Empresários reagem a desinformação
Renato Lisboa - Repórter
Foto: Fábio Cortez
Empreendedores afirmam que se submeteram a todo o procedimento indicado para a obtenção das licenças
Empresários do setor imobiliário atribuem a grande polêmica causada pelos planos de construção de prédios próximos ao Morro do Careca à desinformação. Eles alegam que a forma apresentada dos fatos pelo jornalista Yuno Silva à imprensa foi feita de uma maneira distorcida e só um lado do um conflito foi apresentado.
Dizem que só uma semana depois do surgimento do anúncio da atuação do Ministério Público começaram a ser ouvidos e estão fazendo um grande esforço para desfazer um mal entendido.
De acordo com os empreendedores, eles estão sendo transformados em vilões, descumpridores da lei e degradadores do meio ambiente quando na verdade se submeteram a todo o procedimento indicado para obtenção das licenças. Também fazem referência a questões de direitos do consumidor quando lembram da situação dos compradores dos apartamentos.
Uma das críticas do jornalista é que os prédios estão sendo comercializados só para estrangeiros.
Franklin Castro, sócio-proprietário da incorporadora Natal Real State, responsável pelo empreendimento Vila del Sol rebateu à crítica. ‘‘Estamos vendendo lá fora porque aqui não há poder aquisitivo para se comercializar com a mesma vantagem. Os governos de todo o mundo trabalham para atrair esse tipo de cliente. Essa visão referente ao estrangeiro também atrapalha a discussão. Seguimos a lei da oferta e da procura como qualquer negociante. Se eles podem pagar mais, vendemos a eles’’, explicou.
Castro ainda também falou sobre como as profundas desigualdades sociais vem à tona quando um projeto dessa magnitude é planejado. ‘‘Infelizmente quando um prédio desses é erguido há um choque social muito grande. Fica a imagem da ilha de riqueza margeada pela profunda pobreza, o que gera reações contrárias fortíssimas. Mas repito, nós não somos os culpados por isso e, pelo contrário, podemos contribuir para melhoramentos na área. Uma vez que um habitante mais esclarecido vem morar no bairro, ele será mais exigente quanto à qualidade de vida na região. Não vão querer morar no meio da lama, no meio do caos’’, disse.
O empresário criticou a forma como Yuno denominou os empregos na construção civil. Temos excelentes empregos de R$ 400,00, que é o salário em vigor no mercado imobiliário para o trabalhador comum. Ocupamos suas mentes, damos dignidade, fornecemos capacitação profissional, criamos condições de trabalho, toda a parte de prevenção de incêndio é prevista, há seguro de vida, alimentação com cardápio e acompanhamento de nutricionista. Poucas empresas dão essa condição aos seus funcionários. Chamar isso de sub-emprego é até uma forma pejorativa de se referir ao ofício dos trabalhadores da construção civil."
João Maria da Mata, da construtora WM, enfatizou que a constução civil é o ramo que mais emprega no país. ‘‘Um edifício, dependendo de sua complexidade, pode envolver até 12 mil itens em sua cadeia produtiva. É uma tremenda alavanca para esquentar a produção. Começa pela indústria de base, pelas pedreiras e vai até a alta tecnologia como os serviços de rádio frequência e internet. Sem falar que o prédio continuará gerando uma renda oriunda do IPTU, os moradores vão contratar funcionários, vão ser usuários de serviços da cidade. Esse sim é o turista que mais interessa para Natal. Os que ficam em hotéis estão na cidade hoje e na próxima temporada podem estar em qualquer outro lugar do mundo. É um movimento instável’’, argumentou.
Os empresários dizem não querer nem pensar em ações indenizatórias caso as anulações das licenças sejam confirmadas. ‘‘Não é interessante para ninguém e acreditamos na prevalência do bom senso por parte das autoridades’’, finalizou Franklin Castro.
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