Estados brasileiros estiveram presentes no evento. Do Rio Grande do Norte participaram o Diretor Superintendente do Sebrae, José Ferreira de Melo Neto, a Gestora do Programa de Artesanato do Sebrae, Mônica Lima, e as presidentes das associações, Arlete Silva, das Bordadeiras do Seridó, e Geilda Lima, dos artesãos de Lajes Pintadas, na Região do Trairi norte-rio-grandense.
‘‘Este é o maior reconhecimento para os nossos artesãos, que além de produzirem com qualidade, mostramse competentes também na gestão de seus negócios’’, avalia Melo. Para a cerimônia, foi montado um showroon com peças dos empreendimentos artesanais.
O Diretor Técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza ressaltou a beleza da exposição. ‘‘Quem de nós aqui que, ao observar cada uma de nossas peças, não é tocado, não é levado às emoções e sente um tremendo orgulho de ser brasileiro. Precisamos transformar então esses valores, que são culturais, em valores que contribuam para o desenvolvimento do nosso país’’, disse Barboza.
Depois da entrega dos 100 diplomas aos vencedores, Maria Aparecida Ivanov, representando todos os agraciados, disse que a iniciativa do Sebrae Nacional de estar escolhendo as unidades produtivas, de estar promovendo os produtos, ampliará as opções de mercado. ‘‘Quero agradecer aos grupos que tanto se empenharam, assim como o nosso, para atingir e chegar a esse padrão todo exigido pelo Sebrae para atingir um mercado cada vez mais exigente. Eu tenho certeza que a gente vai conseguir chegar lá’’.
Participaram como parceiros do Prêmio Top 100, a Fundação Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, os Correios e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Para o representante da Fundação Banco do Brasil no evento, Claiton José Melo, a atuação da entidade com o Sebrae não se dá só com a intervenção da cadeia produtiva do artesanato. ‘‘Ela se dá numa intervenção com diversos outros processos produtivos. Fazemos com que os trabalhadores saiam da marginalidade da produção e entrem sim num novo ciclo de desenvolvimento da sua comunidade até chegar ao processamento do seu trabalho à comercialização dos seus produtos’’.
Já Antonio Braqueais, dos Correios, colocou à disposição das unidades produtivas todos os serviços dos Correios em três áreas: no transporte, quer seja para o Brasil ou exterior, facilitando inclusive a exportação a através do Programa Exporta Fácil, levando capacitação onde for necessário; comércio eletrônico e mala direta. ‘‘Os Correios estão se associando aos parceiros desse projeto para emprestar toda a sua estrutura nos 5.570 municípios, toda a infra-estrutura de transportes que entrega diariamente mais 35 milhões de itens e entrega diariamente em 50 milhões de domicílios no país’’.
Cândida Servieri, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, já está pensando na segunda edição do prêmio, que deverá ocorrer em 2008. ‘‘O MDIC já faz parte do segundo prêmio, querendo trabalhar mais conjuntamente em outros projetos’’. O Prêmio Top 100 de Artesanato, iniciativa inédita no País, é promovido pelo Sebrae com o objetivo de incentivar e destacar as formas mais bem organizadas no setor, do ponto de vista mercadológico.
A solenidade contará com a presença da diretoria do Sebrae Nacional e com representantes das unidades estaduais da Instituição.
Peças têm diferencial de mercado
Zeca Melo, diretor superintendente do Sebrae, elogia gestão dos artesãos
As peças dos vencedores foram avaliadas de acordo com critérios de inovação e diferenciação mercadológica, adequação econômica dos produtos ao seu público-alvo, aspectos ergonômicos e funcionais na unidade de produção e seus produtos, adequação ao meio ambiente, capacidade produtiva da unidade, adequação com a cultura local e adequação logística. Aspectos como identidade e capacidade de agregação de valor, práticas comerciais justas e de responsabilidade social também foram observadas pela coordenação do prêmio.
Cerca de 550 unidades de produção artesanal de 22 Estados brasileiros inscreveram-se e concorreram ao prêmio que, por fim, selecionou as 100 melhores. O prêmio será bianual.
A cerimônia de premiação conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Fundação Banco do Brasil e dos Correios.
Representantes das cem unidades produtivas premiadas ainda irão participar, hoje, em São Paulo, de uma rodada de negócios com 40 lojistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e estados do Nordeste. Entre os compradores estão lojas como a Tok & Stock, Imaginarium, Scânia (brindes corporativos) e pequenos lojistas especializados em artesanato.
Uma sala de exposições foi montada no Centro de Eventos e Negócios de São Paulo, no bairro do Bexiga, para receber os artesãos e os lojistas. Os compradores receberão também um catálogo produzido para o evento. Cada unidade produtiva teve direito a indicar um produto para o catálogo e para a exposição.
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